vai pagar pra ver?

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       Enquanto outra semana passava lentamente, Jeff cuidava de mim, meus ferimentos estão quase curados, mas ainda não estão muito bem. Meus ossos continuam quebrados e finalmente estão quase sarando.

      —Aqui, tome isso. —Ele disse me alcançando um remédio e um copo de água. Fiz o que ele mandou e ele foi em direção a porta.

      —Por que não me mata? —A pergunta que se repetia em minha mente escapou por meus lábios e ele se virou, seus olhos mostravam exatamente o que eu achei que haveria neles, confusão. Ele quer me matar, mas não vai, não sabe o que fará ainda. Bom, ele não vai me deixar morrer isso ele já deixou claro, então é melhor eu simplesmente aceitar tudo que ele manda até estar recuperada.

     —Por que eu não vou fazer o que você quer que eu faça, mas uma parte de mim quer tanto te matar que se não fosse aquela facada ridícula que você me deu, eu teria perdido esse jogo.  Que fique claro para você, esse jogo idiota acabou. —Ele disse enquanto trancava a cela.

     —Eu te odeio, seu cospobre idiota... —Murmurei e pude ouvir alguém rir do outro lado da porta, cretino. Vamos ver quanto tempo você vai rir.

      Mais dias se passavam e meu cabelo sem tinta aparecia cada vez mais, me lembrando das brigas com minha mãe depois de eu pintar daquela cor, uma risada triste escapa de meus lábios, é incrível como eu posso querer aquelas brigas de novo. Eu não queria que nada disso acontecesse, mãe, pai, eu só fui em uma maldita casa abandonada.

      Jeff entrou em minha mente, talvez seja porque agora só há ele em minha vida, mas eu não consigo parar de pensar nele a todo minuto. Eu entrei na sua cabeça também, posso ver em seus olhos, talvez... Talvez eu possa quebrar sua mente, assim como ele quebrou a minha. Isso é um jogo de raciocínio, vamos ver quem vai ganhar esse maldito jogo. Não vou perder, não posso perder.

               Jeff narrando:

      Essa garota tem algo poderoso, não como superpoderes, algo estranho, como se pudesse me ler, já leu que entrou em minha cabeça e provavelmente acha que pode me quebrar.

      Ela pode me tirar do sério, pode me acalmar, mas quando ela tentou fugir mesmo depois do que eu fiz com ela, foi a gota d'água. Ela obviamente é teimosa, mas  não achei que seria possível um ser humano normal como ela fazer isso, estava com seu corpo mutilado, destroçado por dentro. Não consigo entender como ela sequer levantou daquela cama. Lua, você está jogando um jogo perigoso entrando na minha cabeça, não implore para sair depois, eu não vou permitir isso. Eu sinto algo cada vez mais forte por ela, um afeto e uma vontade de matá-la, vontade de abraçar e de bater, vontade de tê-la só pra mim, de deixá-la a minha mercê. Essa confusão... Claro que não é amor, eu não sinto isso, mas sim, sim é uma obsessão que fica cada vez mais forte.  Não importa o quanto ela tente correr, eu vou alcançar, não importa o quanto ela fuja, eu vou encontrar, não importa o quanto ela resista, eu vou fazê-la ceder.

      Seus machucados estão curados, o problema são seus ossos, eles realmente demoram a curar, mas também estão quase curados. Claro, o que ela fez não vai ficar impune, mas não terá graça quebrar seu corpo mais do que ele já está quebrado. Quero quebrar sua mente, quero fazê-la sentir que não terá outro lugar para onde ir, que só terá a mim, que terá que recorrer e baixar a cabeça para mim. Esse é o jogo que está acontecendo agora, o jogo de mata ou não mata acabou naquela fuga mal sucedida. Ela é teimosa, orgulhosa, forte, furiosa. Realmente é uma personalidade interessante... Quero ver quanto tempo ela irá resistir, quanto tempo até se render ao que ela sente, não sou o único que se sente atraído, isso é óbvio. Lua vai perder esse jogo, eu nunca perdi sequer um maldito jogo, e não vou começar agora. Ela começou com isso, e eu vou terminar.

      Mais duas semanas se passaram e seus ossos finalmente estavam curados. Mas acabei resolvendo deixar ela mais dois meses na cela, posso ver que ela não aguenta mais aquele lugar, não posso discordar que não é o castelo dos sonhos. Só tem um colchão velho em uma cama de metal velha, uma janela com uma grade e vidros quebrados, um travesseiro e um lençol fino. Ela deve estar louca para sair de lá, está congelando mais a cada noite que passa. Toda noite eu a vejo dormindo, tremendo de frio e falando enquanto tem pesadelos, fica muito atraente na verdade

      Lua narrando:

          Meus ossos estão curados, doloridos mas curados, mas ele não me tirou daqui ainda. Fazem dois meses que ele me deixou apodrecendo aqui e fazem três dias que ele não me trás comida ou água. Estou suando frio deitada na cama enquanto olho para aquela pequena janela, a lua está nascendo, está cheia, estrelas a esperam no céu que aos poucos escurece até se tornar negro. A lua está grande, podemos ver até as marcas que tem, sua luz prateada ilumina meu rosto e eu olho fixamente para ela, provavelmente vou morrer logo, sinto isso, mas se eu morrer olhando para essa lua, eu estaria mais do que feliz por morrer.

     —É, parece que você não resiste mais do que isso, ratinha... —Disse Jeff vindo em minha direção. Sua face estava séria, talvez preocupada. —Sabe o que tem que fazer para tudo acabar, sabe que não vou te deixar morrer, mas não vai ter como chamar o que vai ter de vida, e mal vai poder chamar de sobrevivência. Você vai pagar pra ver? —Ele obviamente está me manipulando, mas não está mentindo.

      Engoli em seco, não posso aceitar, mas quero, eu sei que ele vai fazer isso e coisas piores mais de um bilhão de vezes até eu não aguentar mais... Eu... Eu não sei... não posso... Eu...

   ∆∆∆∆

  E ai, o que acham? Ela deve ceder? Comentem aí!!!

   Votem e comentem pfv, assim fico cada vez mais motivada!!!


Little wolf

Dance With Devil -Jeff The killerOnde histórias criam vida. Descubra agora