Lola

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Mais ou menos sete meses se passaram e entrei em trabalho de parto, é óbvio que já fiz outra identidade falsa e que tenho outros documentos, foi uma das primeiras coisas que tive que fazer na semana em que cheguei, por sorte, sei onde encontrar as pessoas certas para o trabalho. Jade Parol, é meu novo nome. Bom, pelo menos esse não é tão óbvio. Bom, aparentemente a gerente foi embora sem que eu tivesse que mata-la, então me destaquei entre os outros empregados e peguei a gerência, graças a Deus estava sem a barriga gigante ainda. Bom, depois disso, continuei na gerência até o dia em que minha bolsa estourou enquanto eu estava trabalhando, uma colega de trabalho, Mirian, me levou até o hospital em seu carro.

Demorei horas a ter o bebê, o que me proporcionou muita dor nesses ossos, que já foram quebrados antes, e eles latejavam inteiramente, quando o médico fez o exame, vendo também os meus ossos, pelo raio x, seu rosto fez uma expressão apavorada, assim como a enfermeira quando me ajudou a tirar as roupas. Ela não perguntou nada, mas pude ver seus olhos se arregalarem de todas as cicatrizes.

Quando finalmente a tive, a enfermeira a levou de mim por alguns minutos para limpa-la, nunca fiquei tão louca na minha vida, aguentei cada segundo que pude, até que ela a trouxe de volta. Morri de medo que tivessem tirado minha filha de mim, que ficassem com medo que eu não fosse capaz, ou que fosse perigosa para ela, mas principalmente, fiquei apavorada porque achei que Ele tinha me encontrado, que Jeff mataria minha filha.

- Lola. - Digo, a ninando em meus braços. Seus olhos escuros, quase pretos, o cabelo preto e a pele clara. Por sorte, nasceu sem nenhum problema físico ou mental, o que nem sei como é possível. Ela é mesmo uma garotinha muito forte, e nunca pensei que ficaria tão feliz e completa por tê-la em meus braços.

1 ano e cinco meses se passaram, ela já está tão grande que mal posso acreditar que saiu de mim. Ela tenta caminhar pela casa, a deixo tentar, tomando cuidado para que não saia se machucando. Com o salário mais alto, consegui me virar bem durante esse tempo. Gastei boa parte do dinheiro que tinha guardado, é claro, mas graças a isso tenho praticamente uma casa perfeita. Uma cama para mim, um berço para Lola, um chuveiro quente, sofá, televisão, lenha para a lareira no inverno, geladeira, fogão, tudo que preciso. Jeff nunca apareceu, mas não há um único dia que ele não esteja em minha mente, dói o ter abandonado, mas não me arrependo nem um minuto, embora a minha saudade de matar seja gigante, toda vez que olho para os olhinhos brilhantes dela, recupero minha força. Ele ao menos, me proporcionou a coisa mais perfeita do mundo.

Bom, eu nunca esperei que ela fosse sã, mas não esperei que os sinais fossem ser uma porra de um cão morto na sala. Adotei esse cachorro a uma semana porque ela apontou para ele em uma loja... Lola esmagou a cabeça dele com o ferro de passar roupa. Estou escondida aqui há 4 anos, ela tem 3 anos e alguns meses, isso foi no mínimo precoce.

- Eu preciso de um milaaagre. - Disse para mim mesma, colocando o cachorro em uma sacola de lixo e o jogando na lixeira da frente de casa.

- Mamãe olha o desenho que eu fiz para você! - Lola gritou na sala de casa, eu sorri, rezando para que não estivesse decapitada no desenho.

- Que lindo! - Disse, olhando para nós duas, eu estava inteira, mas o cachorro estava morto e ensanguentado no chão. - Filha, não pode matar seu cachorro. Não pode matar ninguém, entendeu?

- Por que?

- Porque é errado, e ninguém gosta de ser morto, ou que matem seus amigos. Entendeu? - Perguntei, acariciando seus longos cabelos pretos. - Você começa amanhã na escolinha, quero que me prometa que não vai machucar ninguém, e que não vai brigar com nenhum colega.

Dance With Devil -Jeff The killerOnde histórias criam vida. Descubra agora