Velho Safado

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(Você pediu e aqui está MoOn_mik ❤️)

• P.O.V Cesar Cohen •

[Um pouco antes],

— ... só que naquele momento eu fiquei muito irritado! Como o cara ousou ignorar meu comprimento?!

— Uhum... uhum... – Joui concordava com a cabeça de forma animada.

— Então, na hora da filmagem, eu soquei ele de verdade na cena de ação! E fingi que foi um acidente! – meu pai estufou o peito com orgulho.

— Ohhh! – Joui sorriu extasiado.

— Ele perdeu um dente!

— Sério?!

— Você acha que eu tô mentindo?! É verdade! E ele foi obrigado a me desculpar. – riu alto.

— ... – eu observava a cena de fundo com uma expressão entediada, quase rabugenta, enquanto me perguntava como a situação acabou dessa forma.

— Ele passou uma vergonha danada... uma semana depois o estúdio demitiu ele! Coitado... tsc... – balançou a cabeça e soltou um suspiro.

— Aqui está. – após pesar os tomates e colocar um preço o atendente entregou a sacola que logo meu pai pegou e guardou no carrinho.

— Você é incrível Sr.Chris! – Joui o seguia de forma saltitante quase como um cachorrinho.

— Eu sei.. – meu pai olhou pra ele por um tempo, então fez um cafuné em sua cabeça. — Filho, você é um bom garoto, continue assim. – fez uma saída dramática, dando a volta na estante para sumir de vista e ir para o corredor das goloseimas secretamente.

"Filho? Meu Deus." fiz uma expressão de desgosto, franzindo o nariz e balançando a cabeça. "Eu deveria ter ficado em casa.."

De repente percebi que Joui continuava no mesmo lugar. Por estar de costas pra mim não conseguia ver sua expressão, apenas que estava com a cabeça baixa. Eu arqueei a sombrancelha confuso, cogitando em me aproximar um pouco.

Ao tombar a cabeça pro lado pra ver melhor percebi que os cantos da sua boca estavam curvados com tristeza, seus punhos cerrados tremiam. Ele levou a mão até a sua cabeça onde foi feito o cafuné e respirou fundo, um suspiro tão genuíno que seus ombros pesaram pra baixo.

"O que ele tem? Talvez não gostou do cafuné?" eu me aproximei ainda mais, estava prestes a abrir a boca e chamá-lo quando seu telefone começou a tocar.

Suas mãos trêmulas pegaram o aparelho, ele fitou a tela por alguns segundos.

— ... – ele permaneceu em silêncio enquanto o telefone vibrava. — Oi... – disse cabisbaixo ao finalmente atender, pondo na orelha.

— ...? – eu me aproximei pra escutar melhor.

Maldita seja minha curiosidade, mamãe sentiria vergonha se me visse espiando assim.

— Eu sei, eu-... sim... eu sei pai... eu treinei o mês todo, apenas hoje eu não posso-... sim senhor... desculpe... tá bom... – ele tirou o telefone da orelha, observando a tela.

Os problemas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora