S/n saiu da cela que estava, deixando o príncipe para trás e segurando firme no cinto que havia preso a sua calça. Passou pelos guardas sem muito esforço já que continuava sendo um membro da família real, não precisava da permissão deles para ir vir dentro de sua própria 'casa'. A princesa andou devagar pelos corredores sentindo o peso do corpo, como magia era sua fonte de alívio até mesmo para dores, com a falta dela, podia sentir os machucados recentes dos treinos e as fadigas dos músculos em cada ponto do corpo.
Apesar da dor continuou seguindo e foi até o seu antigo quarto, os corredores pareciam mais escuros do que antes, quando ela estava lá parecia que o castelo era mais alegre. Quando ela não sabia direito quem era e sinceramente, as vezes ela preferia que fosse assim. Colocou a mão em cima da maçaneta dourada, parecia um pouco envelhecida e girou sem muita força, quando entrou no quarto sentiu um aperto no coração ao ver a silhueta conhecida.
— Yuri? — a voz suave era quase chorosa.
— Alteza? Céus! — sentiu a princesa se jogar em seus braços em um abraço. — Eu pensei que...
— Perdão, mil perdões eu precisava sair daqui. — ele adornou os braços em sua cintura a apertando um pouco.
— Está tudo bem princesa, você não me deve explicação alguma. — ele afagou seus cabelos por um tempo. — Seu pai me disse que tinha voltado e pediu para que eu arrumasse seu quarto.
Seu pai. Ela sentiu um nó na barriga na forma em que o mordomo se referiu ao rei, mas ele não sabia de fato que ela guardava rancor pela majestade, mas ele sentiu a princesa ficar tensa em seus braços e logo limpou a garganta se arrependendo um pouco do que havia falado.
— Perdão, o rei. — ele disse levantando os óculos.
— Tudo bem Yuri, não tinha como você saber, bom, aonde estão Akemy e minha mãe? — perguntou segurando as mãos dele com um sorriso suave.
— Akemy foi mandada para casa dos avós junto com a mãe, o rei não queria que elas estivessem aqui quando você voltasse. Não era certo em sua visão que ambas presenciassem tanta violência. — sua voz era séria, como sempre.
— Eu sei que a vida delas ele não colocaria em risco, mesmo que as quisesse ter como peões, então acho que não posso me preocupar tanto com isto. — deixou os ombros relaxarem um pouco.
— Sim, alteza. — ele abaixou as mãos de S/n as soltando com delicadeza. — Seu quarto está pronto, estava apenas ajustando algumas coisas, por favor, sinta-se confortável pelo menos o quanto puder se sentir.
— Muito obrigada Yuri, qualquer coisa lhe chamarei! — deu um sorriso ladino para o mordomo.
Yuri saiu pela porta dupla a fechando com cuidado do lado de fora, não haviam mais guardas no corredor da princesa e até mesmo seu quarto parecia ter uma energia pesada e uma sombra escura em volta. Ela andou devagar pelo cômodo, enorme porém nem tanto extravagante como o de sua irmã. Olhou pela janela relembrando de como tudo havia acontecido e como o tempo passou rápido, ela havia saído do castelo com vinte anos e já estava perto do seu aniversário de vinte e um. Sentiu um frio na barriga quando pensou em tudo, como se fossem memórias fragmentadas de momentos que ela sabia, que nunca voltariam para ela. Nem mesmos as brigas sem fundo ou as pequenas diversões que não se dava o trabalho de registrar pois eram pessoais e felizes demais.
Afastou os pensamentos como sempre fazia, foi até o banheiro compactuado com seu quarto e entrou, o aroma de sempre estava ali, um cheiro bem leve de baunilha que ficava impregnado em seu corpo toda vez que tomava banho. Era como sua assinatura. Decidiu tirar a roupa suada que já estava pregando no corpo, foi até a banheira a encheu como sempre fazia a entrou sentindo o mármore caro e grosseiro tocar seu corpo por baixo da água. Lavou os cabelos sentindo uma tranquilidade profunda como se não estivesse presenciando horrores a cada passo que dava naquele castelo, deixou que os fios caíssem pelo rosto/corpo e que a pele fosse lavada com o sabonete que sempre usava. Era bom ter um cheiro familiar de volta, mas ao mesmo tempo isso a deixava enjoada por saber da onde vinha e o que era. Não sentiu nada de diferente, nem um sinal de alta magia em seu corpo parecia que não havia nada ali, respirou fundo e saiu do banho após alguns minutos, se enxugou com as toalhas de algodão e secou os cabelos com rapidez. Foi em direção ao quarto fazendo questão de checar se a porta estava de fato trancada e o mesmo fez com a janela. Sentiu um alívio percorrer o corpo quando se deu conta que estava sozinha e tinha total privacidade, coisa que não tinha há um bom tempo.
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𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓 𝐎𝐅 𝐘𝐎𝐔 - 𝐁𝐀𝐊𝐔𝐆𝐎𝐔 𝐗 𝐋𝐄𝐈𝐓𝐎𝐑𝐀
Fanfiction⚠ 𝘼𝙑𝙄𝙎𝙊𝙎 ⚠ Pode conter violência explícita, mortes e temas sensíveis como: assédio sexual, abuso psicológicos e tortura física. Caso seja sensível a este tipo de conteúdo não leia. 𝙇𝙀𝙄𝘼 𝘼𝙊 𝙎𝙀𝙐 𝙋𝙍Ó𝙋𝙍𝙄𝙊 𝙍𝙄𝙎𝘾𝙊! - Eu não sou d...