ˢᵉᵛᵉⁿᵗʸ⁻ᶠᵒᵘʳ

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Me apoiei na parede, ainda tendo lembranças vagas de seu sorriso, de seu jeito brincalhão e pervertido

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Me apoiei na parede, ainda tendo lembranças vagas de seu sorriso, de seu jeito brincalhão e pervertido.
Enquanto uma vozinha irritante ecoava em minha mente.

A culpa é sua.
Josh está morto, por sua causa.

VOCÊ O MATOU!

Me vi indo em direção ao chão, mas senti braços me envolverem e me fazerem sentar novamente.
Estava surtando.

Estava com muita falta de ar, não conseguia pensar, ou falar, nem se quer me mexer.

── Respira fundo, Any, tenta ficar calma..

Nenhuma palavra que me dissessem iria ajudar, pois eu não ouvia nada além da voz de minha mente, me culpando por tudo.

Você matou o Josh, matou sua mãe e se não se afastar vai matar a todos a sua volta.
Você é um monstro, e não tem como controlar isso
Este é o seu destino, você não é digna de amor.

Balancei a cabeça em negação e me levantei, empurrei todos para longe e passei as mãos no rosto, com o intuito de secar as lágrimas que insistiam em cair.

Respirei fundo antes de voltar a falar.
── Eu tô bem, estou ótima, eu... Vou para casa.- menti descaradamente, tentando forçar um sorriso ainda com os olhos marejados.

Antes que eu pudesse protestar Noah me abraçou fortemente, só ele entendia a dor que era perder o seu irmão.

─ Vamos, eu te levo para casa.

Suspirei derrotada e o acompanhei.

O caminho até a mansão foi em completo silêncio, a dor e a ansiedade me corroiam.
Senti leves tremores em minhas mãos, enquanto meu peito subia e descia freneticamente, lágrimas deslizavam pelo meu rosto enquanto eu cravava as unhas na palma da mão, reprimindo a vontade que tinha de gritar.

Eu o amava, e só percebi isso no momento em que o perdi.

O primeiro homem que amei, está morto, por minha causa..

Esperava que Noah me levasse para casa, mas ele me levou para sua mansão, e eu não pude protestar.

Cada canto daquela casa carregavam lembranças, lembranças as quais mais me machucam agora.

Noah foi até seu quarto tão abalado quanto eu, e me deixou sozinha, o que foi uma péssima ideia.

Vasculhei os armários e prateleiras a procura de algo que aliviasse a minha dor
Estava entrando em desespero, até abrir uma gaveta qualquer e encontrar alguns comprimidos.

Tirei 3 dos comprimidos do pacote e joguei na boca, engolindo em seco.
Não sabia para que servia e também não dava a mínima, afinal, mesmo se eu morrer, quem liga?

Não tenho mais nada a perder, pois tudo de mais precioso que tinha deixei me escapar por entre os dedos, e agora me via perdida, sufocada, como se estivesse a beira de um precipício sem ninguém para me salvar.
E agora, nada mais faz sentido.

Apenas quero parar essa dor insuportável que aperta meu peito e me mata lentamente, nunca imaginei que me sentiria assim, nunca nada me machucou como agora, e nunca irei amar ninguém como amei aquele homem, o homem que me salvou mesmo sem eu merecer, o homem que me amou apesar das minhas inúmeras imperfeições.

E o homem, que nunca irei esquecer.

𝐋𝐀𝐃𝐘 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐂𝐇𝐀𝐌𝐏Onde histórias criam vida. Descubra agora