Dilema.

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#EstranhoHeroi

JIMIN

Foram dias difíceis.

Minha missão ainda não acabou, mas é torturante continuar e encarar todos em minha volta com um olhar vergonhoso. Não, eu não quis ir à essa viagem da maneira que estou, no entanto, precisei ir para vigiá-lo.

No começo, eu não entendia a frase que sua avó Doroth tinha dito. Contra o que eu lutaria? E por que púrpura?

Naquele dia, quando ele tirou a máscara para mim, houveram apenas flashbacks, eu só pude lembrar de um nome: Jun.

Tempos depois eu lembrei. Lembrei do garoto que eu ia visitar no trabalho do meu pai, o quanto seus olhos mostravam cada sentimento. Ele era tão pequeno para, sempre que eu o via, ter seus grandes olhos azuis. Não sei como pude esquecer desse momento da minha vida, foi há tantos anos e mesmo assim, sempre que olhava para Jungkook, o novo aluno do colégio, eu sentia nostalgia, por cada centímetro de seu rosto.

Depois daquilo, eu entendi a pesquisa do meu pai. Nunca soube ao certo o que ele queria, mas sempre o fiz entender que sim, eu descobriria quem é Golden Spider. Entretanto, em todas as vezes que me movi para saber algo sobre, foi para ter o maior cuidado para tudo que eu fosse dizer ao meu progenitor.

Sempre me neguei a ver o óbvio sobre Jungkook e Golden Spider, pois precisava ficar ao seu lado e, se todas minhas suspeitas estivessem certas, eu teria que partir, deixá-lo e cortar qualquer ligação dele com o laboratório de meu pai.

Eu queria ser apenas um rapaz apaixonado pela música, com o sonho de passar minha história para o mundo, mas naquele dia eu precisava ser o filho de Park Hyunsik, precisava ser o garoto que foi criado para seguir seus passos na ALPHA Biotech.

Mas para entender bem, eu quero voltar para um dia antes de eu me lembrar do meu passado.

— Você se lembra! — Vociferou ao que puxava meu cabelo e soltava o ar quente de sua boca em meu rosto. — Quero que traga ele até mim.

— E-eu não sei do que está falando.

Ele soltou um riso nasal, me soltou e passou as mãos nos próprios cabelos ao que andava para trás. Seu sorriso sádico me assustava como o inferno, foi ali que eu percebi: meu pai é insano, ele é maldito.

— Eu criei você, meu filho. Sei que sabe bem do que estou falando. — Caminhou com passos lentos, até ficar em minha frente novamente, então levantou meu queixo com o indicador, para que eu olhasse no fundo de seus olhos. — Te levei ao laboratório todos os dias para que o garoto não morresse no processo do meu projeto.

— Eu já disse. Não sei do que está falando — eu disse, penetrando meus olhos nos dele.

E realmente não sabia. Era como se uma parede estivesse bloqueando minhas memórias de infância, todas as lembranças que eu tinha sobre o laboratório de biotecnologia foram simplesmente apagadas.

— Você sempre quis seguir os passos da vadia da sua mãe — disse, apertando minhas bochechas. Meu sangue ferveu, minha cabeça começou a esquentar e meu punho fechar. — Te ensinei tudo para que seja como eu, mas como me agradece? Desistindo das aulas de autodefesa, das aulas de biotecnologia e nanotecnologia. — Sorriu de novo, mostrando todos os dentes de sua boca. — Mas eu irei consertar você, meu filho — disse, com a voz calma, colocando as duas mãos em meu rosto e selando seus lábios em minha testa. — Eu posso fazer isso.

— Você é doente — respondi ríspido.

— Pela ciência! — disse em voz alta. — Eu poderia ter usado em você, desde cedo, mesmo que morresse no processo.

Golden Spider • jjk + pjm Onde histórias criam vida. Descubra agora