Uma Missão - Akutagawa Ryūnosuke

O começo

Acabo de acordar, me espreguiço na cama, esfrego meus olhos. Como em um estalar minha mente me lembra que tenho uma missão importante hoje, por isso pego meu celular, pra ver as horas, ainda tenho algum tempo. Então me levanto ainda relutante e me dirijo ao meu armário, pego minha roupa de sempre e a minha toalha. Vou caminhando vagarosamente por aquele quarto pouco iluminado, chego até o banheiro, coloco a mão na maçaneta e entro trancando a porta por dentro. Tomo calmamente meu banho quente, enquanto isso penso em como vai ser chato hoje, ainda não sei quem vai ser meu parceiro, espero que não seja alguém insuportável.

Termino meu banho e escovo os dentes, logo após saio do banheiro já vestido, pego meus sapatos que estavam separados ao lado de minha tão querida cama. Dou uma arrumada no cabelo e por fim coloco meu típico sobretudo, não posso sair sem ele, até porque é a fonte do minha habilidade, Rashoumun.

Caminho por aqueles corredores escuros e úmidos até finalmente chegar ao meu destino, a sala do chefe. Bato na porta e sou convidado a entrar, o mestre já me esperava. Entro vagarosamente naquela sala obscura, tão fria e intimidante. Vejo que já havia alguém que falava com Mori, uma garota, já a vi algumas vezes mas nunca trabalhei com ela.

-- Estou aqui, qual é a missão? -- Eu disse me mostrando indiferente. A garota me olha de relance, estava ao meu lado, e volta a olhar para o chefe, que sorri para mim.

-- A sua missão é invadir o esconderijo da Guilda e pegar esse aparelho. -- Disse mostrando uma foto de algo parecido com um celular só que com mais botões. -- Ah e claro, antes vocês tem de descobrir onde é esse esconderijo. -- E riu sínico como de costume. Espera então vou trabalhar com ela? Qual seu nome mesmo?

-- Certo, temos até quando para cumprir isso? -- estava um pouco apreensivo sobre como achar o esconderijo da Guilda.

-- Tem até a noite de amanhã, e não falhem -- Apontou sugestivo aquele bisturi na minha direção e depois na da garota. Me curvei, ela levantou se curvou também e saímos da sala com o prontuário da missão. Já do lado de fora da sala, andávamos lado a lado pelos corredores, eu esperava que ela dissesse algo, seu nome pelo menos.

-- Ei, eu sou Akutagawa Ryūnosuke, qual seu nome? -- Eu precisava saber seu nome, não tem como trabalharmos juntos sem nem ao menos saber o nome um do outro -- E qual a sua habilidade?

-- Me chamo S/n Nakamori, minha habilidade é a manipulação dos quatro elementos, o nome é autoexplicativo. Não precisa me dizer a sua, eu já sei, é a Rashoumun. -- Ela disse tudo confiante, parece que me conhece falando assim.

-- Os elementos é? Interessante, vai ser bem útil, até porque não sabemos aonde se encontra o nosso alvo. Vamos andando, eu sei onde conseguir informações. -- Fui andando em sua frente, já estávamos do lado de fora da Máfia. Eu conheço uma pessoa que pode nos ajudar a achar a Guilda, estou indo para lá, a garota vem ao meu lado, como é um pouco menor ela tem que dar umas mini corridinhas para me alcançar de vez em quando, chega a ser engraçado, mas me mantenho sério e não a olho.

Estamos quase chegando quando avisto alguns homens da Guilda e o... Jinko? Os homens estão o cercando, estamos no Porto então não há muitas pessoas por aqui. Faço um sinal de silêncio para a garota e nos escondemos atrás de um edifício, um tanto quanto podre, que tinha ali perto. O Jinko é apanhado e jogado para cima em um lugar que se abre como se o céu fosse um avião, então com ele lá dentro a espécie de porta começa a se fechar. Os homens foram embora, aquele é o esconderijo então? Invisível e voador, por isso nunca encontramos. Estou com uma sensação estranha, sinto meu corpo mais leve, espera eu tô voando? Olho desesperado para o lado, a S/n estava sorridente.

-- Não se preocupe, estou levando a gente lá pra cima, você vai ter que dar um jeito de entrarmos lá. -- Sabia que a habilidade dela seria útil, ela está fazendo uma espécie de plataforma no ar que nos leva para cima, estamos bem perto da nave agora, a porta não fechou completamente. Agarro a cintura da garota usando a Rashoumun e com uma outra ponta seguro na porta nos puxando os poucos metros que faltam para entrarmos. Estamos dentro, ainda bem que não tem mais ninguém aqui.