• P.O.V Arthur Cervero •
Eu sou sempre eu mesmo, mas com certeza não serei o mesmo para sempre. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.
Ainda assim, quando estou com ele, permito me perder. Me perder nas minhas emoções, na vontade de olhá-lo nos olhos, de ouví-lo falar ou de falar até cansar do que ele me faz pensar.
É tão bom morrer de amor! E continuar vivendo...
Foi engraçado o que aconteceu em seguida. Eu voltei pra mesa, meus pés fora do chão, ele colocou a mão no meu ombro e me encheu de elogios com um sorriso caloroso. Por um momento eu me esqueci de todo o resto, me concentrando em cada palavra que ele usava, e minhas bochechas concentradas em se avermelhar cada vez mais.
Isso foi engraçado porque menos de 24 horas atrás eu sequer sonhava que um dia seus olhos estariam direcionados pra mim.
— Desde quando você faz shows? – perguntou empolgado, me entregando meu prato que havia guardado pra mim.
— Obrigado.. – peguei com um sorriso bobo nos lábios. — Eu comecei a fazer shows a dois anos, mas toco a mais tempo. – revelei meio sem graça.
— Você é muito bom... eu confio que você vai realizar o seu sonho e se tornar um grande músico. – suas palavras entraram suavemente pelos meus ouvidos, mas me atingiram como uma onda silenciosa.
Eu abaixei a cabeça, meus olhos se enchendo de lágrimas enquanto algumas pingavam no meu colo.
"Eu tô tão feliz...", um enorme sorriso se formou no meu rosto quando limpei as lágrimas rapidamente. "Eu tô tão feliz que... a pessoa por quem eu me apaixonei... é tão boa"
Meu olhar não conseguia se desviar, meu coração não conseguia se acalmar, as borboletas na minha barriga permaneciam voando de forma maluca.
Eu não consegui ouvir o que ele estava falando, ele riu e comentou sobre alguma coisa, eu apenas consegui pensar..
"Meu ponto fraco tem nome, endereço e um sorriso lindo"
E também... lindos olhos azuis, que refletem todo o universo, que suga todas as luzes, que concentra todas as emoções.
— Meus queridos... – uma voz feminina soou na distância, se aproximando. — Cês são do grupo de teatro né? – apontou o dedo.
Uma pinta ao lado da boca, o cabelo preto nos ombros. Eu me lembro dela, afinal sou amigo de todos da escola.
— Ei! Você é a Liz, né? – perguntei.
— Quem me citas? – olhou ao redor, parando em mim. — Aahhh, é você Arthur. – seus olhos se estreitaram. — Ficou bêbado ao tomar da minha garrafa de suco no intervalo.
— Ah! E como eu saberia que você carrega álcool? Tá maluca? – balbuciei em choque. Aquele dia foi louco.
— Ninguém mandou beber da garrafa dos outros. – soprou com o nariz em desaprovação. — Nem era álcool, eu menti pra ti e tu começou a falar que tava se sentindo tonto. – riu, revirando os olhos.
— Que.
— Ou, Liz, vamo direto ao assunto. – outro rapaz se aproximou, sua voz arrastada e rouca. — Para de atrapalhar esse lindo grupo. – sorriu pra nós em simpatia.
— Que que cês querem? – perguntei confuso, então eles se olharam e começaram a sussurrar entre si. — ...?
— Tá, tá... – ela concordou. — Enfim, já que temos um belo amigo nosso aqui.. – ela colocou a mão no meu ombro, acariciando. — É justo que nos juntemos, certo? – sem esperar aprovação ambos sentaram-se rapidamente.
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Os problemas do amor
FanfictionUma dupla de casais. Joui e Cesar, Arthur e Dante. Mas que tipo de problemas o amor pode causar?