04; His Smile

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Taehyung

Encarei aquele ser na minha frente, primeiramente porque eu queria saber o que tinha encostado em mim, depois fiquei encarando porque aqueles olhos eram muito atrativos para mim. Parecia que o tempo tinha parado, eu não ouvia mais o barulho da chuva, muito menos sentia as gotas caindo sobre minha pele.

A única coisa que eu sentia era aquele calor que a mão do garoto na minha frente emitia ao se encostar no meu braço.

Estava meio escuro, mas eu conseguia enxerga-lo — meio borrado, mas enxergava — e aqueles olhos, aquele rosto, aquilo tudo era tão interessante que eu até esqueci que estava com medo e perdido.

Paramos de nos encarar quando caiu um raio próximo a nós — não muito perto, mas conseguia ver onde caiu — e eu me assustei. Com o susto, automaticamente, me joguei nos braços daquele menino e o abracei. De primeira ele se assustou, mas logo correspondeu ao abraço, me acolhendo como se estivesse me protegendo da chuva. Por causa do medo, eu ia apertando cada vez mais meus braços ao redor de sua cintura e ele me apertava também.

Eu não sei  porque estava abraçando nem confiando minha vida — minha vida sim, já que eu estava naquele momento confiando que ele ia me proteger dos raios e do escuro — à um completo e total estranho, talvez por causa do medo, mas eu não tive receio nenhum quando o vi, era como se eu soubesse que podia confiar nele. Senti ele se soltar do abraço e me puxar para olhar em seus olhos.

— Olha só, eu sei que você está com medo e assustado, mas nós precisamos sair daqui rápido. A tempestade está muito forte e ainda estão caindo raios, se não sairmos daqui agora podemos morrer — ele fez que ia se levantar, mas eu segurei em seu braço.

— Eu sei que a gente tem que sair daqui, mas eu não consigo — falei voltando a chorar, bastante — Eu não consigo andar no escuro assim, eu tenho muito medo e ....

— Ei, eu vou estar lá com você, não precisa ficar com medo — sorriu doce, não consegui ver perfeitamente, mas era um sorriso lindo, o mais bonito que já vi — Qualquer coisa você me cutuca que eu te ajudo — se levantou.

Ainda não me sentia bem e fiquei receoso. Ele percebeu e pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos e me encarou.

— Vem, não tenha medo, eu vou estar sempre com você — olhei para ele e finalmente me senti seguro o suficiente para andar no escuro, mas não porque eu tinha superado o meu medo e sim porque ele estaria comigo, sempre.

Assenti e ele me puxou me fazendo ficar de pé e, sem soltar a minha mão, ele foi me puxando por entre as árvores. O contato de sua mão entrelaçada com a minha era muito bom, elas se encaixavam perfeitamente uma na outra.

Só tenho a agradecer por ele ter aparecido, porque senão eu ainda estaria lá, sozinho e com medo no meio de uma grande tempestade.

Jeongguk

Vou levando o menino comigo, meu plano era leva-lo para minha casa. Eu não sabia onde ele morava, quem era a sua família, nem mesmo quem era, ele podia ser um assassino ou um ladrão que estava me enganando para me trair e me roubar depois. Podia ser? Mas é claro que podia! Podia, mas não parecia ser.

Sua aparência, seu jeito, seu medo, não parecia nem um pouco ser encenação, era bem real, eu sentia suas mãos tremendo enquanto eu as segurava, eu apertava nossas mãos como uma maneira silenciosa de dizer "está tudo bem, eu estou aqui, nada vai acontecer" para ele.

Continuei andando, mas parei bruscamente ao escutar um trovão muito perto, e se tem uma coisa que aprendi nessa floresta é que, quando se escuta um trovão é porque um raio vem por aí. E aquele trovão vem bem em cima de nossas cabeças, entrei em desespero.

Butterfly | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora