XV - Noite brasileira

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Ao vê-lo se livrar da calça jeans, ainda deitada na cama, minha visão foi ficando turva e escurecendo, até não lembrar de mais nada.

***************

Sabe quando você acorda atordoada, sem saber nem onde está? Era assim que eu me sentia. Ao abrir os olhos, uma gigantesca dor de cabeça me atingiu, de uma forma inédita para mim até então.

Por aproximadamente cinco segundos, permaneci olhando para o teto, sem pensar em nada, apenas tentando reconhecer onde estava, até identificar uma pequena mancha no teto. Era uma mancha dourada, e eu só a reconheci porque fui eu mesma quem a colocou lá. Pisco na tentativa de me despertar mais rápido, até que sinto um peso em meu tórax.

Paro de respirar e vou lentamente abaixando a cabeça, na tentativa de descobrir de onde vinha tal peso. E foi aí que vi que era um braço e, em câmera lenta, fui levando o olhar, seguindo o membro, até chegar no corpo que estava ao meu lado. Era Henry.


Ai. meu. Deus! —praticamente sussurro, ao ver quem estava do meu lado. — Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus. — e foi falando essas três palavras que me afastei do corpo do homem, que estava sem camisa e de bruços, e levantei da cama, fazendo de tudo para não acordá-lo.

Devo mencionar que estava só de peças íntimas? E que só fui cair na real quando finalmente levantei da cama?

O desespero bateu mais forte e eu saio da forma mais rápida possível do quarto, nem penso no frio que está fazendo.

— Ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus, ai meu Deus. — isso é tudo que eu consigo dizer até que entro no lavabo do apartamento. Me tranco lá e a primeira coisa que faço é me olhar no espelho. — Será que a gente transou? Meu Deus, não é possível.

Jogo a água gelada em meu rosto, borrando mais ainda a maquiagem, e me olho de novo, sentindo um desespero perturbador. Mas não era medo de ter acontecido algo entre nós, e sim de não conseguir lembrar de nada.

— Eu não acredito que comi o cara mais gato desse mundo e não lembro de porcaria nenhuma. Puta merda! — bato a mão levemente na pia, tentando não fazer barulho.

Por sorte, tinha um roupão no banheiro, então aproveito para colocá-lo, já que não estava usando nenhuma roupa.

Não sei exatamente por quanto tempo fiquei presa em meus pensamentos, já que paralisei no tempo tentando lembrar do que tinha acontecido, até que ouço Henry me chamar pela casa.

— Jade? Você está em casa? — sua voz se aproxima de onde estou. — Jade? — ouço as batidas na porta. —Você está aí?

— Sim... — minha voz saiu um pouco embargada, já que estava quase vomitando. E não era só porque estava aparentemente de ressaca, era de desespero e ansiedade também.

— Está tudo bem? Precisa de ajuda? — Henry manteve sua voz suave.

— Não, eu... já vou sair.

— Vou te esperar na sala.

Ao sentir que Henry tinha saído de perto da porta, volto a me olhar no espelho, sentindo aquela dor insuportável me esmagar novamente. Depois de alguns minutos, saio do lavabo.

***************

Cavill está sentado no sofá, de costas para mim, e mantinha suas mãos cruzadas.

— Oi, Henry. — falo com a voz mais calma que consigo. Ele se vira para me olhar.

— Oi, você tá bem? — vem em minha direção e coloca suas mãos nos meus braços, em seguida me envolve em um abraço rápido.

Superman's Neighbor || Henry Cavill ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora