𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓 𝐎𝐅 𝐘𝐎𝐔 - 𝐁𝐀𝐊𝐔𝐆𝐎𝐔 𝐗 𝐋𝐄𝐈𝐓𝐎𝐑𝐀

Capítulo XXXI

 A guerra com toda certeza, faz parte do ser humano por completo. A cada momento que respiramos e sentimos nosso corpo se movimentar, nossos cabelos moverem-se pelo ritmo do vento e nossos pelos se eriçarem, estamos batalhando contra algo que não podemos ver. Por mais que o sangue derramado seja justificado, ele nunca vai ser desejado por aqueles que possuem o coração conectado com sua mente, a sobrevivência se faz presente em cada passo que damos desde quando aprendemos a engatinhar. Entre cada fase das nossas vidas aprendemos qual nosso lugar, e nos resta apenas a entender: iremos ficar aonde viemos, ou tentaremos ser algo mais? Lutaremos pelo o que é nosso e viveremos em miséria com nosso 'eu' interno, ou tentaremos ajustar as coisas de forma pacífica? 

 Esse fora o pensamento da princesa desde que conheceu os campos de batalha, desde que sofreu a rejeição de sentimentos que se fazem necessários em nosso desenvolvimento. S/n era a futura rainha de Falicia, um reino onde vários tiranos se apossaram do trono e colocaram uma coroa que não lhes pertencia por mérito na cabeça. Mas nos mundos dos homens, nada é e nunca será, de fato justo. Entendia isso como ninguém principalmente enquanto suas lâminas atravessavam aqueles homens que davam sua vida todos os dias para servir alguém como o homem que um dia chamou de pai, a pessoa que deveria amar e ver como inspiração, era quem estava destinada a arrancar a cabeça. Seus movimentos eram como uma dança e em nenhum momento esquecera do treinamento que teve desde criança, em silêncio no meio da noite sempre via-se meditando para que pudesse manter a calma nesse tipo de situação. 

 S/n sentia a magia ficar mais forte, aquelas terras iam acordando aos poucos e preocupava-se sobre o que seu pai poderia se tornar, um homem como ele era a mais pura maldade e mágica misturada com negatividade poderia apenas levar a uma coisa: destruição. Então sentia medo não pelo o que poderia lhe ocorrer no campo de batalha, mas pelas consequências injustas que seu povo sofreria. Sua visão em nenhum momento ficou turva e sua adrenalina parecia infinita, a cada passo que dava parecia que haviam mais guardas, sabia que seu pai não iria até ali e esperava que ela voltasse para o castelo. Bom, para a princesa isso não seria problema. 

— Precisamos recuar! Estão fazendo isso apenas para nos cansar. — gritou em direção ao grupo que lutava com ela.

— Irei chamar os da linha de frente, vá com Shinsou até a floresta a encontro perto do rio. — ouviu a voz de Katsuki e assentiu. 

 Ela olhou para Shinsou e correu junto a ele quando terminaram de abater mais três soldados, olharam para trás para ter certeza que estava tudo certo. Desceram a estrada de pedras e foram em direção ao lago, entraram na floresta logo atrás dele e viram que na realidade, aquele lago era alimentado por um rio longo que era iluminado pelo sol, as flores pareciam nascer com calma na beirada e a água tinha um aspecto mais cristalino do que antes. Se apoiou em uma das árvores e respirou fundo tirando o suor da testa com as costas da mão. 

— O que planeja fazer? — ouviu  Shinsou.

— Voltar para Falicia e terminar com tudo isso... — respondeu analisando a espada. 

— Sabe que pra isso você precisa-  

— Sim. Eu sei. — respondeu o olhando. 

 Antes que o de cabelos roxo pudesse terminar de falar, o barulho de passos rápidos em conjunto chamou atenção, o grupo reconhecível estava lá. Todos ali, recuperando suas forças, e S/n sentiu um aperto no coração quando Mina se jogou em seus braços lhe dando um abraço apertado. 

— S/n! Meu deus! — foram as únicas palavras que saíram de sua boca. 

— Mina, pessoal... — a voz vacilou um pouco. 

— Sentimos sua falta, princesa. — Denki comentou sorrindo. 

— Eu também, perdão por envolvê-los nisso... — se desculpou respirando fundo.