𝐋𝐀𝐃𝐘 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐂𝐇𝐀𝐌𝐏

ᶠᵒʳᵗʸ⁻ᵉⁱᵍʰᵗ

── Any..

── Não! Não tente se justificar, ele tem razão.
Quem seria burro o suficiente para confiar em uma mafiosa traidora como eu? Seja esperto Joshua.

Assim que percebi que ela iria se afastar a puxei pela cintura e segurei seu rosto forçando a mesma a olhar para mim.

── Eu confio em você Gabrielly.
Sei que por trás dessa farsa de menina malvada há uma garota totalmente diferente.

── Você não sabe de absolutamente nada.

── Me escuta!- esbravejei e ela se calou e olhou em meus olhos.
── Não precisa mentir para mim, pelo menos uma vez na vida pise nesse orgulho que tanto te persegue, não deixe ele comandar a sua vida, do contrário você vai acabar sozinha.

── O meu destino é terminar sozinha beauchamp! Não vou ser jovem para sempre! Eu já sei como vou acabar...

── Diga-me, como você acha que vai acabar?!

── Velha, sozinha e cheia de rugas! É isso que vai acontecer comigo se ninguém me matar até lá.

Seu olhos estavam escuros, sem vida..
Ela não quer isso.
Não quer esse futuro mas também não quer morrer, e é orgulhosa de mais para tentar mudar isso.

── É realmente isso que quer?

── Claro que não, mas que escolha eu tenho? Não tenho ninguém, nunca tive.- falou fitando o chão.

── Você tem a mim.- posicionei minha mão em seu queixo fazendo a mesma olhar para mim, dessa vez não precisei forçar.

Me aproximei lentamente deixando nossos rostos a centímetros de distância.

Pousei minha mão em sua bochecha e aproximei nossos lábios iniciando assim um beijo terno, sem segundas intenções..

Seus lábios macios deslizavam sobre os meus em um encaixe perfeito, por um momento tudo parecia não importar.
Agora tenho certeza de que realmente sinto algo, muito além do simples prazer que ela consegue me proporcionar.

Quebrei o beijo antes que tomasse um rumo diferente, entrelacei meus dedos nos seus e a puxei lentamente até a cama.

── Acho melhor você descansar, amanhã vai ter uma ressaca horrível.

── Você sempre quer que eu descanse beauchamp, as vezes penso que se pudesse você me prenderia num pequeno pote e me levaria consigo para todo lugar, longe de todos.

── Se pudesse eu realmente faria isso.- disse entre risadas.── Ao menos você ficaria segura.- logo um silêncio constrangedor pairou pelo local.

Me aconcheguei a ela na cama a abraçando por trás, ela quando está bêbada tem mudanças de humor mais frequentes que o normal, chega a ser engraçado.

── Eu gosto de você.- sussurrou me fazendo mudar de posição para poder olhar para ela.
── Não costumo confiar nas pessoas, mas confio em você Então não me decepcione, por favor.

── Não vou.

── Pode me prometer uma coisa?

── Depende.

── Prometa que não vai se apaixonar por mim.- disse séria.

Tarde de mais.

── Isso não é um problema.- fingi desdém e ela assentiu com a cabeça.
── Mas porquê?- questionei e ela suspirou.

── Porque não podemos nos apegar um ao outro, seria loucura.
Eu não posso depender de você Joshua, caso algo te acontecesse eu não suportaria..
Não posso perder mais ninguém.- seu olhar transmitia tristeza e incerteza, ela não queria aquilo.

Continuei em silêncio ouvindo suas confissões, tais que se ela estivesse sóbria nunca falaria em voz alta.

Agora me pergunto se amanhã ela vai se lembrar do que aconteceu.

Cada dia mais o desejo que tenho de possuí-la aumenta, não me refiro sexualmente, e sim sentimentalmente.
Mas depois da promessa que fiz não acho que vá funcionar, ela já deixou bem claro que não quer se envolver... Ou apenas não quer admitir seu verdadeiro desejo.