𝐋𝐀𝐃𝐘 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐂𝐇𝐀𝐌𝐏

ᵗʷᵉⁿᵗʸ⁻ⁿⁱⁿᵉ

[recomendo que ouçam a música da mídia enquanto lêem]
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── Obrigado.

── Não me agradeça, essa é a primeira e última vez que eu te ajudo Beauchamp, não espere que eu faça isso de novo.- disse seca indo em direção a porta.

── Ah e se precisar de mais alguma coisa, não me chame.- disse indo em direção a porta.

── Espera.- falou segurando meu braço, me fazendo ficar a sua frente novamente.
E então o mesmo suspirou e me entregou uma caixinha pequena.

── O que é isso?

── Antes de isso acontecer.- diz se referindo aos machucados.── Falei com Silvio.

Franzi o senhor tentando decifrar pelo seu olhar a que ponto ele queria chegar.

── E ele me entregou isso, disse que era seu quando você era menor.

Olhei para pequena caixa pouco hesitante e então abri a mesma, olhei para o pequeno colar e logo reconheci.

Lembro bem que tem um pequeno espaço dentro do colar, a qual eu guardei uma foto.

── Achei que tivesse perdido..

Com pouco esforço consegui abrir o pequeno fecho do pingente, e então enxerguei a minúscula foto que já estava bem desgastada.

Sorri de canto e suspirei, guardei o mesmo dentro da caixa novamente e então voltei a olhar para Josh.

── Tem um grande significado para você, não é?

── Até tinha, agora é apenas um colar idiota que me trás más lembranças assim como as outras coisas do meu passado.

── O que aconteceu com você? Digo, no passado?

── Então, você quer saber sobre meu passado?- perguntei com os olhos semicerrados.

── Sim, estou curioso para saber o que te transformou em uma mulher tão..

── Egoísta? Manipuladora? Qualquer uma dessas palavras serve, e acredite, já ouvi insultos piores, mas o que você quer saber sobre o meu passado?

── Tudo, e de preferência, com detalhes.

Ri sem vontade então respirei fundo antes de começar a falar.

── Silvio sempre desejou um herdeiro, para poder governar a máfia junto a ele, mas, ele queria um herdeiro homem, então eu nasci, ele me odiou desde o momento em que eu vim a este mundo mas ao contrário dele, minha mãe me amava independente de qualquer coisa, mas Silvio não só me odiava como fazia da minha vida um inferno e apesar de tudo que ele fazia comigo eu ainda tinha poucas esperanças de que ele pudesse me amar... Tolice a minha, talvez não acredite, mas nem sempre eu fui assim.- disse me referindo a minha personalidade atual.

── Bom, um dia minha mãe cansou, resolveu fugir comigo, e o plano tinha tudo para dar certo porém não contávamos com uma coisa...
Silvio sempre teve muitos inimigos, e ao longo dos anos me escondeu por vergonha, mas assim que descobriram que eu era sua única filha acharam que me usando poderiam atingi-lo, mas não foi bem assim..

***

─ Corra Any!

─ O que? Para onde eu irei? Eu não posso deixar você para trás!

─ CORRA!

olhei para trás e vi que minha única saída era a mata.

Corri sem olhar para trás apenas ouvi passos rápidos atrás de mim o que fez com que meu coração acelerasse.

Os espinhos arranharam minhas pernas mas o desespero dominava qualquer tipo de sentimento que eu pudesse sentir.

Tropeço em uma pedra e engatinho até uma árvore, me encostei na mesma e respirei fundo enquanto tentava pensar que tenha ficado para trás, prefiro pensar isso..

Ouvi galhos se quebrando atrás de mim então cobri minha boca com as mãos e fechei os olhos torcendo para que ele não me encontrasse.

─ Peguei você...
Ouvi um sussurro em meu ouvido e meu corpo se arrepiou.

Ele me encontrou.

Minhas mãos tremiam.

Ele me agarrou e me tirou do chão, gritei, me debati, chorei desesperadamente, ele me segurou com tanta força que deixou marcas vermelhas por meu corpo.

Ele resmungou xingamentos e depois me jogou no chão com brutalidade me fazendo gemer de dor.

─ O que vai fazer comigo..- perguntei ofegante.

─ Vou te dar o que você merece.

Arregalei os olhos e então ele subiu encima de mim e segurou meus braços enquanto eu tentava chutar o mesmo.

Com a mão livre ele tapou minha boca me fazendo ficar com falta de ar.

─ Shh... não vai doer nada querida..- sussurrou em meu ouvido.