Revelações

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Eu ia postar só quando acordasse mas eu se quer consigo dormir. Já é sexta.

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Mesmo dia, Dazai narrando:

Estou acordado, porém minha mania não me deixa abrir o olho tão já. Enquanto espero alguns minutos, para satisfazer minha mania, eu me concentro em identificar o que sinto a minha volta. Estou em uma cama, sem dúvida. Sinto um peso na minha cintura, isso é um braço?

Como já se passou algum tempo eu abro os olhos, me deparando com uma forte luz fazendo com que meus olhos queiram se fechar novamente, mas eu luto para que eles se acostumem com a claridade. Quando finalmente posso enxergar normalmente vejo que estava certo na dedução, é um braço que me envolve. Eu reconheco esse quarto, com essa possibilidade na cabeça eu me viro lentamente, com um pouco de receio, e me deparo com exatamente quem eu esperava ver. Chuuya.

Um de seus braços me envolve enquanto ele dorme de lado com a face muito bem escorada no travesseiro. Agora que notei, uma perna dele também está no meu corpo, ela puxa uma das minhas em sua direção.

As janelas do quarto estão abertas e, por isso, o quarto todo está como que vivo, ele se encontra realmente iluminado. Tenho quase certeza que não demorará muito para que Chuuya acorde. Naquela semana eu passei aqui, todas as vezes que ele deixava a janela aberta acabava acordando muito cedo por causa da luz.

Dito e feito, passado dois minutos ele começa a se mexer e fazer alguns pouco barulhos. Eu fico o encarando
enquanto, aos poucos, seus olhos vão abrindo e ele me encara. Suas expressões indicam que ele ainda não acordou totalmente, então ainda não processou a informação de que eu estou na cama com ele.

Falando nisso, como eu vim parar aqui? Isso é bem estranho, eu não me lembro de o Chuuya estar na... espera, eu estava naquele parquinho. O que aconteceu depois? Eu não consigo me lembrar de absolutamente nada.

Assim que, aparentemente, ele percebe a nossa situação, Chuuya se desvincilia do meu corpo e se senta rapidamente na cama. Ele parece, não sei direito, surpreso? Mas por que estaria? Normalmente eu consigo entender bem o Nakahara, o que é difícil para a maioria, mas agora, essa expressão, eu não sei o que é.

-- Você voltou ao normal? -- Voltei? De onde? Sem me deixar pensar muito, ele me abraça, seu rosto está encostado no meu peito e tenho quase certeza que ele pode ouvir meu coração. Que bate um pouco mais rápido, pela surpresa de ser abraçado.  Um leve e reconfortante calor emana do seu corpo, me passando uma sensação de paz. Eu não entendo bem o porquê dessa ação dele mas quase que imediatamente eu retribuo enlaçando-o com meus braços.

-- Eu voltei de onde? -- A minha pergunta parece despertar ele de um tranze, assim sinto Chuuya se afastar rapidamente me soltando e logo em seguida desferir um tapa em minha cara.

-- Se fizer isso de novo eu te mato. -- Apesar de uma ameaça ser proferida eu posso sentir que isso foi ele expressando algum tipo de alívio. Só me resta saber o porquê ele está aliviado.

-- Eu adoraria. -- Meu tom é brincalhão mas sua cara se fecha ainda mais, o que deixa ele com um biquinho adorável, quase imperceptível mas adorável.

Ele abre a boca para dizer algo porém é interrompido pelo som de batidas na porta. Sem dizer nenhuma palavra ele levanta da cama e vai até o pedaço de madeira, o abrindo logo em seguida.

-- Oi. É, ele também. -- Não consigo escutar o que a pessoa que está do outro lado diz mas Nakahara responde claramente. Ele se vira para me olhar. -- Vamos.

-- Pra onde? -- Mesmo questionando eu prontamente me levanto da cama e caminho em sua direção. Por algum motivo é muito difícil para mim não fazer o que Chuuya diz, na maioria das vezes pelo menos.

Uma Missão - Akutagawa RyūnosukeOnde histórias criam vida. Descubra agora