ˢᵉᵛᵉⁿᵗʸ⁻ᶠⁱᵛᵉ

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Dias se passaram, e a dor ainda me consumia por inteiro

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Dias se passaram, e a dor ainda me consumia por inteiro.
Minha rotina mudou totalmente, é raro alguém me ver sair do quarto e é mais raro ainda alguém conseguir me ver sóbria.

Passo todo tempo procurando formas de me distrair, de remover a dor, mas, digamos que não são dos jeitos mais saudáveis.

Comecei a beber em excesso, eu odiava cigarro e agora não vejo outra opção a não ser usá-los, e quando não posso usar as opções anteriores, simplesmente tomo comprimidos e passo o resto do meu tempo dormindo.
Ao menos em meus sonhos, ele está junto a mim.

Mudei de uma forma em que nem eu mesma me reconheço, mas nesse momento não sou movida pela razão e sim pelo luto, que consome cada parte de meu corpo, move cada célula, e me força a fazer coisas que não quero.

Mexi em minha mesa de cabeceira a procura do meu companheiro diário.
O cigarro.

Assim que o encontrei me joguei na cama, logo o acendendo, então quando levantei meu olhar vi Noah me observar, estava parado na porta ─que raramente estava aberta─ com um semblante confuso e bastante surpreso.

── Desde de quando você fuma?- questionou com o cenho franzido.

── Ah, não faz muito tempo.- respondi com naturalidade, como se fosse algo habitual, e pra mim, realmente era.

── Josh não iria gostar de te ver assim..

── Ah, então que pena que ele está morto.- falei seca, o encarando com frieza, aquelas palavras me machucavam muito, mas não estava sóbria o suficiente para chorar.
Então peguei um fósforo e acendi o cigarro, logo então o levando até a boca.

── Any… sei que está sendo difícil para você e…- o  interrompi.

── Não começa com esse papinho motivacional, não preciso que tenha pena de mim Urrea.- retruquei logo em seguida tragando o cigarro.

Observei noah morder os lábios aflito, então ele veio em minha direção e tirou o cigarro de minha boca.
── Ei!- protestei.

Então ele jogou o cigarro no chão e pisou, e eu o Fuzilei com os olhos.

── Não posso permitir que continue se destruindo Any.

── Me destruir? Isso é sério?

── Any, sei que é difícil mas, você tem que superar! Isso está mexendo com a sua cabeça, eu entendo que tente afastar a dor, mas procure outra forma ou..- o interrompi novamente.

Explodi

-Ok, Urrea, irei lhe citar as coisas que uso e faço para me distrair e para tentar "superar", já que tenho inúmeras opções.
Eu bebo isso, quando quero esquecer tudo.- falei lhe mostrando uma garrafa de bebida.
── E isso para fugir da realidade, mas conhecida como a boa e velha nicotina.- falei lhe mostrando o cigarro.
── Também uso isso, para me dopar, e nossa… funciona tanto que se eu tomar mais do que o necessário posso dormir e não acordar mais.- falei ironizando, enquanto lhe mostrava o pequeno pacote de comprimido.
── E isso, faço quando nenhuma das últimas opções funcionam.- falei a última opção, joguei o pacote de comprimidos na cama com raiva, lhe mostrei as palmas das minhas mãos, que continham feridas.
── Claro, isso pode estar me matando aos poucos, mas são as poucas coisas que ainda me fazem sentir viva em meio a tanta dor.
Isso pode parecer doloroso, mas essa é a minha forma de "superar".

── Any..

── Saía daqui Urrea, me deixe sozinha.

── Isso vai acabar te matando.

── E daí? Se eu morrer de verdade, quem liga não é?

Noah me encarou chocado com minha fala, ele sabia que não estava falando sério.
Ele sabe, sabe que essa não sou eu, eu não quero isso, não quero me machucar, mas... Não consigo parar.

𝐋𝐀𝐃𝐘 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐂𝐇𝐀𝐌𝐏Onde histórias criam vida. Descubra agora