Jeongguk
Começo a despertar com o canto dos pássaros. Eles cantavam alegremente do lado de fora do meu quarto. Provavelmente estavam na árvore que tinha do lado de minha janela, já que os vejo assim todos os dias. Não reclamo, eu até gosto. É como se fosse um despertador da natureza, porque todo dia eles cantam na mesma hora.
Viro minha cabeça para o lado numa tentativa de voltar a dormir. Só então percebo que eu não estava usando travesseiro. Mexo a cabeça a procura de uma boa posição — meu pescoço já estava doendo — naquele colchão duro.
Espera. Porque meu colchão está duro?
Passo uma de minhas mãos ao meu redor e sinto que meu colchão estava mais duro que o normal. Aquele, definitivamente, não era o meu colchão. Abro meus olhos e me arrependo amargamente depois. Fecho-os com força, a claridade estava me cegando. Permaneço com eles fechados por um tempo — tempo suficiente para me recuperar da claridade repentina. Crio coragem e abro apenas um olho, logo abrindo o outro e olho para o teto. Esse teto não é do meu quarto.
O teto era cinza, meio manchado, mofado, sei lá. Estava precisando de uma boa limpeza. Ainda meio atordoado, tento me mexer e aí que percebo algo estranho, um peso em cima de mim. Franzi o cenho e olhei ao meu redor — procurando o que estava em cima de mim — e logo encontrei.
Tinha um garoto em cima de mim. De primeira levei um susto, mas aí as lembranças da noite passada me preencheram, e então logo me acalmei. Mas uma coisa eu não entendi, porque ele estava em cima de mim?
Eu estava deitado de barriga para cima, enquanto ele estava com a cabeça deitada no meu braço direito e com a mão abraçando minha cintura. Fiquei confuso, como que nós chegamos naquela posição? Ia me levantar e tirar aquele peso de cima do meu braço, mas a visão que eu tinha dele era tão fofa que não me aguentei.
Dei um sorriso por ver a maneira que ele dormia. Boca entreaberta, olhinhos fechados e ronronando o tempo todo — como ontem, quando o encontrei dormindo aqui na caverna — , parecia um gatinho dormindo. Poderia ter aquela visão o dia inteiro.
Ajeito o braço em que ele estava deitado — sem acorda-lo, é claro — e fiquei o observando. Era um garoto muito bonito. Cabelos castanhos que — por incrível que pareça — tinha algumas mechas verdes na franja. Muitos poderiam achar estranho, diferente, esquisito, mas eu achei único, já que nunca vi mais ninguém com essa cor no cabelo.
Levo minhas mãos até seus cabelos e comprovo o que suspeitava, são macios e sedosos. Muito bons para fazer um cafuné. Fico mais um tempo fazendo um "carinho" em seus cabelos e depois paro levando minha atenção à outra parte de seu rosto, sua pele. Vou descendo minha mão de seus cabelos até sua bochecha a passo a fazer um simples carinho ali com o polegar. Sua pele era lisa, bem cuidada, sabe aquelas peles de bumbum de bebê?
Isso mesmo aquelas fofinhas, cheirosinhas — isso quando não tem cocô — macias e bem cuidadas. Inclusive, tinha uma pintinha solitária na ponta do nariz, super fofa. Paro de observar sua pele ao ter minha atenção desviada para seus lábios.
Desço o polegar por sua bochecha até chegar ao canto de sua boca e passo o dedão por toda sua extensão. Lábios rosados, cheinhos e macios. Não sei o que me deu, mas fiquei um bom tempo hipnotizado observando aqueles lábios atrativos. Passei o dedo algumas vezes por eles, mas logo parei e afastei minha mão de sua cabeça quando ele se mexeu, dando indícios de que estava acordando.
Ele bocejou e tirou sua cabeça do meu braço para conseguir se espreguiçar. Esticou os braços e fez um barulhinho arrastado enquanto se esticava.
Fofo.
Era a única coisa que conseguia definir aquela cena que presenciava. Parou de se espreguiçar e olhou para mim e logo sorriu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Butterfly | taekook
Fiksi PenggemarLembra de Frozen? Lembra de como acabou? Que ótimo, porque essa história é a continuação do filme, onde Taehyung, filho de Anna e de Kristoff, e Jeongguk, filho de dois plebeus, vão ter seus destinos cruzados, não por acaso, e darão início a mais um...