𝐋𝐀𝐃𝐘 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐂𝐇𝐀𝐌𝐏

ᵗʷᵉⁿᵗʸ⁻ᵗʰʳᵉᵉ

Passei o resto do dia na sala, sei que se ficasse no quarto iria acabar sedendo e vendo as coisas da caixa, e se isso acontecesse eu iria desmoronar e isso não é uma opção.

Tomei um bom banho e ainda com a toalha no corpo comecei a fuçar o guarda-roupa, a procura da minha lingerie.

Então a achei.

É uma lingerie de renda preta, geralmente eu prefiro a vermelha mas optei por algo mais simples.

Vesti a mesma e por cima coloquei uma calça moletom cinza e um cropped preto.

Fui até o banheiro novamente, parei em frente ao espelho e comecei a desembaraçar meus cabelos.

Suspirei após acabar e então me joguei na cama, talvez tenha me preparado muito cedo, Beauchamp com certeza vai demorar uma eternidade para voltar.

Rolei de um lado para o outro na cama a procura de uma posição confortável e de qualquer forma não funcionou.

Virei a cabeça para o lado observando a pequena caixa enfeitada.

Suspirei e me levantei, peguei a caixa nas mãos e coloquei encima da cômoda.

Comecei a folhear algumas páginas de meu antigo diário, eu realmente via o lado bom de tudo, apesar de não ter nada de bom em nada que acontecia comigo.

Eu simplesmente não queria acreditar que a vida fosse tão cruel daquela forma, e no fim descobri que a vida era muito pior do que eu imaginava.

E se não há recompensa após a morte, a vida é apenas uma brincadeira cruel.

Guardei o diário e peguei meu álbum em mãos, e então assim que a abri já me deparei com um foto minha fazendo caretas, lembro bem dessas fotos.

Eu havia acabado de ganhar uma câmera fotográfica da minha mãe, não tinha tanta qualidade como as de hoje mas eu me divertia muito, no meu tempo livre eu tirava fotos minhas e da "paisagem" vinda de minha janela, que se resumia a um grande muro cercado por capangas e fios de energia espalhados em volta da casa a qual me impedia de tirar fotos do céu ao por do sol.

Quando percebi lágrimas rolavam sobre meu rosto, minha infância não foi das melhores mas eu consegui aproveitar, e tirar coisas boas até dos piores momentos, pena que tudo aquilo não durou muito.
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Abri a porta sem fazer barulho e lentamente me aproximei de Any.

A mesma estava de costas me impedindo de ver seu rosto mas eu ainda conseguia ouvir os soluços baixos de seu choro silencioso.

Ela estava com um álbum em mãos, provavelmente aquilo não lhe trazia boas lembranças.

Não sei sobre o seu passado mas sei que foi doloroso o suficiente para fazer ela se tornar uma mulher tão manipuladora e egoísta.

Me aproximei silenciosamente  mas logo ela olha para mim e vira para frente novamente, ela enxugou as lágrimas e fechou o álbum.

── Deveria ter batido na porta.

── Eu sei, está tudo bem?

── Tudo ótimo.

A mesma guardou o álbum e as outras coisas dentro da caixa e então fechou a mesma.

── Não precisava fazer isso.

── O quê?

── Eu vi você enxugar as lágrimas Gabrielly, saiba que não precisa esconder nada de mim.

── Coisas pessoais minhas não são de seu interesse beauchamp, eu não preciso nem nunca precisei da ajuda de ninguém, não é agora que isso ira mudar.

Continuei olhando para a mesma então logo ela se aproximou.

── Por que ao invés de tentar cuidar de mim você não faz outra coisa hm?

Ela tem uma mudança de humor impressionante, talvez para não falar sobre o motivo de seu choro.

A mesma me empurrou fazendo com que eu caísse sentado na cama e então ela veio por cima e se sentou em meu colo.

── Talvez eu não precise que cuide de mim, e sim, que me foda beauchamp.

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O próximo capítulo----

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