IX - Sábado à noite parte III

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— Vamos, Jason, pode nos levar pra casa. — Henry pede e o motorista liga o carro.

— Não! Me deixe descer primeiro. — praticamente suplico, meio desesperada.

— Me desculpe, como fui indelicado! Você aceita uma carona, já que moramos na mesma rua? — sua voz era suave, mas dava pra perceber que ele estava um pouco fora de si.

— Hã... — se eu dissesse não, esperaria a noite toda até algum Uber aparecer vazio. Ou então ia andando quando amanhecesse até a estação mais próxima, que era em um lugar em que eu não sabia onde era.

Vamos apelar pra que dê certo e que Henry não me mate. Acho mais fácil acontecer o contrário, mas ok.

— Tudo bem. Eu aceito. — ele sorri vitorioso. — Mas só porque eu não tô com bateria e quero chegar logo em casa!

Nós passamos um bom tempo em silêncio. Eu olhando pra frente e ele também. Mas sentia que de vez em quando ele me observava.

— Você está com frio? — sim, eu estava.

— Não, não, estou bem. Obrigada. — mentira, estava morrendo de frio.

— Eu notei que você está meio trêmula. Se quiser meu casaco... posso te emprestar. — ele sorri enquanto oferece gentilmente.

Bom, eu estava trêmula por vários motivos: 1) Eu estava com o Superman do meu lado; 2) Eu temia pela minha vida por entrar no carro de quem eu não conheço, mesmo ele sendo famoso, vai que? e 3) Londres já faz frio de dia, imagina às duas da madrugada? Ou era três? Eu já não sabia mais. Obrigada por isso, Apple.

— Obrigada. — ele entendeu o recado e retirou o casaco enorme.

— Não há de que. — diz, enquanto eu colocava o casaco. Estava bem quentinho e confortável. — Então... notei que seu sotaque é diferente, você não é daqui, certo? — ele estava tentando puxar assunto comigo?

— Hã... sim, sou do Brasil. — ele soltou um "No way" e sorriu.

— Do Brasil? Você é brasileira? — "Sou do Brasil, mas sou Colombiana, Henry.", isso era o que eu queria dizer, mas apenas respondi que sim com a cabeça e ele continuou com um sorriso enorme. — Eu fui lá há pouco tempo. Meu Deus, o país é incrível e as pessoas são muito calorosas!

— E põe calorosas nisso! — sorrio.

Essa frase não contém segundas intenções, eu juro. Ou será que tem?

— Me desculpe ter entrado no seu carro assim, juro que não sou nenhuma fã louca, foi puro engano. — falo, ajeitando uma mecha do meu cabelo.

— Não tem problema, sério. E eu sei que você não é uma fã louca, tendo em vista que negou minha ajuda umas três vezes só nessa meia hora que estamos no carro. Além de que você provavelmente já teria tentado me agarrar, né. — ele ri baixo.

— Aí, Deus me livre fazer isso. — me olha se fazendo de ofendido. — Não! Não foi isso que eu quis dizer, eu... — meu Deus, que vergonha?!

Coloco a mão no rosto e rio da minha própria desgraça.

— Não foi isso que eu quis dizer. Eu só não faria uma coisa dessas sem seu consentimento. — e é? Conta outra, Jade Luísa!

O sono estava tão forte que eu já não estava dentro de mim. Bem que Ted dizia que depois das duas da manhã, apenas vá dormir. Tinha medo do que poderia vir pela frente.

Henry mantinha um sorriso fofo, mas estava aparentemente cansado, assim como eu.

— Me desculpe por ter sido tão mal educado. Me chamo Henry Cavill. — diz e estende sua mão em minha direção.

— Me chamo Jade Hoffman. — aperto sua mão gigante. Se dizem que quando a mão é grande, o documento é diretamente proporcional... minha nossa senhora.

— Jade... que nome bonito! — "você acha? deveria ouvir meu número", perdi a chance de dar essa cantada!

— Obrigada, o seu também é. — sinto que o carro diminuiu a velocidade até parar. Finalmente estava em casa.

Abro a porta e agradeço.

— Muito obrigada pela carona! — sorrio.

— Onde você mora? Tá perto? A rua é grande e está meio esquisita. — sua voz parecia um pouco preocupada.

— Ah, eu moro logo ali. — aponto pro meu prédio que era exatamente de frente de onde o carro estava parado.

Eu realmente tinha dito onde era o meu esconderijo?

— Ah, sendo assim, boa noite, Srta. Hoffman. — parecia até um senhor de terceira idade falando, achei fofo.

— Boa noite, Sr. Cavill. E boa noite, Sr. Motorista. Muito obrigada, novamente. — o motorista acena com a mão e Henry sorri de lado.

— Foi um prazer. — Henry fala.

Dou um passo para trás até que lembrei de uma coisa.

— Meu Deus, seu casaco. — falo, quase tirando.

— Não há necessidade. Está frio. Além disso, será uma forma de nos vermos novamente. — ele... piscou???????

Sorrio pela milésima vez na noite, fecho a porta do carro e atravesso a rua, pego as chaves da minha casa e percebo que o carro ainda estava parado. Abro a porta e entro, vendo Henry acenar e sorrir. Sorrio de volta e fecho a porta.

O que acabou de acontecer?

E ele realmente me deixou ficar com seu casaco que estava com o seu cheiro?

Meu Deus, essa noite foi louca.

***************

Notas finais:

Oi gente! Tudo bem com vocês?

O que vocês acharam desse capítulo? Vocês teriam a mesma calma da Jade, que ficou tão perto do Cavill e não tentou avançar? Porque eu confesso que não me manteria sentada no banco do carro não... 🌚

Enfim, devido à demora que foi pra sair esse capítulo, logo mais sairá um outro, só pra compensar toda essa demora! 🙏🏼

Até mais 💜

Superman's Neighbor || Henry Cavill ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora