Capítulo 17

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Maitê
Duas semanas depois
Estou de pé sob o jato potente do chuveiro, aproveitando a água quente que escorre pelo meu corpo.
Vou sentir falta disso quando a gente voltar a Londres.
Estou amando o tempo mágico que estamos passando aqui na Cornualha, só nós dois. Vou sempre me lembrar com carinho do período que passei nessa casa extraordinária com ele.
Enquanto lavo o cabelo, abro um dos olhos, sem conseguir se livrar da ansiedade.
Por mais que tenho trancado a porta do banheiro, estou nervosa.
Não estou acostumada a ficar sozinha e sinto a falta dele sei que ele precisou ir na outra propriedade dele aqui perto mais sinto falta dele.
Acostumei com a presença dele. 
Decido vestir a calça jeans preta com uma blusa cinza e um belo cardigã cor-de-rosa. Espero que o William goste da escolha.
Finalmente vestida, pego o secador de cabelo e o ligo, então o ruido agudo preenche o silêncio.
Finalmente está seco.
Desligo o secador.
Sentindo incomoda, com a impressão de ter ouvido algo.
Mas é só o barulho das ondas na enseada lá embaixo.
Fico de pé, observado o mar pela janela.
Sorri ao se lembrar da noite de ontem a gente fazendo amor na praia.
A chuva está diminuindo.
Talvez posso caminhar pela praia hoje e fazer amor novamente lá.
E depois almoçar naquele restaurante outra vez.
Foi uma noite maravilhosa.
Todos os dias com ele foram bons.
Ouvi o ruído de um móvel sendo arrastado pelo piso de madeira e vozes masculinas abafadas no andar de baixo.
Maitê: Que isso?
Será que William trouxe alguém para casa? (Ouço a voz de Bruno adrenalina percorrem seu corpo, e fico imóvel no quarto.) Eles me encontrou.
William
Disparo pela trilha, fazendo meu carro tremer sobre o mata-burro e forcando-o a ir mais rápido.
Preciso voltar para a casa.
Mal consigo respirar.
Minha ansiedade e um aperto no peito.
Por que a deixei lá?
Se algo tiver acontecido com ela... Nunca vou me perdoar.
Meu cérebro trabalha desesperado.
Será que são eles?
Os babacas que a traficaram?
Sinto um nó no estômago.
Como nós encontraram?
Como?
Talvez tenham sido eles os merdas que arrombaram meu apartamento em Londres.
Acharam um informações sobre onde estamos.
E agora estão aqui.
Que audácia a deles, irem até a minha casa. Agarro o volante com força.
Rápido.
Rápido.
Rápido.
Se a encontrarem no esconderijo... Nunca mais vou vê-la.
O pânico me vence.
Ela vai ser arrastada para um submundo horrível e nunca vou encontrá-la.
Não merda não.
Dou uma guinada na pista que leva ao esconderijo.
Maitê
Meu coração está a mil.
O cômodo gira uma vez, duas vezes, e minhas pernas começaram a tremer.
Estou vivendo meu pior pesadelo.
A porta do quarto está aberta, e escuto eles sussurrar lá embaixo.
Como entraram aqui?
Um ruído na escada me obriga a agir.
Corro até o banheiro e fecho silenciosamente a porta.
Com as mãos úmidas e trêmulas, tranco a porta enquanto tento respirar. 
Como me encontraram?
Como?
Estou zonza de medo.
Sentindo impotente, percorro o cômodo com os olhos em busca de algo com o que posso me defender.
Qualquer coisa.
A lamina de barbear dele?
A escova de dente.
Pego os dois e guardo no bolso de trás.
Mas as gavetas estão vazias... Não há nada ali.
Única coisa que posso fazer é me esconder. E torcer para que a porta aguente até o William volta.
Não. William!
Não será páreo para eles.
É apenas um homem... E eles são dois.
Vão machucá-lo.
Meus olhos se enche de lágrimas, e caiu no chão do banheiro quando minhas pernas cedem.
Apoio na porta como um lastro humano, segurando-a caso tentem arrombar.
Bruno: Ouvi uma coisa.
Pedro: Cheque essa porta.
Bruno: Está ai, sua vagabunda?
Maitê
Grita Bruno, sacudindo a porta do banheiro.
Enfio o punho na boca para conter o grito, e lágrimas escorrem pelas minhas bochechas.
Nunca me sentir tão assustada.
Não sei lutar e não há como fugir do banheiro.
E não tem como avisar William.
Bruno: Saia! Vai ser pior para você se tivermos que arrombar a porta.
Maitê
Fecho os olhos com força e contenho os meus soluços.
De repente, um baque terrível na porta. Estão tentando arrombar a porta.
Mas resisto.
Coloco um pé na porta.
Lamentando não estar de sapato ou meia. Meus pés se agarram ao chão de ardósia e jogo todo o meu peso todo na porta, na esperança de que isso ajude a resistir.
Pedro: Quando eu entrar ai, vou matar você.
Sua filha da puta.
Sabe quanto dinheiro me custou?
Sabe? (Dou outro golpe na porta.)
Maitê
Sei que é só uma questão de tempo.
Seguro o choro quando o desespero me domina.
William
Meu carro corre em direção ao esconderijo, e eu avisto uma BMW velha que parece não ser lavada há mais de um ano largada aleatoriamente diante da garagem.
Merda. Estão aqui.
Não. Não. Não.
Meu medo e minha raiva aumentam, ameaçando tomar conta de mim.
Maitê!
Calma, cara. Calma, cacete. Pense. Pense. Pense.
Eu me aproximo e paro o carro bem encostado no portão.
Por aqui eles não saem.
Se eu subir pelos degraus da entrada, vão me ver e vou perder o elemento surpresa. Abro a porta do carro e corro até o portão lateral, que é menos usado, seguindo até a copa.
Minha respiração está entrecortada e ofegante enquanto a adrenalina percorre meu sangue, dobrando meu batimento cardíaco.
Calma, cara. Calma.
A porta da copa está aberta.
Merda. Talvez tenham entrado por aqui. Inspiro fundo para me acalmar, meu coração a mil, e empurro devagar a porta, entrando. A adrenalina deixa meus sentidos mais aguçados. Minha respiração é ensurdecedora.
Silêncio. Foça silêncio, porra.
Ouço gritos. Lá em cima.
Não. Não. Não.
Se encostarem em um fio de cabelo dela, vou matá-los.
Vou para o armário de armas no alto da parede e o destranco.
Tentando manter a calma, eu me concentro da forma mais silenciosa possível.
Com movimentos fluidos e delicados, eu a pego, abro o cano e coloco duas balas dentro. Enfio mais quatro no bolso do casaco.
Nunca fui tão grato quanto agora pelo fato de o meu pai ter me ensinado a atirar.
Fique calmo.
Você só vai ter chances de salvá-la se ficar calmo.
Repito esse mantra na minha mente. Soltando a trava de segurança, entro no cômodo principal.
Não há ninguém ali embaixo, mas ouço um estrondo enorme lá em cima, seguido por gritos em uma língua estrangeira.
Maitê berra.
Maitê
Grito quando a porta cede e sou arremessada no chão do banheiro.
Pedro quase cai.
Me encolho toda, aos prantos, e o medo me paralisa.
Meu destino está traçado.
Minha respiração se resume a arcadas curtas e fracas.
Estou zonza.
Zonza de medo.
Bruno: Ai está vc, sua filha da mãe.
Maitê
Ele agarra o meu cabelo, puxando a minha cabeça para cima.
Grito e ele me dá um tapa forte no meu rosto.
Pedro: Sabe quanto dinheiro me custou, sua vagabunda fodida?
Vai pagar cada centavo que me deve com o seu corpo.
Maitê
Seu rosto está a centímetros do meu.
Seus olhos sombrios e ferozes, cheios de fúria.
Tenho ânsia de vômito.
O hálito dele é podre, como se tivesse algo morto na língua, e o cheiro do seu suor a cobre como uma nuvem imunda. Ele me dá outro tapa forte e me coloca de pé, me puxando pelo cabelo.
A dor é indescritível parece que meu couro cabeludo está sendo arrancando.
Maitê: Pedro! Não! Não!
Pedro: Cacete, sua vadia de merda, pare de choramingar e ande!
Maitê
Ele me sacode com força e me joga no quarto, onde Bruno aguarda.
Caio no chão, esparramada como uma estrela do mar.
Então logo me encolho.
Isso não pode estar acontecendo.
Fecho os olhos com força, aguardando os golpes inevitáveis.
Me mate logo. 
Me mate logo.
Bruno: E vc se mijou.
Sua puta imunda.
Vou acabar com vc.
Maitê: Pedro dá a volta e chuta minha barriga com força.
Maitê
Grito quando a dor dilacera meu corpo, deixando-me sem ar.
William: Fique longe dela, seu babaca de merda!
Maitê
A voz de William ecoa no quarto.
Abro os olhos turvos.
Ele está aqui.
William está de pé na entrada do quarto, seu casaco escuro lhe deixando com aparência de um arcanjo vingador, seus olhos cor de mel com um brilho letal, e empunha a espingarda de cano duplo.
Ele está aqui. Com a arma.
William
O babaca se vira para me olhar.
Fica pálido de choque e pula para trás, boquiaberto, gotículas de suor em sua cabeça calva e pálida.
Seu amigo rosto fino também dá um passo atrás e ergue as mãos, os lábios trêmulos. Parece a porra de um roedor, afogado dentro da parca grande demais.
A vontade de puxar o gatilho é avassaladora.
Preciso lutar contra todos os meus instintos para não fazer isso.
O careca está me observando, os olhos focados, me avaliando.
William: Não me testa! (Urro.) Mãos para o alto ou acabo com você.
Saia de perto dela.
Agora! (Ele dá mais um passo cauteloso para trás, os olhos indo de mim para Maitê enquanto contempla as opções.
Ele não tem nenhuma.
Babaca.
William: Maitê fique de pé. Agora ande! (Ordeno, já que ela está perfeitamente ao alcance dele. Ela se levanta com dificuldade. Seu rosto está vermelho de um lado, onde o escroto deve ter batido nela.
Contenho o impulso de estourar os miolos dele.)
William: Venha para trás de mim. (Digo entre os dentes.
Ela me obedece, e eu a ouço arfar de medo.) Vcs dois.
No chão, de joelhos!
AGORA! E NÃO QUERO OUVIR UMA PALAVRA DE NENHUM DOS DOIS.
Maitê, você está bem?
Maitê: Sim.
William
Meu telefone começa a vibrar no bolso. Merda. Aposto que é o Sebastian.
William: Pega meu celular no bolso de trás da minha Calça. (Peço a Maitê enquanto contínuo mirando nos dois fdp.
Ela me obedece e explica a situação ao Sebastian pedindo a ele que chama a polícia não demora muito para a polícia aparecer e levar esses  vermes, deixo a arma na cama e vou até ela que chora abraço ela.)
William: Acabou meu amor eu estou aqui (beijo cada lágrima que escorre) Eu te amo e sempre vou te proteger de todo o mal (beijo ela)
Maitê: Eu te amo
Continua...        

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