Os problemas do amor

Surtado

° P.O.V Cesar Cohen °

— Olha, primeiramente eu gostaria de dizer que o título desse capítulo me soou ofensivo. Eu não sou surtado, tá bom?! – disse ele, surtando.

"Surtando?! C-Como é que é?! Você tá me desafiando?!", pensou ele, surtado.

Surtado é o Arthur! Eu sou no máximo animadinho!

OLHA, SE CONTINUAR ME MENOSPREZANDO EU VOU- [caminhão buzina] [bebê chorando] [chiado] [censura] [explosão] [PIIII]

[...]

"Tudo bem, eu vou ignorar o que aconteceu. Talvez seja apenas eu tentando ignorar o que está na minha frente..."

Com as mãos trêmulas segurando o telefone, eu mal consigo encarar a mensagem:

→ Esse aqui é meu endereço:
→ "Rua do Gostoso Peitudo 69"
→ "Casa número 44"
→ CESAR-KUN APENAS AGORA EU PERCEBI QUE MINHA CASA É O NUMERO 44 AAAAAAAAAAA

Eu não tive tempo para responder. Jogando o meu telefone na parede eu me levantei depressa e corri para o armário.

— Roupa... roupa... – suando nervoso, comecei tirar as roupas de dentro do armário e jogar para o ar. — MEU DEUS EU SÓ TENHO TRAPOS! AAARRRGHHHH! PORRA! – em frustração, dei um chute na gaveta.

Roupas pretas-acinzentadas, pretas-alaranjadas, pretas-esverdeadas, pretas-arroxeadas, pretas-pretas, pretas-musgo, pretas-azuladas...

AAAAARRRGHHHH!

Eu dou um chute na quina da cama.

...

— ... – silenciosamente me abaixei, segurando o pé e lacrimejando de dor. — PAI, ISSO É TUDO CULPA SUA!!!

— WHAT?! – meu pai gritou de volta lá da sala.

— EU DISSE QUE ISSO É TUDO CULPA SUA!

— I don't understand, please in english. – murmurou.

Eu ignorei.

"Deixa eu ver... preto, preto, preto, roxo, preto, preto, preto, verde escuro, preto, roxo, preto... O QUE ACONTECEU COM AS MINHAS ROUPAS?! EU NÃO TENHO ROUPAS! COMO QUE VOU ENFRENTAR A FAMÍLIA DO MEU-.... DO JOUI COMO UM EMO?!"

Eu suspirei derrotado, abraçando meus joelhos em posição fetal.

— Que foi que você tava gritando comigo? – meu pai abriu a porta. — Que isso? Que você tá fazendo menino?

— ... – não respondi.

— MENINOOOOOOOOOOO! – gritou desesperado.

— EU TÔ VIVO! – bufei, me sentando. — Pai, você não vai acreditar... o Joui... o Joui....

— Ele te rejeitou? Tudo bem filho, papai te consola, tem muitos garotos no mundo. – meu pai da tapinhas nas minhas costas.

— NÃO! O Joui... o Joui...

— Ele não te rejeitou? – ele pergunta com certa surpresa.

"Espera, surpresa?? Ele esperava que o Joui me rejeitasse?!? PAI!"

— Então por acaso... ele te mandou... – meu pai estreita os olhos e me encara com desconfiança.

— O que?

— Ele... te mandou...

— Hã? – perguntei confuso.

— O... – ele aponta para o próprio corpo.