Eu não falo de vingança nem de perdão, o esquecimento é a única vingança e o único perdão.
Jorge Luis Borges...
Fora do esperado, Elena decide ir para escola; Mesmo sabendo que iria sofrer com os burburinhos vindos de pessoas comuns.
***
Após passar um tempo de sua vida fora de casa, chegou o grande dia! Onde vai para o "zoológico". Vamos chamar a escola assim agora. Cheio de animais carnívoros e grandes predadores silvestres. Sua especialidade é matar suas presas fazendo o maior escarcéu.
🐯
Elena se aprontou.
Bom, agora sei que vou ter que lidar com as pessoas daquela escola. Estou sem paciência, vou mandar todos para o inferno!
...
Os portões da escola se abriram. E entre as árvores escondidas, lá estava Elena. A menina que para todos, forjou a própria morte e ainda induziu pessoas a se matarem. Hoje não será um dia tão fácil eu aposto.
Apostando nela mesma, Elena continua a andar e não se importa com pelo menos umas 200 pessoas estarem dirigindo o olhar para ela. Menos uma. Havia uma garota bem de longe. Que se negava olhar para Elena. E isso a deixou curiosa.
Pegou a alça de sua mochila e as colocou nas costas; com um passo de cada vez, foi chegando mais perto do portão. Não podia evitar escutar cochichos vindos das pessoas ali perto... O sinal tocou e logo entrou em sua sala. Quem diria que hoje estaria no seu último ano escolar ... Nada daquilo era o que esperava para sua vida. Mas quando se procura problema, acha.
Sentada em sua cadeira, de repente seu coração dói e toda aquela cena de fugir de casa e seus problemas, passaram como um filme em sua cabeça. Como se todas aquelas pessoas fizessem ela pensar no que ela fez com todos a sua volta. Ninguém tinha culpa de ser adotada, nem de um homem ter vindo atrás dela por motivos de vingança. Agora ela entendia a raiva e desprezo que tinham por ela. Todo esse pensamento foi interrompido por uma coordenadora que abriu a porta chamando por seu nome."Elena"
*A sala ficou em silêncio. E todos viraram e olharam para ela. *
A garota se levanta assustada. A mulher pede para segui-la.
Chegando nos corredores:"Bom Elena, você sabe que todos estão chateados com você. Espero que isso não te incomode. Não podemos fazer nada para mudar o que você fez. Isso terá que encarar sozinha!"
Em silêncio estava e assim continuou.
🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁Quando chegou, não demorou muito, e o sinal tocou. Todos saíram para o lanche.
Elena pegou sua bandeja. Lá tinha maçã, suco e um sanduíche natural. Logo se sentou num lugar, onde todas as outras cadeiras estavam vazias.
Quando pegou seu suco e virou para abri-lo, tinha um papel grudado atrás. Continha uma mensagem, escrito:"Conheço uma história de uma garota semelhante a você. Só que a sua não vai terminar bem enquanto estiver andando nos corredores dessa escola!"
Ao ver aquelas palavras, olhou para um grupo de pessoas que estavam ali perto. Olharam e riram da cara dela. Arrancou o papel e guardou no bolso de sua calça. "Idiotas" Pegou seu lanche e jogou no lixo.
A garota misteriosa finalmente olhou para Elena. E não entendia o porquê daquilo tudo. Então começou a observá-la.
Elena voltou para a sala antes mesmo do sinal tocar outra vez e ficou lá esperando aquele imenso intervalo acabar.
Novamente voltou com seus pensamentos que pareciam ser sinceros: "Por quê é tão mais difícil perdoar a nós mesmos por ter sido uma pessoa tão ruim, do que pedir perdão pelas coisas que fizemos à outras pessoas?
Ser perdoado deve ser bom. Mas sentir que estamos livres de pensar em fazer merda outra vez na nossa vida, é bem melhor! Eu queria mudar. Mas se eu me permitir sofrer por tudo que fiz e passei, além de ter que pedir desculpas para esses adolescentes idiotas, eu vou ter que ser uma pessoa boa! Na real, não é pra mim!"*Todos voltam para a sala*
" Aula de Biologia. Todos em dupla!"
Todos começaram a se arrumar com um amigo ao lado; mas Elena já sabia que ficaria sozinha em toda e qualquer aula em dupla.
Para a surpresa de Elena, ninguém mais falou nada dela. Quando surpreendentemente, aquela garota estranha pegou uma cadeira e perguntou:"Posso sentar aqui ou está esperando alguém?"
Elena só assentiu com a cabeça.
Todos ficaram surpresos com aquilo e logo começou um burburinho.
"SILÊNCIO TURMA!"
A aula continuou e a garota misteriosa cochichou:
"Não entendo essa escola. Todos são mesmo uns idiotas!"
-sorriuContinuou então na expectativa de ver Elena sorrir. Mas ela não confiava em ninguém. Muito menos em uma garota que em pleno primeiro dia de aula, se "pronuncia" em ser sua amiga.
... O tempo passou e já estava na hora de ir embora. Elena se levanta para sair e se dirige a menina que sentou com ela:
"Qual seu nome?"
"Anne mas pode me chamar de Anne. Nome pequeno demais para apelidos" -ela sorri.
Elena dá um sorriso escondido.
" Bom Anne, sem querer ser chata ou mal educada, mas eu prefiro ficar sozinha. Nada contra você, mas como você pode ver, eu não pedi para se sentar comigo. Mas obrigada pela companhia! Até "
"Tu..do bem eu a..cho?"
A menina ficou sem entender nada. Mas assim mesmo continuou a observá-la.
Chegando em casa, para sua alegria, não tinha ninguém. Apenas deitou em sua cama. Quando lembrou daquele bilhete. O pegou no bolso de sua calça e deu mais uma olhadinha. Lembrou das mensagens que recebia em seu celular. E eram bem parecidas com aquilo. Mas com certeza deve ter sido algum imbecil por aí.
O dia de hoje não foi fácil. Mas Elena insiste em ser a garota que a sociedade rejeita. Até deu um fora na menina querendo ser sua amiga. Por isso continua na mesmice de sempre. Acho que ela merece o que passou. Se uma pessoa persiste no erro, não há mais nada que podemos fazer por ela. Nem mesmo ter pena!
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"Os inimigos que não perdoamos dormirão em nossa cama e perturbarão o nosso sono."
Augusto Cury
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O assassinato perfeito
Mystery / ThrillerElena vive em mundo de porquês. Uma cidade que antes era calmaria, hoje está distribuindo cadáveres pelas ruas; A garota é perseguida por alguém. Mensagens e ameças. Seu passado diz muito sobre seu presente. Mas será que ela consegue se lembrar d...