13; Goryeo

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Jeongguk

O mundo parou. Não ouvia mais o som das águas caindo, não ouvia mais os pássaros cantando. Nada. Todos os meus cinco sentidos estavam focados em apenas uma pessoa.

Minha visão se concentrava em ficar bem quietinha na dela, apenas aproveitando do momento. De vem em quando, ela mostrava alguns flashes para eu ver. Flashes de imagens do castanho, elas apareciam e só me faziam ter mais vontade de continuar. Mesmo com os olhos fechados, podia imaginar perfeitamente o rostinho do castanho junto ao meu, sua pintinha discreta na ponta do nariz se chocando com minha pele branca.

Minha audição se concentrava em ignorar todo e qualquer barulho que estava ao meu redor. Se concentrava em focar apenas no som de nossas respirações. Meu olfato se concentrava em sentir de pertinho aquele aroma adocicado que vinha do outro toda vez que conseguia puxar ar para meus pulmões. Meu tato se concentrava em sentir os lábios cheinhos e rosadinhos do outro nos meus. Também se concentrava em fazer um carinho singelo nas bochechas acobreadas do castanho.

E, por fim, meu paladar se concentrava em apreciar o gosto de sua boca. Um gosto muito bom, tão bom que nem consigo explicar em palavras seu sabor.

Eu nunca beijei, nem mesmo um simples selinho, não por falta de oportunidade, era mais porque tinha medo de errar, medo de não beijar bem, medo de não saber o que fazer na hora. Mas aqui, com ele, foi tão espontâneo, tão simples, tão natural, que nem me importei, só fui.

E que beijo maravilhoso. Nossas bocas se encaixavam perfeitamente, nossas línguas se enrolavam uma na outra em uma sincronia impressionante, como se já se conhecessem o suficiente para saber como agir.

Estava tudo maravilhoso, perfeito, mas a falta de ar já se fazia presente. Fomos diminuindo o ritmo gradativamente e terminamos o ósculo com alguns selares. Encostei minha testa na sua e sorri ainda de olhos fechados. Senti um carinho em minha bochecha e abri os olhos, fitando aquelas orbes castanhas que tanto amo.

Ele sorria sem mostrar os dentes enquanto me olhava profundamente.

— Isso que a gente está fazendo é muito errado...

— Pois é... — sorri.

— Mas eu não estou nem aí

— Eu também não — e selou nossos lábios novamente.

Iniciou como um simples selar, movimentei levemente minha boca buscando por mais contato. Infiltrei meus dedos por entre seus fios castanhos da nuca e os puxei ali, o que fez o mais velho suspirar contra minha boca. Pediu passagem com a língua e não demorei a ceder. Abri minha boca deixando que ele explorasse cada canto de minha cavidade bucal, assim como fiz na sua.

Nunca em toda minha vida pensei que ia beijar um garoto, mas a vida é uma caixinha de surpresas. E além do mais, eu não só beijei como também gostei. Mas não acho que sou gay, porque gays se interessam por homens, no plural. Já eu, me interesso apenas por um homem, um lindo homem por sinal. Me interesso apenas por Kim Taehyung.

Paramos o beijo quando meus pulmões ficaram necessitados novamente. O castanho olha pra mim e sorri, sorrio também. Quando menos espero, ele afunda dentro da água.

Olho sem entender para ele quando volta à superfície.

— Não vem?

— Fazer o que?

— Nadar Gukkie — deu o maior sorrisão — Já estamos molhados mesmo, vamos aproveitar essas águas divinas — sorri para ele.

Afundou novamente e eu o segui. Já debaixo d'agua, vi o castanho nadar por entre algumas pedras e o acompanhei. Vários peixes pequeninos passavam por nós, ainda me pergunto como eles chegaram ali. Não dei muita importância e continuei a nadar. Me distancio um pouco de Taehyung e vou até uma parte onde tem algumas plantas aquáticas misturadas com algumas pedrinhas no chão, era uma imagem linda que com certeza irei desenhar depois.

Butterfly | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora