Os problemas do amor

Tatakae

• P.O.V Arthur Cervero •

Essa é a minha chance! Além de agora saber da minha existência, ele me achou engraçado! Não desperdice essa chance, Arthur!

Após cumprimentar ele a professora chegou na sala, então eu decidi usar minhas grandes técnicas de persuasão para me mudar para a mesa na frente da de Gaspar. 

— Não. – negou sem hesitar, pondo seus materiais na mesa.

— Por favoooooor... – sussurrei seguindo ela como um cachorrinho. — Por favor, por favor, por favor, por favoooor...

— Arthur, você não quer que seu pai seja chamado na escola, certo? – ela me olhou inquisitiva.

— E você não quer destruir as chances amorosas de um jovem garoto no ápice da melhor parte da sua vida no ensino médio, certo?! Certo?! – abri um grande sorriso.

— Ei... – ela suspirou, como se não quisesse tomar essa responsabilidade para si. — Combine então com quem está nessa mesa, se a pessoa concordar eu permito.

— Te amooooo! – saí correndo, indo até a pessoa que ficava na classe pra qual pretendia me mudar.

Quem será? Quem será? Sou amigo de todos da escola, com certeza vou conseguir!

Quem está nessa mesa é...!

— ... – com um sorriso supostamente galanteador, Cassiano tentava coletar a atenção das garotas que se reuniam ao redor de Dante, erguendo e abaixando a sobrancelha direita, acabando por assustar algumas e Gaspar lhe lançar um polegar pra cima em agradecimento.

— Ahm... oi, Cassi! – cheguei acenando.

— Cassi? Que Cassi? – como estava de mal-humor, sequer olhou pra mim

— Ah... hehe... é um apelido carinhoso... – disse sem jeito. — Bem... você pode me ceder essa mesa?

— Que? Não! Essa é a única oportunidade que tenho- – se interrompeu, limpando a garganta. — Que o Dante tem de se enturmar com as meninas! As meninas que buscam minha atenção acabam vendo ele! Estou ajudando meu parceiro! – disse convencido.

— Hummm...

— Além disso, você não é o primeiro que me pede algo assim... – falou rabiscando no seu caderno.

— Quê?! Alguém mais pediu pra ficar nessa mesa?! – olhei ao redor de forma ameaçadora.

— E eu não deixei ninguém até agora, por que eu deixaria você? – me olhou zombeteiro.

— Porque... porque somos amigos...? – fiz um biquinho, ele apenas bufou e voltou a rabiscar. — Porque você é a pessoa mais ‘cool’ que eu conheço! A mais daora! A mais espetacular! – ele estufou o peito em orgulho.

— É, disso eu sei, eu sei que sou bem foda.. – soltou uma risadinha, ajeitando o cabelo. — Mas me bajular não vai me fazer ceder.

— Bleh.. – quando ele parou de olhar mostrei a língua.

O que eu faço agora? Eu preciso dessa mesa! Senão vou ser só mais um dos fãs do Dante que ele nem vai tentar procurar saber mais! Eu preciso ter um diferencial, e o meu diferencial será essa mesa!