ˢᵉᵛᵉⁿᵗʸ⁻ⁿⁱⁿᵉ

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── Conseguiu o que eu pedi?- perguntei com a voz baixa

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── Conseguiu o que eu pedi?- perguntei com a voz baixa.

── Sim...- falou mexendo em seus bolsos.── Aqui está.- falou me entregando um pequeno saco transparente.

── Já está dispensado, assim que puder irei te recompensar.- falei séria e ele assentiu com a cabeça, logo se retirando.

Suspirei, e na ponta dos pés silenciosamente fui em direção a escada.

Mas parei assim que vi a silhueta de Sabina parada no fim do corredor.
Ela tinha um semblante desconfiado e até um pouco bravo.

Rapidamente escondi o saco com as mãos atrás das costas.

── Any? O que está fazendo acordada a essa hora?

── Eu? Ham.. não estava conseguindo dormir.- respondi com nervosismo enquanto Sabina me encarava com o cenho franzido.

── O que está escondendo aí, hm?- perguntou se aproximando, agora tentando ver o que eu escondia.

── Nada.- respondi rapidamente.

Então a mesma segurou meus braços, tentando tomar o que eu tinha escondido entre as mãos.

── Não é nada! Pare com isso.- esbravejei, mas ela não parou até conseguir pegar o pequeno pacote de minha mão.

Ela olhou para aquilo e depois olhou para mim com um semblante decepcionado.

── Você me disse que tinha parado de fumar.- falou séria e eu suspirei derrotada.
── Como posso confiar em você sabendo que não consegue ao menos se controlar?

── Sabina...

── Você vai parar com isso, está me entendendo?!

── Eu não consigo! Tá legal? Eu tentei, juro que tentei, mas não dá para eu me controlar enquanto minha própria mente me tortura.

Após ouvir minha fala seu semblante mudou totalmente, agora parecia preocupada, muito preocupada.

── Eu entendo que seja difícil e..- a interrompi.

── Não, você não entende como é perder a pessoa que você mais amou, você não entende como é perder o seu único porto seguro.
E não só uma, e sim duas vezes, perdi tudo, perdi o Josh, a minha mãe, minha máfia, não tenho mais nada, sendo assim, não importa mais o que eu faça.- disse ríspida pegando o saquinho de suas mãos, então fui em direção a escada ainda sentindo seu olhar sobre mim.

Não gosto de decepcionar ninguém, muito menos alguém que sempre me ajudou, porém dessa vez.. não consigo me importar tanto a ponto de me controlar, então, não vou parar...

A não ser que.... Eu consiga outra forma de me controlar.. ou, ao menos de tentar me controlar.

Preciso de um reinício!

***

Estava decidida no que ia fazer.

Irei recomeçar, longe daqui, longe de todas as coisas do meu passado, e longe de todas as pessoas que fizeram parte dele.

Joguei algumas de minhas coisas na mala de forma despojada, não sabia bem para onde iria, e nem vou levar muita coisa, só irei levar o necessário.

Dou um pulinho de susto ao ouvir a porta ser aberta, logo recebendo olhares apreensivos de Joalin, Sabina, Krystian e Noah.

── O que você está fazendo?

── Vou embora.- respondi desviando o olhar, logo fechando o zíper da mala a minha frente.

── O quê? Para onde pensa que vai?

── Eu não sei, qualquer lugar longe daqui será o suficiente.- falei colocando a mala no chão, logo a arrastando até a porta, a qual passei esbarrando nos ombros de Sabina.

── Você perdeu a cabeça por acaso?- perguntou me seguindo até as escadas.

── Eu não posso mais ficar aqui.

── E por que não?

── Porque tudo aqui me trás lembranças, tais que são o motivo do meu estado deplorável, não que eu vá mudar por causa disso mas...

── Any, você está estressada, não pode tomar essa decisão assim, por impulso.- interviu Joalin, também me seguindo até o andar de baixo.

── Não estou estressada! Eu só preciso sair daqui o mais rápido possível, agradeço por tudo que me fizeram, mas não posso estragar a vida de mais ninguém.

── Estragar? Do que está falando?- Krystian questionou preocupado e eu bufei.

── Todas as pessoas que se aproximam de mim se machucam, e não posso mais deixar isso acontecer, por isso, irei embora, comemorem! Finalmente vou deixar de ser um peso para vocês.

── Você nunca foi um peso para nós, é um pouco difícil de lidar... Admito, mas amamos você Any, apesar de tudo, você não pode ir embora assim.

── Sim, eu posso. E eu vou.
E ninguém é capaz de me impedir.- falei com a intenção de dar um ponto final naquele assunto, antes que conseguissem fazer com que eu me arrependesse, então fui em direção a porta.

── Nem mesmo eu?

Estremeci ao ouvir aquela voz tão familiar, e não era de Noah, muito menos de Krystian.

𝐋𝐀𝐃𝐘 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐂𝐇𝐀𝐌𝐏Onde histórias criam vida. Descubra agora