O Pai Tá On

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• P.O.V Arthur Cervero •

Eu coloquei a mochila e segui uma quantidade considerável de pessoas até a sala do clube de teatro. Chegando lá havia uma grande quantidade de espaço consideravelmente maior do que outros clubes, acho que eles se adaptaram após o Dante chegar.

— Bem, pessoal... – uma garota subiu em cima do pequeno palco. — Precisamos de alguém que se ofereça a contracenar com o Gaspar. – nesse momento explodiu o som de garotas gritando "eu, eu!", pulando e levantando suas mãos.

"Eu não tenho chance...", pensei de forma desanimada.

— Ahm... você, rapaz! – a mulher do palco apontou para algum lugar perto de mim, eu olhei ao redor. — Não, não, você mesmo! – eu apontei pra mim. — Sim, você! Quer atuar com o Gaspar?

...

Isso só pode ser obra do destino, são os deuses, o universo, a Mãe Natureza quer que eu esteja perto dele, o mundo coincidiu para que nos encontrássemos, minha vida é interligada com a dele pelo fio da alma gêmea! DENTRE TODOS EU FUI O ESCOLHIDO, APENAS À MIM FOI DADA A OPORTUNIDADE DE-

— Ela provavelmente escolheu um rapaz porque não é um potencial interesse romântico pro Gaspar.. – as meninas sussurraram atrás de mim.

— ... – o sorriso enorme se formando no meu rosto foi diminuindo, meu olhar abaixando. — Hmm... sim... tudo bem..

"Isso machuca... ", eu caminhei em direção do palco, subindo e ficando ao lado de Gaspar, que me lançou um sorriso simpático.

...

MAS DE QUALQUER FORMA EU ESTOU AQUI E VOCÊS NÃO! HA-HA! CHUPA QUE É DE UVA VACAS!

Meu espírito rapidamente se animou quando abri um sorriso de volta, ficando com as bochechas um pouco vermelhas.

— Aqui estão as suas falas. Não é muita coisa. – Dante me alcançou um pequeno papel.

Minha única fala é: "Eu realmente não sei! Não me importo também!" e logo depois "P-Por favor não me machuque!"

"Nossa sinhora 'parecida... pressão ta abaixando acho que vou desmaiar...", eu pisquei várias vezes, respirando fundo. "Eu deveria tomar uma água antes, minha imaginação voou longe-"

— Você não deveria ter feito o que fez! – um grito repentino soou, a sala ficou em silêncio quando Gaspar já começou. — Acha que o mundo gira ao seu redor?! – eu arregalei os olhos, subindo levemente a visão até me encontrar com os de Gaspar, que parecia irritado enquanto atuava sua cena, seus cabelos presos em um rabo de cavalo.

— E-Eu... – ele começou a se aproximar e eu dei uns passos pra trás, ele agarrou meu colarinho e me empurrou contra a parede, não com força o suficiente pra me machucar.

Ele ficou em silêncio... essa deve ser minha parte!

— E-Eu re-realmente não sei! N-Não me importo também! – por um momento perdi o ar, ficando ofegante enquanto me perdia nos seus olhos azuis, que pareciam mais claros do nunca. Seu toque me arrepiando.

"Ele cheira a flores.."

— Bem, eu também não! Não me importo com o que aconteça daqui pra frente! – meu coração disparado, eu fiquei hipnotizado. — Mas você vai pagar pelo que fez. – minha boca ficou seca.

Os problemas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora