Você mentiu para minha família?

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Noah

- Lucas, preciso desses documentos xerocados até as dez e meia. Se eu não entregá-los ao chefe na hora, saiba que minha cabeça vai ser jogada para fora desse prédio hoje mesmo. - Digo ofegante pelo fato de ter vindo correndo até a sala do meu colega de trabalho.

- Calma Noah, me dê alguns minutos apenas. - Diz calmamente.

Até porque não é ele que trabalha como assistente pessoal de Joshua Beauchamp, um executivo tirano.

- Pronto. Aqui está. - Me entrega todos os documentos devidamente xerocados e sorri.

- Obrigado Lucas, me salvou de novo!

- De nada. Boa sorte.

Sorrio para ele e me despeço, saindo de sua sala.

Tenho a leve impressão que todos da empresa sentem pena de mim, inclusive Lucas. Afinal, quem não sentiria? Eu sou o que mais sofro aqui. Para todas as tarefas que meu chefe passa eu tenho que cumpri-las em um tempo determinado, por exemplo: Da última vez tive que buscar seu café do outro lado da cidade de Nova York em quinze minutos! Ou então quando precisei reorganizar sua agenda lotada e reescrever seus documentos importantes de quase dez folhas, ele me deu apenas uma hora! Eu, como sou determinado, faço sempre no prazo. Zelo meu emprego aqui, até porque ganho bem para aturar aquele filhote de demônio.

Enquanto subia as escadas correndo, esbarrava em algumas pessoas mas rapidamente pedia desculpas. Quase caio, porém me recupero e entro no andar principal, onde fica a sala do meu chefe.

Respiro fundo a fim de recuperar o fôlego. Me sento na minha mesa e organizo os papéis. Arrumo meus cabelos embrenhados e fecho meus olhos. Conto até dez.

O telefone toca. É ele. Atendo.

- Quero os documentos agora.

- Sim, senhor. - Murmuro mesmo sabendo que ele havia desligado.

Me levanto e caminho com a delicadeza que meus passos apressados permitem, sei que odeia esperar.

Após dar uma uma leve batida na porta, escuto um resmungo e entro com cuidado.

Acho que nunca vou me acostumar com a beleza desse homem. Alto, pele muito bem cuidada, seus olhos azuis, lábios rosados e bem esculpidos, rosto delicado, mas rústico. Ele consegue ser muito lindo, tão lindo que chega a ser amargo.

Coloco os documentos na sua mesa de vidro e ele nem sequer olha para mim ou para os papéis, seu olhar está fixado na tela de seu notbook.

- Sr. Beauchamp, os documentos que você pediu. - Joshua me encara fortemente.

- E o que está fazendo aqui ainda? - Pergunta enquanto cruza as mãos e apoia os cotovelos na mesa.

- Precisa de mais alguma coisa? - Pergunto sem me abalar.

Então faço algo que ele odeia: Sorrio docemente.

Posso ver uma veia em sua testa saltar. Se ele pudesse me matar, certeza que já teria o feito. Não sei porque, mas o Sr. Beauchamp me odeia. Às vezes me pergunto se é porque sou o primeiro assistente pessoal dele a ficar fixamente no cargo, porque para aguentar esse homem tem que ter pulso firme e precisar muito do salário.

E como eu tenho um e preciso do outro, encaro numa boa, mesmo quando chego em casa chorando.

- Não Urrea, pode ir. - Sua atenção logo é logo tomada para o notbook novamente.

Ainda sorrindo, me viro e caminho até a porta. Posso sentir seu olhar queimar nas minhas costas. Saio da sala e fecho a porta. Suspiro.

Ouço o elevador apitar e sorrio ao ver Lamar Morris sair por ele. Lamar é o executivo chefe do departamento de administração da empresa, e por incrível que pareça, melhor amigo do do Sr. Beauchamp.

Meu Adorável Chefe Tirano - Nosh | Mpreg! Onde histórias criam vida. Descubra agora