20; Decisions

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Taehyung

Dia Seguinte...

— Merda! — amassei mais uma folha de papel naquele dia e joguei-a no chão do quarto, deixando-a junto com um monte de outras folhas amassadas. Pego outro papel e tento novamente.

Estou desde ontem quebrando a cabeça tentando escrever algo decente para colocar na música, mas nada sai. Deu-me um grande bloqueio criativo, nem pensar em dois versos que rimem eu consigo. Eu não dormi ontem à noite por causa disso, virei a noite tentando escrever alguma coisa, mas nada da certo nessa merda. Para ter uma noção de como o negócio está ruim, nem o nome da música eu consegui pensar ainda.

Isso é trágico se for pensar que tenho poucos dias para compor esta música e eu não saí nem da primeira linha ainda.

Penso um pouco e escrevo o primeiro verso, acho interessante e começo a pensar no próximo, algum que rime com o primeiro. Mas então o bloqueio criativo volta e eu não consigo mais sair do segundo verso. E mais uma bolinha de papel é direcionada ao chão. E mais outra. E mais outra... E assim vai. O chão do meu quarto já está todo coberto por várias folhas de papel, muitas delas com apenas uma linha escrita.

Finalmente consigo escrever três versos, já considero isso uma conquista.

Minha cabeça já está doendo de tanto pensar. Largo o lápis em cima da mesa e faço uma leve massagem no meu pescoço, que também estava doendo. Suspiro, desisto de tentar escrever algo e levanto, pego meu moletom que estava em cima da cama e saio do meu quarto.

Ando pelos corredores e pelo pátio do castelo e logo estou fora do mesmo. Sinto a brisa gelada da manhã batendo contra o meu rosto e suspiro aliviado, finalmente conseguindo relaxar.

Vou andando sem rumo pelas ruas da pequena cidade, apenas observando as pessoas vivendo suas vidas felizes. Algumas crianças brincando de pega-pega, os adultos aflitos seguindo seus filhos que corriam como nunca, ver esta cena me fez sorri abertamente depois de muito tempo.

Até que vi alguns casais andando de mãos dadas na pracinha logo à frente, foi quando senti meu coração se apertar. Fez eu me lembrar de quando eu brincava com o Jeongguk na cachoeira, nós fingíamos que estávamos em lugares diversos. Em todos esses lugares nós tínhamos o nosso namoro assumido e éramos aceitos por todos. Era um sonho que nós tínhamos.

Sorri pequeno e continuei a andar. Vou andando de cabeça baixa e perdido no meu mundinho de pensamentos. Até que eu acabo esbarrando em um homem. Levanto o olhar e encontro um moço aparentemente um pouco mais velho que eu, de madeixas castanhas, ombros largos e com um olhar mortífero lançado em minha direção.

— Desculpe por ter esbarrado em você, eu estava distraído — ele continuou a me olhar com os olhos semicerrados.

O homem nada respondeu, mas de repente começou a andar ao meu redor, podia sentir seu olhar percorrendo meu corpo inteiro, indo de cima abaixo. Engulo em seco e tento ir embora, mas ele me impede ficando na minha frente.

— Olha, eu não sei quem você é, mas eu preciso ir...

— Taehyung, certo? — fico mais tenso ainda.

— S-sim, mas como sabe o meu nome? — parou de andar ao meu redor e ficou na minha frente.

Era patético ver o príncipe herdeiro, futuro rei de Arendelle, gaguejando por estar falando com um estranho. Mas era impossível não se sentir intimidado com aquele olhar acusador que o homem me lançava.

— Oras, você é o príncipe, todos sabem quem é você — faz sentido, tinha me esquecido desse detalhe.

— Sei, mas você quem é? — parou de me lançar aquele olhar mortífero e assumiu uma postura séria.

Butterfly | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora