viagem

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      Horas e horas se passavam, estou morrendo de fome, de frio e minha mente está me matando. Eu não aguento mais.

      —Jeff! PELO AMOR DE DEUS SEJA LEGAL E ME DÊ UM REMÉDIO! —gritei do porta malas.

      —Eu não vou gastar remédio com você, ratinha. —Ele gritou de volta

      —Então vai a merda. —gritei bufando.

     Passaram se muitas horas. Eu sei que ele não vai me deixar ficar no banco de novo. Pelo menos posso tentar dormir, vantagem de eu estar quase morrendo e sem energias. Eu dormi no banco, tive pesadelos. Muitos. Acordei muitas vezes, mas voltei a dormir. Era o único jeito de fazer as dores e irem embora. Acordei quando Jeff abriu o porta malas, já era noite de novo. Ele me deixou aqui por um dia todo.

      —O que está fazendo aí parada? Vem, não tem graça se você morrer, ainda mais no porta malas. —Ele disse me carregando para o banco traseiro. Eu comi dois salgadinhos daqueles para três ou quatro pessoas.

    —Ele parou quando enxergou uma pequena casinha na beira da estrada. Ela tinha um campo amplo, atravessando a estrada tinha uma floresta, mas eu não posso fugir. Estou muito fraca e não sei nem onde estamos. Eu achei uma faca e a segurei escondendo minha mão. Quando ele voltou para o carro pra me buscar. Eu tentei atacar, mas eu fui muito lenta.

      —Você não tem jeito... Vai se arrepender por isso, Ratinha.

     Depois disso eu desmaiei, sinto meu corpo quente e doendo totalmente. Minha cabeça dói, e está tudo voltando. Meu transtorno bipolar, meu transtorno de personalidade, meu vazio, minha raiva, minha depressão. Tudo, merda, maldita hora que deixei os remédios pra trás.

     Jeff narrando:

             Ela desmaiou, eu suspirei. Parece que ela não aguentou ficar tanto tempo no porta malas. Tenho que admitir que ela me deixa intrigado. Ela é bonita, fisicamente e tem uma personalidade desafiadora, teimosa e debochada. Mas também corajosa. Aquela hora que ela pateticamente achou que me ganharia com aquele canivete na casa abandonada, aquilo me intrigou. Por que em sã consciência ela não iria implorar? Correr? Se esconder? Ela tentou me enfrentar, isso a deixou interessante. Mas ela tem que aprender umas lições. É muito teimosa e desobediente. Mas acho que algumas horas de tortura resolvem isso.  Carreguei ela em meus braços e a deixei no sofá. Enquanto os velhos, donos da casa estavam amarrados na cozinha. Escondi o carro e voltei para dentro da casa. Peguei uma faca e cortei a orelha do velhote, ele gritava de dor, como qualquer outra vítima. Eu comecei a fazer cortes por todo seu corpo, profundos e que o fazia gritar cada vez mais alto. A velha eu deixei para mais tarde. Tenho uma surpresa para ela.   Depois de o velho não aguentar mais, perder a voz e a graça eu cortei sua garganta.

      Eu levei ela até a garagem, onde tinham aquelas coisas que colocam pressão e esmagam praticamente qualquer coisa, incluindo humanos. Sim, eu esqueci o nome, mas tanto faz. Eu coloquei a velhota lá e ela gritava cada vez mais com seus ossos sendo quebrados, fazendo um barulho alto. Seus gritos aumentaram cada vez mais, até ela morrer, a máquina começou esmagando até ela virar suco. Eu não tô com muita criatividade para matar agora. Estou poupando minha criatividade para, Lua. Mas não tem graça torturar ela sendo que essa imbecil está doente. Acho que deve estar com hipotermia. Está quase morrendo. Eu a carreguei para perto da lareira que tinha na sala. Acendi a lareira e enchi ela de cobertores. Quando ela acordar, ela come alguma coisa. Não sei cuidar de pessoas, sei matar pessoas. E isso eu faço muito bem.

      Depois de algumas horas ela acordou. Estava tonta, lenta e fraca. Ela realmente fica irritante e atraente assim. Espera, que porra é essa que eu pensei? Atraente? Esqueça isso, Jeff.

      Eu entreguei uma sopa para ela e ela comeu sem reclamar.

       —Por que não se preocupou se tinha veneno? —Eu perguntei entediado, qualquer pessoa teria suspeitado de veneno —Talvez eu queira te matar .

        —Porque eu queria que tivesse veneno, mas não tem. Você não vai me matar. Não vou ter graça morta e não tem mais gente nessa merda de estrada pra você brincar. Então enquanto você estiver aqui, eu sei que não vai me fazer o favor de cortar a minha garganta e me deixar sangrar até a morte. —Ela respondeu vindo na minha direção, seu olhar, é frio, morto, lindo. —Onde colocou o carro? Preciso da minha mala e das minhas roupas. —Ela continuou.

      —Na garagem. Cuidado para não escorregar no sangue dos velhotes mortos. —Respondi entregando as chaves do carro para ela. Mesmo que ela tentasse fugir (não vai) não iria conseguir, eu tranquei a garagem muito bem, os velhos tinham muitas trancas na garagem.

      Ela pegou sua mala e foi para o banheiro, me evitando totalmente. De repente uma idéia. Esperei alguns minutos e abri uma fresta silenciosamente. Vi ela tomando banho, deixando as gotas de água tomarem conta de seu corpo e sua alma. Não sou um pervertido, mas eu tinha que conferir a expressão em seu rosto, se ela estava se segurando para não chorar na minha frente, com raiva e etc. Mas não, ela está vazia. Sua expressão carrega algo, uma escuridão que ela já está familiarizada. Solidão, tédio e um vazio enorme.

Dance With Devil -Jeff The killerOnde histórias criam vida. Descubra agora