ele era um anjo

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Tudo começou quando Jimin e Jungkook chegaram atrasados na primeira aula. Eles ficaram sentados numa sala reservada para os descumpridores de horário. Jimin aproveitou o tempo para terminar uma atividade de matemática e Jungkook, para fumar.

— Será que tem como não fumar aqui dentro?! — Jimin pediu, ácido como veneno de cobra. — Pelo amor de deus, um dia você vai virar um câncer ambulante.

Jungkook riu com a comparação, mas apagou o cigarro na sola do sapato. — Tudo bem, tudo bem... Ei, isso é matemática?

— É, mas eu não terminei.

— Eu fiz, se você quiser...

Jimin o olhou desconfiado. — Copiou de quem?

Jungkook jogou as pernas cobertas por uma skinny preta em cima da carteira ao lado.  — Eu fiz o dever, Park. Só copio dever de arte. Não suporto essa matéria.

— Hum... Tudo bem, me dê — Jimin pediu referendo-se ao caderno do Jeon. Ele ficou bastante surpreso com a forma organizada de escrever que o outro tinha. — Arte? Não tenho nada contra, tirando a professora insuportável.

— Sim, nossa! Ela me olha como se eu fosse um pedaço de carne. Eu já a flagrei me comendo com os olhos umas três vezes durante a última prova, eu juro!

— Ah, Jeon. Deixe a pobre mulher ter sonhos eróticos com você, o que tem de mais?

— Que horror, Park! Imagina que merda seria se ela descobrisse que eu gosto da mesma fruta que ela.

Oh.

Jimin parou de escrever na mesma hora. Jungkook que dizer que ele era...?

— Sim, Park. Eu sou gay. E gay pra caralho.

As bochechas de Jimin, não, seu corpo todo adquiriu um tom de vermelho intenso ao ouvi-lo dizer aquelas palavras. Ele se atrapalhou por um segundo e bebeu um grande gole de água de sua garrafia temática do Rei Leão.

— Olha, Park, se você vier com piadinhas homofóbicas, pode ter certeza que eu te arrebento. — Jungkook falou sério, enquanto mexia no celular. — Eu não vou dar a mínima só porque você é gostosinho e tem rostinho de bebê.

— Não! Você não precisa se preocupar com isso...

— Não? Ótimo.

Vamos lá, Jimin. Coragem.

— Eu também sou...

— Você é? Você é o que? — Jungkook arqueou uma sobrancelha e Jimin viu aquilo como um desafio indireto. Ele sentiu um frio na espinha.

— Gay — inferno de palavra difícil de dizer. — Eu também sou gay, Jeon. Gay pra caralho.

Ok, hum, Jungkook já esperava por algo assim. Afinal, era Park Jimin. O conhecia desde sempre. Era nítida a forma que ele agia e, por favor, sem querer usar esteriótipos, mas já usando... Era Park Jimin.

O cara que andava como se fosse um deus de guerra. Ele caminhava como se carregasse o mundo inteiro sobre os ombros, fazendo-o parecer brilhantes pares de asas de anjo. Seus olhos falsamente inocentes lhe davam um ar selvagem e aqueles lábios... Ah, aqueles lábios. Carnudos e naturalmente rosados encerravam sua imagem promiscua imagem de um anjo divinamente infernal.

Aquilo foi interessante.

— E eu deveria fazer algo com essa informação, Jimin? — Foi a primeira vez que Jungkook o chamou pelo nome. E puta merda, ele nunca pensou que sentiria um prazer oculto ao ouvir seu nome soando tão sexy na voz daquele garoto.

— O que você quer dizer?

Jungkook sorriu ladino — maldito hábito! — e se levantou. Jimin não conseguiu deixar de reparar nas pernas torneadas sob a calça apertada. As botas de combate sempre presentes e a camiseta branca do uniforme que deixava os braços fortes dele a mostra. Oh, céus...

Jimin se assustou quando Jungkook puxou uma das carteiras para ficar lado a lado consigo. — O que foi?

— Sabe, Park, toda vez que recebo uma informação nova, eu procuro o que fazer com ela. Se eu não achar, a descarto. Mas caso eu ache... Ah, eu vou querer fazer bom uso dela — Jungkook levou a mão para a coxa de Jimin, ficando com ela parada. Park Jimin sentiu o ar faltar. — E então, Jimin? O que devo fazer com essa noticia de que é um viadinho assim como eu?

O menor engoliu em seco e encarou a mão de Jungkook tão perto de seu sexo. — O que você quiser fazer...

Sempre tão submisso.

Jungkook sorriu e subiu a mão mais perto da virilha do outro. — Você fica sozinho em casa durante a tarde? — Jimin assentiu, sem saber onde ele queria chegar. — Então me espere depois que a aula acabar. Vou te mostrar como aproveito minhas preciosas informações.

E o sinal tocou, anunciando a segunda aula.

E Park Jimin terminou a tarde daquele dia montando e gemendo sobre o pau de Jeon Jungkook.

kerosene queen & matchstick king • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora