Parte 28: Até a próxima morte

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No final, voltamos para o lugar onde tudo começou ... Porque é tudo o que temos.
Terror in Resonance



Conhecer pessoas nunca foi o meu forte

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Conhecer pessoas nunca foi o meu forte. Sempre acabo me dando mal e jogando tudo por água abaixo. Eu não espero por uma amizade sincera ou o sorriso de alguém. Sei que não mereço nada e muito menos com quem eu possa contar. Isso dói mas é a verdade. Em contrapartida, bem no fundo, consigo ver uma pessoa a se importar tanto comigo, que coloque sua vida em perigo para salvar a minha; meu desacerto é achar que isso exista. Não seja tola Elena. Todos nós sabemos como tudo isso termina, e no final será tentador não haver nenhuma morte.

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  Já era de manhã quando acordei com gritos. Provavelmente eram de Anne. Eu odiava ouvir aquilo. Entender que ela estava apenas tentando ajudar, me dava um remorso por dentro que eu não sabia explicar. Eu não estava sabendo nem cuidar de mim, quanto menos dela...
   Olhando para o espaço onde estava, eu conseguia visualizar algumas caixas. O chão era grosso, passado no cimento, as paredes igualmente. Exceto em alguns lugares com a pouca tinta grotescamente ali "jogada". O teto parecia ser de madeira; de longe eu conseguia ver alguns buracos por onde provavelmente a chuva caía. Os cantos da parede mofada, não negavam.  Pelo chão haviam espalhadas variados tipos de caixotes; ao meu ver, deviam ter livros e sem esquecer das teias de aranha.
  Ao mesmo tempo que aparentava ter alguém residindo ali, coincidia uma pessoa jamais ter pisado um pé. Era um lugar farrusco, não sentia coisas boas. Apenas uma sensação horrível de estar suja.
  Ao observar tanto o local, acabei achando um prego quase caindo que estava a minha esquerda perto de algumas das caixas. Me deitei no chão e estiquei minha mão para conseguir alcançá-lo. Meus dedos quase o tocavam quando ouvi um barulho. Rapidamente impulsionei minhas mãos e o agarrei fortemente. O escondi onde ninguém conseguisse ver. Aquela era minha esperança de me defender.


  Ouço passos vindo em minha direção

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  Ouço passos vindo em minha direção. Mais a frente chegava Renata. Ela estava diferente. Seu olhar era vingativo e rancoroso. Atrás dela tinha um homem. Me parecia ter uns 1,70 m de altura, magro e usava uma máscara que cobria metade do seu rosto. Ele trazia Anne consigo, arrastando-a pelo chão. Ela estava amarrada nas mãos e pés. Em sua boca continha um pano que aparentava ter sido amarrado com tanta força, que a estava sufocando.

- Elena, eu queria dizer que sinto muito mas não!Você me fez sentir a pior pessoa do mundo por matar alguém inocente.

Permaneci em silêncio.

- Você realmente não vai dizer nada? Já que me tornou assassina, sua amiguinha irá pagar pelos seus atos.

- Vá em frente. Eu não tenho amigos. Ela não significa nada para mim! Está perdendo seu tempo.

- Então posso fazer o que eu quiser com ela? Você ouviu isso Sebastian? Seu brinquedo está aí.

  Sebastian começou a tocar Anne e consequentemente ela o empurrava como podia. Ainda assim, não conseguia ter forças o suficiente com as mãos atadas. Eu conseguia ouvir os risos de Renata ao ver aquilo. 
  Anne olhou fundo nos meus olhos e começou a chorar. Ela não sabia o que fazer a não ser deixar que acontecesse o pior.
  Enquanto Renata se virou para falar da sua vidinha medíocre e o quanto foi influenciada por mim a fazer o que fez, eu reforcei o olhar diretamente para Anne. Sebastian parecia ser um cachorro que late e não morde. Eu poderia facilmente o deixar sem dentes.  Renata ainda estava virada e Anne me olhou por um segundo. Foi mais que o necessário para mostrar à ela o que eu guardava nas minhas mãos.
  Eu consegui sentir em seu olhar o alívio de não estar sozinha naquele momento. Anne parou de chorar.  O garoto seguia a beijando e apalpando seus seios.
   Renata chegou perto de mim.  Me xingando e despejando todo seu ódio dos últimos anos que foi presa. 

- Você acha mesmo que vai sair daqui? Eu vou fazer você pagar pelo o que fez e essa garota vai sofrer junto com você! Não me importa se é algo dela.

Eu conseguia claramente sentir o ódio que ela estava.

- Se tem tanta coragem, porque não me matou ainda? Tá esperando o que?  Covarde! - eu disse

   Na mesma hora parece que o sangue de Renata ferveu e ela nunca esteve tão furiosa. Ela veio bem perto de mim e quando levou suas mãos ao meu rosto, eu cravei aquele prego em seu pescoço. Sebastian olhou aquilo e por um momento largou Anne, a mesma levantou e o socou. Eu consegui ficar de pé enquanto Renata estava sangrando no chão. Ajudei Anne a se recuperar e começamos a correr em direção à porta.
   Chegando perto da saída, ouvi um barulho de tiro. Eu não senti nada, mas ao olhar para minha barriga, identifiquei o sangue por toda minha camisa. Olhei para Anne e apenas disse para procurar por ajuda.
  Sebastian me olhava fixamente sem nem tremer suas mãos. Eu realmente não dava nada por esse garoto.  Renata se levanta e diz : " Bom trabalho".

Enquanto Anne corria em desespero, eu me via diante de uma lareira com minha mãe ao meu lado. Nos estávamos felizes. Era inverno; ela havia feito chocolate quente e estávamos juntas conversando e sorrindo. Naquele momento, minha mente e coração pareciam aliviados. Era como se eu fosse criança. Sem medos, preocupações ou pesares.  Neste momento eu experienciei o que dizem ser " a vida passar diante dos seus olhos ".

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⏰ Última atualização: Dec 09, 2021 ⏰

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