𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓 𝐎𝐅 𝐘𝐎𝐔 - 𝐁𝐀𝐊𝐔𝐆𝐎𝐔 𝐗 𝐋𝐄𝐈𝐓𝐎𝐑𝐀

Capítulo XX

       O sol parecia mais insuportável do que nos dias anteriores, S/N estava no chão ofegante com os olhos cobertos pelo antebraço e a espada na mão enluvada do lado direito do corpo. Sentiu a grama incomodar nas pernas expostas e nos braços, respirou fundo se sentando e sentindo o suor deixar sua regata molhada. Faziam alguns dias desde que iniciara seu treinamento mais intenso com Momo, vez ou outra Shoto ou algum dos cavaleiros aparecia para lhe dar maior assistência mas a princesa se virava muito bem, pegava todas formas de ataque com facilidade mas pelas horas adicionais e carga maior de exercícios seu treinamento parecia mais pesado que o habitual. 

      Ela se levantou sacando a espada, puxando a barra da camisa para limpar a testa e deixando o abdômen a mostra, logo que baixou o tecido olhou para frente e começou a depositar mais ataques em um dos bonecos de treino. A diferença desse boneco de treino e o do que estava acostumada a treinar era que ele possuía um mecanismo de desvio, capaz de sentir o metal da espada quando indicava ataque. O que a deixava irritada, e muito. S/N foi responsável por quebrar pelo menos três desses bonecos durante treinos, seus golpes de fato haviam melhorado mas sua paciência ainda era algo que necessitava de uma demanda imensa de tempo e principalmente, treinamento. 

 — S/N! — ela se virou com a voz a chamando.  — Finalmente achei você. 

   Era Mina, ela parecia ofegante e cansada, foi correndo até a princesa e logo parou com as mãos no joelho e um papel entre os dedos. 

 — Wow, você tá bem? Quer entrar na fortaleza pra conversar?   — a princesa perguntou enfiando a espada no chão. 

 — É... Melhor!  — deu um sorriso suave. 

    S/N deu uma risada baixa e logo indicou o casarão com a cabeça, deixou a espada do lado de fora e entrou respirando fundo sentindo a sombra lhe deixar mais confortável que o sol. Foi até a cozinha e pegou um copo de água para Mina e outro para ela, chegou na sala aonde a cavaleira estava sentada, jogada no sofá abanando o próprio corpo com a mão sinalizando que estava com calor, entregou a bebida e logo a viu virar tudo em um gole. Sentou-se no outro sofá ao seu lado e deixou as pernas abertas, apoiando o cotovelo na cabeceira do sofá. 

 — Então, sobre o que queria conversar?   — deu um gole na água. 

 — Lembra dos exames que fizemos naquele lobo que atacou o vilarejo, algumas semanas atrás?   — ela observou a princesa assentir.  — Nós descobrimos que talvez isso possa ter relação ao ataque que você sofreu quando estava com Katsuki.

 — Relação com o que exatamente?   — a princesa deixou o copo na mesinha de madeira. 

 — Com quem mandou, você não ouviu pois estava adormecida mas Bakugou falou que você enfrentou Shigaraki. Ele é um dos inimigos mais perigosos que já se opuseram contra o reinado da família Katsuki, bom, da sua liga ele é apenas um dos mais.   — ela tomou ar antes de encarar a garota. 

— De que liga está falando exatamente, Mina? 

— Eles são conhecidos como Liga dos Vilões, mas não é esse o caso, descobrimos que esse lobo foi manipulado por um dos elementares de fogo. Dabi. 

— Eu não sei quem é, mas pelo o que está falando ele parece ser bem perigoso eu acho. 

— Ele é, bom eu vou descrever a aparência dele caso o encontre por aí já fique sabendo: ele é alto, normalmente usa o cabelo preto preso em um coque e tem olhos azuis, além da "assinatura" óbvia, suas cicatrizes pelo corpo com uma coloração roxa.  — Mina viu S/N engasgar com a água.  — S/N você tá bem? 

 —  S-Sim, eu só me engasguei um pouco.  — ela bateu um pouco no peitoral.  — Pode continuar... 

   Mina deu um suspiro de alívio e continuou passando as informações para ela, S/N ouviu tudo atenta e percebeu que talvez estivesse sem saída novamente. Ashido disse que o lobo havia sido forçado por meio de combinações elementais a ter esse tipo de poder, um cruzamento com outro ser que poderia possuir a mesma habilidade mas os genes poderiam não ser compatíveis e ele não sobreviveria, se sobrevivesse, poderia ser destruidor. Mas ele só tinha um propósito que já havia sido cumprido, no caso, mandar avisos para o reinado e que estavam por perto.