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Um coração, duas vidas.
Duas vidas, duas personalidades.
Diferentes ou iguais?
Um só.


Dois meses se passaram, meses de agonia para morte que pesquisou em todos seus livros e pergaminhos e não achou nada, nada que pudesse salvar seu humano. A saúde de Jimin piorava a cada segundo como se o universo tivesse pressa em aplicar sua penalidade, no entanto, o tempo sempre fora o maior vilão.

— O que eu vou fazer Hobi? — perguntou Jungkook, novamente a beira da insanidade. — Ele está ficando cada vez mais doente, está sentindo dor.

— Jeon, não perca mais tempo procurando uma solução, gaste cada segundo ao lado dele, o faça sentir o máximo da verdadeira sensação de estar vivo, ele fez uma escolha, nenhuma das soluções que você encontrar vai funcionar. — Aconselhou a vida. Novos nós na garganta se formavam, afinal ninguém está preparado pra perder alguém, nem à si mesmo. — Vá até ele, vá agora, o tempo é curto.

Jungkook deu uma última olhada no amigo antes de desaparecer, em sua cabeça ainda estava o questionamento do por que de Hobi ter ajudado Jimin, mas parte de si tinha em mente que TUDO que a Vida fazia tinha algum motivo além de sentimentos por trás.

Surgindo em sua casa, Jeon se deparou com Park preparando um rámen.

— Não estava com Hoseok? Por que voltou tão cedo? — Perguntou. Jeon fez uma breve analize e reparou que Park estava visivelmente mais magro, no entanto nem isso conseguia tirar um terço de sua beleza.

— Eu tenho a eternidade para conversar com Hoseok, entretanto... pouco tempo me resta com você. — Soltou deixando claro pela primeira vez ao loiro que ele não achou uma saída. Jimin baixou a cabeça por uns segundos. — Me diga agora o que quer fazer, qualquer coisa, apenas me diga. — A morte mostrava fraqueza com a voz embargada diante do humano.

— Não vou fugir do meu destino, quero ficar aqui, mas tenho um pedido. —Respondeu calmo, Park não estava assustado naquele momento. — Quero que se certifique de ajudar minha avó em tudo que ela precisar, vai ser difícil pra ela ficar sozinha agora, também não quero vê-la, é melhor assim. — Kook mordeu o lábio tentando segurar toda a dor e o peso das palavras do loiro.

— Tem uma coisa em cima da sua cama, quero que vista, nós vamos sair. — Diz a morte antes de caminhar para seu quarto, o mesmo trancou a porta e se deitou na cama amaldiçoando a própria existência. Se eu sou a morte então por que não posso impedir que ele morra?

Ele sabia a resposta. Jungkook não é responsável pelo fim da vida de nenhum ser, ele apenas existe como símbolo de todo o propósito.

Park se deparou com uma caixa sobre sua cama que não hesitou em abrir, dentro havia um magnifico terno branco com delicadas pedrinhas quase imperceptíveis costuradas nas mangas, ele estava maravilhado e logo se vestiu. O espelho refletia uma verdadeira obra de arte, mais do que nunca se sentiu parecido com um anjo. Jimin estava ansioso pra saber onde Jungkook o levaria.

Poucos minutos se passaram e ele ouviu a voz de Jeon o chamando, o garoto se olhou uma última vez desejando que a noite fosse inesquecível, e foi.

Os olhos da morte percorreram sobre o anjo a sua frente, a sensação de frio na barriga nunca esteve tão forte, Jungkook não queria tirar os olhos do loiro, estava maravilhado e entorpecido pelo cheiro suave do perfume. Ele precisou piscar algumas vezes para se dar conta que encarar tanto soava estranho.

o coração da morte. jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora