32; Promise

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Jeongguk

Arregalei os olhos ao escutar tal afirmação. O quão abalada deveria estar a rainha Nao para chegar ao ponto de tirar a própria vida? Não consigo nem imaginar como ela deve ter se sentido. 

— Eu sinto muito, Momo — falei sincero, me sentindo mal pela garota que chorava fraquinho — Eu não tenho noção de como deve ter sido pra você, tudo bem que eu perdi o meu pai, supostamente, mas eu não o conheci. Já você conheceu e conviveu com sua mãe, deve ter doído muito em você.

— Realmente, doeu muito. E, sabe, na época eu não sabia o motivo por ela ter se matado, só vim descobrir o motivo quando conheci você — limpou as lágrimas e suspirou — Como eu te falei, eu só tinha 14 anos quando meu pai recuperou a memória. Quando isso aconteceu, ele foi contar para minha mãe acreditando que ela ficaria feliz e o ajudaria a procurar sua outra família.

— Mas não foi isso o que aconteceu, certo? — ela assentiu.

— Minha mãe surtou e brigou com meu pai, eles tiveram uma discussão feia. Pelo o que me lembro, parece que minha mãe entendeu errado o que o meu pai queria. Ela pensou que ele queria reencontrar a antiga família e voltar para eles, consequentemente nos abandonando. Quando, na verdade, ele só queria rever a ex-esposa e seu filho, mas jamais nos abandonaria — fungou e abaixou a cabeça.

Notei que esse era um assunto que a deixava abalada. Nunca havia visto a princesa chorando, ela sempre esteve com sua pose de superior e inabalável. Quem diria que ela possuía um coração.

— Mas... — pigarreei baixinho — O que aconteceu? Digo, depois da briga.

A princesa respirou fundo e levantou a cabeça. Me olhou com os olhos semicerrados e com uma expressão desconfiada. Tombei a cabeça para o lado, esperando uma resposta.

— Porque, de repente, você resolveu não me tratar mais de maneira grosseira? — franzi o cenho.

— O que? Eu não...

— Você está com pena de mim? — abri a boca para falar algo, mas ela não deixou — Você está com pena de mim! — gritou, enquanto se levantava de súbito.

— Eu? Claro que não! Eu não estou com pena de você, eu só... — ela riu soprado e deu às costas para mim.

Fiquei confuso sobre sua reação. Porque ela havia reagido dessa forma?

— Eu não quero que você fique com pena — falou ainda de costas — Eu não quero nada vindo de você! Me entendeu?

Se virou novamente e se ajoelhou, ficando na minha altura. Segurou meu queixo com apenas uma mão e me obrigou a olhar nos seus olhos. Ela me olhava intensamente e seu olhar transbordava algo... Mas não parecia ser raiva.

— Eu não quero nada vindo de você. Eu só quero você bem longe de mim, de preferência queimando no fogo do inferno — cuspiu as palavras de uma maneira irritada, mas sua voz estava embargada.

Ela não parecia estar com raiva. Pelo contrário, seus olhos pareciam transbordar tristeza e desespero.

— Não vá pensando que só porque descobri que somos irmãos que eu vou querer criar algum laço afetivo com você. Eu não quero. Então nem tente — seus olhos se encheram de água, franzi o cenho sem estender o que estava acontecendo.

Porque ela estava chorando?

— Eu não quero criar nenhum laço afetivo com você, me entendeu? Eu não quero!

Parou de apertar o meu queixo e levou sua outra mão até o meu rosto. Segurou minhas bochechas com suas mãos e me olhou com os olhos já derramando lágrimas. Respirou fundo e mordeu o lábio inferior numa tentativa de conter as lágrimas, mas foi em vão.

Butterfly | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora