Capítulo XXVI

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  Os olhos da princesa estreitaram-se com o sorriso ladino que deu ao pai, ela estava sem algemas e corrente nenhuma a ainda por cima armada. Mas óbvio, ela passou a conhecer a cabeça do próprio pai apesar de ser forçada a passar por isso, não faria nenhum movimento brusco e seria uma presa inofensiva por enquanto. O homem a sua frente demonstrava o mesmo tipo de comportamento, um sorriso cheio de maldade em cada parte do rosto. Eles eram idênticos quando sorriam assim, tinha o mesmo nível de raiva e insanidade em corpos e visões diferentes. O rei nunca admitiria, mas aquela situação toda o fez sentir um pouco de orgulho pela filha. 

— Então você já sabe de tudo, como se sente sabendo do seu fardo? — fazia tempo que não escutava a voz do próprio pai. 

— Como uma filha da puta, que nem você. — não havia tentativa nenhuma de filtro em sua voz. 

— Ora ora filhinha, não acho que tenha lhe ensinado esse linguajar, aonde aprendeu?

— Acho que não me ensinou nada, na verdade. — disparou encostando a língua na bochecha e erguendo as sobrancelhas. 

 Ele fingiu sentir-se ofendido, mas S/n era esperta o suficiente para reconhecer a diferença entre provocações e quando alguém falava algo sério. Talvez ambos estivesse fazendo os dois ao mesmo tempo. 

— Você poderia tomar uma decisão mais sábia do que me dar um cavaleiro como genro. — o ênfase de seu nojo era claro. 

— E você poderia ter pensado duas vezes antes de tomar o lugar de alguém por algo tão fútil, pai. 

— Está se referindo ao seu tio? Bom, ele não conseguiria fazer metade do que fiz por esse reino mesmo que tentasse ou até mesmo vendesse sua alma. Tudo que eu fiz, arrancar a vida de pessoas o que por vez foi necessário na época, foi para proteger você e sua mãe. — seu tom era inacreditável. 

— Me proteger? Usando a própria filha de rato de laboratório? Você tem noção da destruição que causou não só aqui mas em outros reinos? Como desestabilizar magia é algo extremamente perigoso? — S/n estava realmente ficando com raiva. 

— Desde quando um monarca se importa com um reino que não lhe pertence? Ah pelo amor dos deuses S/n não seja burra, aos seus olhos posso ser um monstro mas você realmente acha que aquele principezinho não faria o mesmo?! — ele apoiou a mão na têmpora, como quem já não tivesse mais paciência. 

— Não o envolva nisso, pare de menciona-lo! — pediu alterando o tom de voz. 

— Irei envolve-lo porque sabe muito bem que ele trabalhou para mim junto com o dono dessa espada que está nas suas costas, ele não se importou de destruir Falicia na primeira oportunidade que teve. — as palavras saiam rápido demais da sua boca. 

— Porque você estava sequestrando seres mágicos pros seus experimentos! Acha mesmo que ele deixaria isso de lado, você faria isso? — segurou a mesa de ferro com força apoiando as mãos. 

— Ah, então foi essa a versão que Izuko lhe contou, aquele pestinha sempre foi ótimo em manipular as situações para o próprio lado. 

— Não venha com mais uma dessas historinhas pro meu lado, você sabe muito bem que não funciona em mim. — se levantou empurrando a cadeira para trás. 

— Oh não, não irá ser eu que vai contar a outra parte, o que realmente aconteceu naquele dia, como Ejirou veio para aqui e quem de fato começou com tudo isso. — ele podia sentir a tensão da filha mesmo estando distante. 

— Do que você tá falando...? — ela descruzou os braços. 

 Seu pai apenas olhou para a porta, os guardas que a escoltaram seguravam uma pessoa pelos braços, ela se recusava a olhar de primeira até que entraram na sala em um passo forçado. Ela jurava que podia sentir o coração indo parar na boca. 

𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓 𝐎𝐅 𝐘𝐎𝐔 - 𝐁𝐀𝐊𝐔𝐆𝐎𝐔 𝐗 𝐋𝐄𝐈𝐓𝐎𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora