Moscou, 1940
A vida tem muitas maneiras de começar e encerrar ciclos. Lily Evans havia nascido Lilian Maria Romanov-Aleksandr, russa e aristocrata. Não havia momento pior para nascer.
Aos 2 anos ela sobreviveu a revolução russa apenas porque os pais de Lily rapidamente fugiram para a Inglaterra.
Ela se tornou Lily Evans e de toda riqueza e poder não restaram nada.Os pais de Lily criaram uma nova vida, com as amplas formações resultados de professores particulares desde a infância como era costume dos aristocratas. tornaram- se professores de Oxford e deixaram a vida luxuosa da aristocracia apenas nas memórias.
Nikolai e Irina recordavam apenas os bons momentos e sempre contavam sobre a grandeza do império. Eles nunca falavam sobre a revolução. Lily sonhava com o gelo, com os castelos, com a música e com a dança.
Agora, uma nova guerra estava acontecendo. E Lily estava em um camarim em Moscou no Teatro de Bolshoi. Ela estava ajeitando o Tutu, já tinha colocado o collant e as meias. A sapatilha e as ponteiras deixaria por último. Ela estava de dourado, as pedras brilhantes faziam o conjunto brilhar juntamento com os cabelos ruivos presos no coque perfeito e os olhos verdes que estavam sombreados por uma sobra dourada.
Olhando para o espelho ela refletiu que era a primeira vez que voltava a Rússia desde da fuga e ninguém sabia quem ela era. Afinal, o que importava se Lily pertenceu a nobreza. Os Romanov não existiam mais.
Atualmente, na companhia de Ballet inglesa, Lily faria um solo para o líder russo e seus convidados. Os pais não aprovaram a ida dela, mas ela sabia que precisava voltar. Algo no país que nasceu a chamava. Clair de Lune era a música. Algo emocionante e sentimental, assim como Lily se sentia em relação ao país que nasceu.
Despertada pelo diretor da companhia, Lily se preparou para entrar no palco. O teatro era mágico e Lily já havia visitado muitos lugares.
Não havia nada como aquilo: a arquitetura, as roupas.
Quando entrou no palco ao ouvir o iniciar da canção ela se preparou e iniciou o que mais amava fazer. Nos grand jetés a platéia se admirava e se emocionava e Lily sentia. A dança era como o ar que ela respirava. Ali, naquele palco havia renascimento.
- Você não tinha que ir no espetáculo do Bolshoi ballet hoje? - Perguntou Alexei curioso quando o viu patinando pelo rio Neva. - Não era para você estar em Moscou ao lado do seu pai?
- Eu não quis ir e ele não é meu pai. - E não era mesmo. Ele foi adotado com 3 anos no meio da revolução. Muitas crianças haviam sido perdidas naquela época. Não foi um período fácil.
- Ele é nosso pai, ele nos criou, quer você queira, quer não. - respondeu Alexei sorrindo com os cabelos pretos amarrados em um coque perfeito- Nós devemos respeitá-lo e você deveria ter ido.
- Por que VOCÊ não foi? - respondeu o outro demonstrando mais irritação. Não era bom irritá-lo e nem fazia muito sentido, mas Alexei gostava de vê-lo lutar contra algo que era óbvio. Ele era o mais parecido com Mikhail, tanto no temperamento quanto nas manias.
- Você acha mesmo que o papai me colocaria ao lado do Stalin? Qual a chance? Eu iria dizer que ele está fazendo tudo errado e aí? Morreriamos todos. - disse Alexei sincero e era verdade. Ele era impulsivo e temperamental.
Já o jovem de olhos pretos que o encarava se cima dos patins era o modelo ideal de político. Afinal, ele havia sido criado para isso.
Alexei o observou aumentar a velocidade e iniciar mais uma volta ao lago. As roupas iguais e o mesmo broche. Tudo estava difícil. Desde da partida de Lênin tudo se rompeu.
Mas se havia alguém que poderia colocar tudo em ordem era ele.
James Mikhail foi uma das milhares crianças perdidas em meio a revolução russa. Ele era britânico, mas encontrado por um dos revolucionários foi criado por Mikhail, um dos camaradas mais respeitados.
Quando patinava se sentia livre e ao saltar mais duas vezes gritou para o irmão.
- Não se preocupe, papai trará o espetáculo para São Petesburgo. - ele abriu um sorriso e Alexei jogou uma bola de neve nele.
A guerra estava acontecendo e a Rússia estava equivocada. Disso James tinha certeza. Se colocar ao lado da Alemanha era uma péssima ideia.
Mikhail também achava, mas em tempos que os opositores sumiam, ele tinha quatro filhos para proteger.
- Lilian, você não pode estender a turnê!! - Irina falava ao rádio de comunicação tentando colocar juízo na cabeça da filha.
- São só mais algumas cidades, mamãe.- disse Lily enquanto mostrava tranquilidade.
- Uma guerra está acontecendo, Lily. A Inglaterra está prestes a ser atacada.
Aquelas palavras davam medo e tristeza.
- Mãe, é a última turnê. Nós já decidimos parar até que a guerra termine. Em breve estarei em casa. - Lily disse antes de desligar. Obviamente ela estava preocupada com todos, mas ela se sentia em casa e olhando a neve caindo na janela do trem quando voltou a cabine observou a neve e a placa que inscrevia.
São Petesburgo
Estranhamente, ela se sentiu em casa.
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São Petesburgo
FanfictionRússia, Política, Balé, Patinação no gelo e uma guerra. A aristocrata e o camarada. 🥉 #jily em 04/04/2022