Ah, por que será...

3.1K 373 263
                                    

° P.O.V Dante °

Havia três coisas que eu havia prometido a mim mesmo que faria na nova escola.

1° = Tiraria boas notas.

2° = Entraria em um clube de teatro.

3° = Não faria novos amigos.

Após eventos traumáticos com meus amigos do orfanato e na antiga escola, eu decidi que terminaria o ensino médio da maneira mais imparcial possível. Sem amigos, sem laços, apenas me formar pra arranjar um emprego e seguir com a vida.

Eu apenas queria isso. Apenas isso seria fácil.

Mas, o Arthur apareceu.

Por algum motivo sempre que estou com ele eu me sinto confortável. Confortável pra rir alto, pra falar tudo que penso, pra ouvir tudo que ele pensa. Eu ficava me remoendo sobre a minha limitação de não poder fazer exercícios físicos por causa do coração, mas com ele eu me esqueci disso rapidamente...

Ah, por que será...

"Por que me sinto tão bem?", fechei os olhos, descansando no seu ombro e sentindo seu calor.

Ele vai ser uma exceção para a terceira regra.

Apenas o som da chuva, uma brisa gelada entre outra que nos fazia encolher, um trovão entre outro que nos fazia nos aproximarmos, uma risada entre outra quando lembrávamos de como essa noite foi incrível.

Ah, por que será...

"A risada dele é tão boa de ouvir..."

— Ah, a chuva está passando... – falou, os pingos diminuindo gradativamente. — Você já tá melhor?

— Sim. – me levantei, o jeito que ele arregalou os olhos preocupado enquanto se erguia também é engraçado.

— A sua casa é muito longe daqui? – puxou seu telefone. — Já é duas da manhã, vai ficar tudo bem você ir sozinho?

— Hum.. – encarei o horizonte, pensativo. — Não sei... – murmurei, pegando meu telefone e mandando mensagem pra minha irmã.

— H-Hum, quem sabe... – sua voz gaguejou, quando fui olhá-lo, talvez fosse a iluminação, mas sua cara estava super vermelha.

— Sim?

— Talvez... V-Você pode posar lá na minha casa... S-Se puder... S-Se quiser!

— Oh... eu ficaria muito grato. – sorri. — Eu aceito, se estiver tudo bem.

— T-Tá sim... Tá sim.. – murmurou olhando pro chão, um sorriso no rosto. —Então, vamos lá? É bem pertinho!

Nós saímos da cobertura da loja de conveniência, andando pela calçada molhada em direção da casa dele. Eu senti um puxão na minha camisa, então vi que Arthur estava agarrando a borda da manga.

— ... – eu abri a boca para perguntar o porquê, mas...

"Ah..."

Os problemas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora