° P.O.V Arthur Cervero °
Cheiro de lavanda.
Cheiro de café recém passado.
O leve som do rangido de uma porta seguido por um tintilar de metal familiar. Ainda com os olhos fechados, um sorriso se formou nos meus lábios.
Logo ao meu lado, o colchão afundou com o peso de alguém que eu conheço muito bem.
— Você não vai levantar? – pelo seu tom de voz, consigo visualizar que ele está sorrindo. — Eu vi que você está acordado.
Eu me revirei nas cobertas, sentindo o tecido fazer cócegas na minha pele.
— Eu deveria comer esse belo café da manhã sozinho? Oh, que pena ~ – soou em um tom provocativo que fez meu rosto esquentar.
Essa voz, esse perfume, esse jeito de falar comigo. Por quê, mesmo nós estando casados há quinze anos, cada coisa que ele faz causa embrulhos na minha barriga, como se ainda estivesse infestado com a paixão do primeiro amor?
— Você não seria capaz de fazer isso. – murmurei por baixo dos cobertores, contendo o sorriso no meu rosto. Minha voz está muito diferente do que costumava ser, e a dele também.
— Você acha isso mesmo? – quase consigo ver ele erguendo uma sobrancelha com desdém e semicerrando os olhos em provocação. Céus, depois de todo esse tempo eu consigo ver suas expressões mesmo de olhos fechados.
— Tudo bem, eu acordei agora. – saí debaixo das cobertas, finalmente abrindo meus olhos.
Como esperado, ali estava ele. O meu 'olhos azuis'.
Ele se levantou, caminhando até a cômoda e enfim pegando a bandeja com o café da manhã que preparou para mim. Suas costas nuas ostentavam uma tatuagem do Caduceu de Hermes, um bastão que ao redor se entrelaçam duas serpentes, e a parte superior é adornada com asas.
— Equilíbrio moral e boa conduta, huh. Na verdade, eu te considero uma pessoa muito má. – comentei, o instigando.
— Eu até mesmo te preparei um café da manhã. – contestou ao colocar a bandeja no meu colo com um sorriso.
— Talvez para compensar por ontem? É realmente cruel falar sobre a altura das pessoas.
— Mas é a verdade. Durante o colégio não tínhamos alturas tão diferentes, mas a partir de um momento você estagnou. – ele se sentou ao meu lado. — Eu estou te alimentando para tentar te ajudar a crescer, está vendo como sou bom?
— Tsc, nós não temos alturas tão diferentes. – de repente, voltei meu olhar para a minha barriga. — Você deveria parar de me alimentar. Isso não ajuda a crescer minha altura, mas minha barriga!
— Você é lindo, além de fofo, por isso, por favor, continue comendo. – apoiou-se no travesseiro e continuou me assistindo.
— Você deveria me incentivar a emagrecer. Você vê, você é realmente mau. – apesar disso, continuei comendo.
— Se quer emagrecer tanto assim, posso te ajudar a começar uma dieta e podemos sair para correr juntos toda manhã...
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Os problemas do amor
FanfictionUma dupla de casais. Joui e Cesar, Arthur e Dante. Mas que tipo de problemas o amor pode causar?