3: São Petesburgo

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Após a revolução e a partida dos aristocratas, a maioria das mansões haviam se tornado comunitárias assim como pensões de apoio a população. As enormes casas que mantinham a arquitetura russa impecável, mesmo impactada pela guerra.

Algumas casas eram divididas por famílias. Mudavam as portas e uma grande casa podia abrigar quatro a cinco famílias sem interferir uma na outra.

Algumas casas foram destinadas aos membros do estado e eram divididas com outras famílias que também trabalhavam com bolcheviques.

No caso de Mikhail era assim. A grande casa foi dividida e ele e os quatro filhos dividiam um espaço composto de 3 quartos, sala, cozinha e banheiro. E estava satisfeitíssimo.

A casa de arquitetura antiga era branca do lado de fora com grandes grades e um jardim imenso, onde as crianças brincavam vestidas de cinza e preto.

Uma garota ruiva observava uma casa enorme no dia seguinte aos eventos biblioteca.

Marlene não sabia dos acontecimentos da vida de Lily, então, acreditava que ela queria apreciar a arquitetura.

Naquele lugar, um dia Lilian nasceu e viveu por dois anos.

Admirada que o lugar, ainda, parecia o das fotos de seus pais, ela observou as mudanças de entrada, para abrigar mais famílias, pensou ela.

Continuava linda e bem cuidada. Uma vida que ela nunca teria.

Foi despertada por três jovens que se aproximaram das crianças.

- Pega essa, Bóris. – Lily observou um jovem dizer ao jogar uma bola de neve em um menino de botas pretas.

Eles riram. Ela sabia que os bolcheviques mantiveram os aristocratas presos, então, não imaginava que eles podiam rir com crianças.

Para a surpresa dela os três jovens eram os mesmo da pista de patinação no rio e o jovem que havia jogado a bola de neve no garoto, Mikhail.

- Camaradas, Mikhail. - Bóris disse olhando para os três.

Irmãos pensou Lily, mas tão diferentes.

- Como você estão, garotos? – disse Remus olhando para os três garotos que não deviam ter mais de 7 anos.

- Estamos bem. – respondeu o Boris que Mikhail havia cumprimentado.

- Aquela bruxa está fazendo sopa de legumes ainda para vocês? – Disse o jovem de cabelos pretos amarrados, Sirius. – Se ela não estiver cuidando de vocês, nos avise.

Órfãos, pensou Lily ainda prestando atenção  na conversa enquanto Marlene a observava com interesse. A bruxa deveria ser a mulher que cuidava deles

- Dimitri, Boris, Andrei, nos avisem se precisarem de algo, tudo bem? – disse o jovem patinador de óculos estendendo a mão para os garotos e tocando a mão de cada um com aperto.

- Tudo bem, camaradas! – os garotos responderam em conjunto e correram para brincar.

- Eles lembram a gente! – disse Remus enquanto os três observam as crianças correrem.– Mas nós tivemos sorte e ganhamos um pai. – Remus estava triste, a guerra deixou muitas crianças órfãs que viviam e casas comunitárias mantidas pelo estado, aquela era junto a deles e era mantida sob a surpervisão do pai deles.

- Eles também podem ter. – disse James sorrindo. – Nós podíamos. Somos adultos.

- Nós pertencemos a luta, James. – disse Sirius sabendo que era triste, mas era verdade.

- Mas o pai também pertencia. – James protestou.

- Mas o pai acreditava que as coisas que iam melhorar e nós não estamos vendo isso. – respondeu Remus. – Você seria um grande, pai, Mikhail.

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