XXXV - Acerto de contas

1.2K 152 38
                                        

— EU TE ODEIO, HENRY CAVILL!

— Amor? — ouvi a voz de Gabriel muito perto de mim e levantei da cama assustada.

Minha respiração estava muito descompassada e o coração parecia que ia sair pela boca.

— O-oi? — eu ainda estava processando tudo que tinha acontecido e... era tudo um sonho? Não pode ser!

— Você está bem? Acordou gritando como uma louca! — ele trouxe um copo de água para mim.

— Meu Deus! Que dia é hoje? — pego o celular e constato que era sábado, 15 de maio. — Não acredito!

— Você teve um sonho, foi só isso. — tentou me acalmar.

— Sonho? Eu chamo isso de pesadelo! — levantei da cama emburrada e deixei o loiro plantado ao lado da cama, com o copo de água na mão.

Não sei se porque estava de ressaca ou porque eu estava nervosa demais, mas, assim que fechei a porta do banheiro, fiquei tonta e quase caí no chão. Respirei fundo e joguei água no rosto, na tentativa de acordar.

Eu realmente tinha sonhado com ele???? E nem no sonho eu tive a decência de dar uma bofetada na cara dele? Que ódio!

***************

Voltando a realidade, agora sim chegou a segunda-feira e eu estava de verdade no trabalho, me preparando para depois do expediente passar no meu ex-apartamento. Só que dessa vez, se alguém tocar a campainha, eu vou verificar pelo olho mágico de quem se trata porque se for o Henry, eu não abro aquela porta de jeito nenhum! 

Pegamos o metrô para voltar para casa e eu tinha acabado de contar para as meninas sobre o pesadelo que tive no sábado e agora elas estavam simplesmente gargalhando e chamando a atenção de todos, enquanto eu fico roxa de vergonha.

— Hahaha, muito engraçado, agora tá bom! — tentei fazer elas pararem de rir, mas foi em vão.

— Ai Aimeé, só você mesmo! — Jenny diz enquanto enxuga algumas lágrimas.

— Você quer que a gente vá com você? Só pra caso seu vizinho maravilhoso resolva aparecer? — o sarcasmo era totalmente perceptível.

— Ok, parem! Eu não preciso da ajuda de vocês. — dei de ombros e elas me devolveram mostrando a língua. — E ele é meu ex-vizinho.

— Tá bom então, depois não diz que eu não avisei. — Emma deu uma tapinha no meu ombro e eu revirei os olhos.

Segunda-feira, 18:55 p.m.

Estava chegando na rua do meu antigo apê e o plano é o seguinte: entrar, pegar todas as caixas, não parar para me despedir do meu antigo lar e sair dali o mais rápido possível, abrir uma garrafa de vinho e me embebedar até dormir. Parecia um plano maravilhoso e ele tinha que ser cumprido!

Respirei fundo e peguei as chaves na bolsa para abrir a porta, mas antes de fazer isso eu dei uma rápida olhada pela rua inteira e depois voltei minha atenção para a grande porta branca que ainda tinha uma guirlanda de natal. A tirei dali e entrei no apartamento que estava exatamente como da última vez que o vi. Suspirei triste, eu realmente amava aquele lugar!

Fui até o quarto da bagunça e coloquei algumas caixas na sala. Infelizmente eram muitas e eu provavelmente teria de voltar para pegar o restante. Quando cheguei na sala, com as últimas caixas trazidas do quarto, uma tristeza forte me bateu. Eu gostava muito daquele apartamento, tudo nele me fazia sentir em casa, mas ao mesmo tempo me lembrava do vizinho que morava do outro lado da rua e eu sentia um aperto no coração que parecia que ia me matar.

Superman's Neighbor || Henry Cavill ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora