ele não consegue deixá-lo

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— O que você tá fazendo aqui? — Jungkook perguntou, tentando não alterar o tom de voz. Seu peito subia e descia com a imagem de Park Jimin, em pé, bem na sua frente.

Jimin de pé na porta. Ele estava ali. Jimin. Park Jimin. Com um suéter cinza comprido e calças de flanela, cabelo bagunçado e rosto inchado. Expressão perdida e exausta. Ele parecia um filhote de gato abandonado, triste, sombrio e sozinho.

Jungkook quase caiu da cama quando recebeu uma mensagem do Park, dizendo "Você pode abrir a porta?" às 00:23. Jungkook precisou ler mais duas vezes para entender se estava sonhando ou não.

— Jungkook-

— Jimin, eu espero que você tenha um bom motivo para estar aqui de madrugada.

— Senão você vai me dar um soco na cara? — Jimin perguntou com um sorriso triste.

— Senão eu vou ter dar um soco na cara — Jeon confirmou, a voz firme e olhos confusos. Ele ainda não acreditava no que estava acontecendo.

— É que eu... — Jimin começou. — Eu precisava de você, Jungkook...

— Precisava de mim? — o mais novo franziu a testa. — Muita hipocrisia da sua parte, visto que me expulsou daquele hospital dizendo totalmente o contrário.

Ugh.

— Você disse que estava apaixonado por mim! E...

— E? — Jungkook insistiu, vendo Jimin hesitar, os lábios trêmulos e arroxeados.

— E você disse que nunca me deixaria sozinho. Você disse que poderia me abraçar até minha dor passar e... — Jimin praticamente jorrou as palavras em Jungkook. Seu coração batia pesado entre as costelas. — E eu preciso desse abraço agora, Jungkook. Preciso muito...

Jimin observou o jeito que as barreiras de Jungkook foram caindo uma por uma. Um feixe de esperança se acendeu na escuridão de Park Jimin quando Jungkook de afastou da entrada da casa.

Você joga muito sujo — ele disse e Jimin soltou o ar que nem sabia que estava segurando. — Entra. Sobe e vá direto ao meu quarto. Sem fazer barulho.

Jimin viu Jungkook sumir pela cozinha e notou que essa era sua deixa. Subiu as escadas na ponta dos pés e entrou na primeira porta à esquerda, tão bem conhecida por ele. Assim que adentrou o quarto do Jeon, toda sua pele se arrepiou. O cheiro dele estava por toda parte. Porra, o cheiro dele.

Jimin, de repente, sentiu seu corpo inteiro querendo viver naquele lugar. Memórias das vezes que ele e Jungkook se tocaram totalmente nus naquele espaço invadiram sua mente e seu estômago começou a formigar. Memórias das vezes que Jungkook mordeu seu pescoço quando estava prestes a gozar dentro de si. Memórias das vezes que ele mesmo afundava as unhas nas costas do Jeon quando sua barriga contraía num espasmo e ele sabia que teria um orgasmo logo a pouco. Memórias das vezes que Jungkook abraçava Jimin por trás depois de horas de sexo rude e cansativo.

Ele também se lembrou dos momentos que observava o jeitinho que o cenho de Jungkook enrugava enquanto resolvia um exercício de física ou matemática Se lembrou das vezes que brincava com o cabelo dele quando este estava deitado em seu peito; das massagens que recebia depois de transar numa posição por muito tempo e das piadas sujas que Jungkook fazia quando Jimin soltava um gemido dolorido.

Jimin olhou para cima, tentando impedir a queda das lágrimas e viu as estrelinhas fluorescentes coladas no teto. Aquilo foi como um soco no rosto porque o presente foi dado no dia do aniversário de Jungkook. No mesmo dia que terminou tudo com ele. Jungkook as colocou depois desse dia?

kerosene queen & matchstick king • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora