Uma Missão - Akutagawa Ryūnosuke

Reencontro

Mais um dia começava, o sol entrava por entre a cortina e iluminava o quarto o deixando com um aspecto vivo e alegre, o que obviamente era o contrário do que a garota sentia todos os dias a três meses. Os raios, hoje gélidos, do sol acordaram a menina a tirando de seus sonhos, ou melhor pesadelos.

S/n se levantou e coçou os olhos, só então os abrindo. Um bocejo escapou dos lábios da menina e ela olhou para a janela onde penetravam os raios de sol. Depois de criar coragem para se levantar da cama, ela vai até o banheiro e abrindo o box toma um banho frio para despertar. Escovou os dentes e saiu para o quarto procurar uma roupa.

Ela já sabia o que iria fazer hoje, considerando que era sua folga. Nakamori pegou uma calça jeans, uma blusa preta larga e uma jaqueta de dentro do guarda-roupa. Foi até sua penteadeira e arrumou seus cabelos os deixando do jeito que gostava. Ela pega de sua escrivaninha o pequeno caderno vermelho que ela usava como "diário do sono". Ela o coloca numa pequena bolsa junto com o celular e mais algumas coisas.

Após terminar de se arrumar ela calça um tênis all star vermelho e sai de seu quarto o trancando.

Agora já fora da cede, ela passa uma mensagem para Nakahara.

-- "Você tem que trabalhar hoje, né?" --  Não muito tempo depois ele responde.

-- "Tenho, infelizmente. O que vai fazer já que é sua folga?" -- O ruivo já estava a caminho de sua missão mas ainda assim respondia a garota.

-- "Vou em uma praça e mais tarde se você já estiver aqui e quiser podemos ir ver o Aku. O que acha?" -- Ela mandou um tanto apreensiva esperando a resposta do amigo. Não gostava de ir visitar seu amado parceiro sozinha.

-- "Seria ótimo, eu passo no seu quarto. Bom passeio pra você, fico feliz que esteja tomando um ar. Você só fica trancada naquele quarto." -- A mensagem foi acompanhada de um emoji com carinha zangada.

-- "Sem sermão agora, papai. Vai trabalhar, vai. Tchau." -- Apesar de ter rido com a mensagem ela mandou um emoji mostrando língua para o ruivo, que apenas visualizou e guardou o aparelho no bolso.

A garota também já tendo guardado o celular chegou ao seu destino, o parquinho onde havia beijado Akutagawa meses atrás. S/n suspirou fortemente observando aquele lugar, o contraste entre a noite e o dia se faziam presentes entre a memória da garota e sua visão atual. Olhando cada canto daquele parquinho as cenas vividas pelos dois aquele dia passavam pela cabeça dela como um filme.

Paciente e calmamente ela andou até as mesas que ali tinham, passou o dedo sobre a superfície daquela em que eles haviam feito um piquenique. Ela não sabia se sentia -se feliz ou triste com aquelas lembranças.

Deixando a mesa para trás ela caminha até a gangorra, senta-se sozinha no brinquedo que um dia esteve brincando, ou como ela gostava de se lembrar, criando boas memórias, com o parceiro. Ela faz um impulso para cima mas o brinquedo quase não se mexe por não ter ninguém do outro lado.

Desistindo desse brinquedo, ela vai em direção ao escorrega. A garota ri se lembrando que foi naquele brinquedo que descobriu que Akutagawa não se lembrava de ter ido num parquinho antes. S/n se sentia feliz por ter vivido aquele dia com ele.

Mas ficava se perguntando o que teria acontecido se o final dele tivesse sido normal, sem a aparição do Kopy. Eles se beijariam outra vez? Akutagawa amava ela, ou só se deixou levar pelo momento? Tanta coisa se passava pela cabeça da menina.

O que restava para ela era apenas a esperança. Esperança de que seu companheiro acordaria em breve e poderia, então, saciar todas as suas dúvidas.

Finalmente, Nakamori olhou para o mais importante dos brinquedos ali. O balanço. Se antes ele já era seu preferido, depois daquele dia era ainda mais. Ela sentou -se no mesmo que havia escolhido no outro dia.