Parte 9: Se sente e acomode-se

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Essa é minha história. Se caso você se identifica, pode se sentar e saber mais sobre minha trágica vida.

  Tudo começou quando não ganhei meu primeiro brinquedo. Como eu era uma criança mimada, sempre queria mais e mais. Era uma criança egocêntrica, egoísta, chata... E por aí vai. Quando não ganhava algo do meu gosto, ficava emburrada com todos. Minha mãe resolveu achar um psicólogo para mim. Não achava isso normal. Me privou de ter amigos na escola, me tirou aparelhos eletrônicos, brinquedos... Tudo para ver como eu me comportava diante dela.
  Minha raiva só aumentava. E ela não sabia o que fazer. Foi quando decidiu me colocar num orfanato.
  Mamãe estava andando comigo na rua, quando dois caras de capuz se aproximaram de nós. Um deles estava com uma arma na mão, apontando para minha mamãe. Mesmo que eu estivesse com raiva dela, não queria vê-la morrer. Esse dia, aterrorizou minha vida. Três disparos. Fiquei imóvel, sem saber o que estava acontecendo.
  Não havia ninguém na rua, mas quando ouvem tiros, ou algo que gera curiosidade, brotam pessoas até das árvores.
Fizeram uma roda, e montanhas de seres humanos idiotas, ficaram ali olhando minha mamãe. Não sabia o que fazer.
  Foi quando vi um carro grande e preto. Saíram pessoas estranhas. Afastaram as pessoas, e pegaram ela. Quando eu menos esperei, me pegaram pelo braço, e me jogaram lá dentro.

  Acordei num lugar escuro. Totalmente fechado. Era tudo de vidro e mármore. Haviam câmeras pelos cantos daquele local. Abriram uma porta, e me deparei com a mamãe deitada numa maca. Ela estava dentro de uma coisa de vidro. Estavam perfurando ela, com grandes agulhas.       Quando me viram em pé, vieram atrás de mim e me prenderam numa cadeira com cintos.
  Senti muitas dores em partes variadas do corpo. Avistei pessoas com roupões pretos e largos. Estavam com várias ferramentas nas mãos bem pontiagudas. Começaram a me cortar nos braços, cabeça, rosto, pernas ... Estavam me maltratando e roubando meu sangue da forma mais fria e dolorosa. Nunca senti tanta dor; Mas, algo ainda doía mais que aqueles cortes.  Minha mamãe tinha morrido. E estavam cortando seu corpo e jogando em potes. Poderiam fazer experiências de outros modos? Claro que poderiam. Estavam me fazendo sofrer. E eu não entendia nada.
   Gotas de lágrimas escorriam pelo meu rosto, passando no local de um corte, fazendo arder. Pegaram meu sangue, e só disseram assim: " isso foi pelo o que sua família fez conosco". Deram uma pancada em minha cabeça, e me deixaram em frente a um hospital. Então, anos depois, pensei. Eles não queriam que eu morresse. Queriam algo a mais.
  Eu cresci. Com traumas. Mas ainda continuava a mesma pessoa mesquinha de antes. Fui ao médico, e me disseram que eu tinha um tipo de chip, que me torna  numa pessoa excessivamente agressiva. Desde então, mato as pessoas com minha habilidade de não deixar pistas e por a culpa em outras pessoas.

Se minha mamãe estivesse comigo, talvez eu não fosse assim. Mas agora eu quero isso. E vou fazer, para me vingar daqueles monstros, que também me fizeram.
 

Não sei porque escolhi Elena para isso. Acho que ela é parecida comigo. Talvez ela saía viva. Mas acho pouco provável. Ainda mais quando a família dela descobrir que ela foi trocada na maternidade. Assim, não vão ligar para uma pessoa que nem de sua família é.
Enquanto os burros vão atrás dela, eu vou deixando minha trilha de mortos. Cada pista, é preciosa. Então fique atento.

" Me tornei naquilo que eu mais temia: um completo monstro".

O assassinato perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora