Jeff narrando:
Fui ao sótão, lá haviam várias ferramentas. alicates, chave inglesa e etc. Eu peguei algumas e busquei as minhas no carro. Aquele sótão é muito pequeno para colocar uma pessoa lá. Mas cadáveres já é outro assunto. Não vamos ficar aqui muito tempo. Eu já tenho um lugar planejado para irmos. Tive que parar aqui, Lua estava morrendo e não teria a menor graça ela morrer no banco traseiro do carro ou no porta malas. O cadáver do velho eu cortei em vários pedaços pequenos com uma faca de açougue e joguei dentro de uma caixa no sótão. A velha vai dar muito trabalho tirá-la de lá. Vamos ficar até amanhã aqui, depois voltamos a viajar. Mas ela definitivamente não pode ir no porta malas pra tudo acontecer de novo. É irritante. De repente ela abre a porta do banheiro e vai na direção da cozinha, fica mexendo nos armários.
Lua narrando:
Depois de meia hora ou mais deixando a água levar tudo embora, meus arrependimentos, minha mágoa, minha alma. Eu me visto e vou até a cozinha.
Roupa:
Eu olho para os armários, lembrando de Pablo, quando ele caiu de dentro de um desses, seus olhos apavorados me olhando, seus olhos implorando por ajuda. Eu deveria estar me sentindo triste, mas não. Não sinto nada, isso me incomoda.
-Pablo... -Sussurro -Jeff, ele sabia que Giovana queria me matar? -Perguntei friamente, minha voz está rouca.
-Você não leu a conversa completa. Ele sabia. Eles iriam matar você lá, Lua. -Ele falou tentando manter a seriedade, mas posso sentir a alegria em sua voz, Ele é realmente sádico. Mas talvez isso lhe deixe atraente, bem atraente.
-É, pena que você matou eles. Agora deu vontade de eu ter feito isso. E ter deixado aquela vadia morrer naquele quarto naquela hora. Tanto faz. -Falei distraidamente, eu estou me sentindo bem. Por quê? Eu não deveria me sentir assim, deveria querer chorar por tudo, mas é como se um vazio enorme me consumisse depois que parei de tomar os remédios. Eu já não tinha tomado eles no dia em que invadimos a casa, deixei para tomar quando voltasse. Se um dia sem tomar nenhum medicamento me deixa assim, imagine se eu nunca mais tomar. Pode ser divertido... - Quando tempo vamos ficar aqui?
-Até amanhã de manhã. Depois iremos para um lugar um pouco mais... Divertido, pelo menos pra mim. Para você será doloroso.
-Ótimo. -Respondi e me joguei no sofá. -Eu realmente estava dando falta de alguma dor. -Respondi me virando e dormindo.
Jeff narrando:
Lua está se tornando um mistério, um mistério estranho e atraente. Esse olhar frio e morto, eu realmente quero vê-la sofrendo, gritando de dor, mas não morta. Ela não terá nenhuma serventia morta. De repente, uma idéia passou pela minha cabeça. Eu nunca vi ninguém ficar assim por algumas perdas, ela ficou assim depois. Talvez seja luto, mas um instinto me diz que não, que essa escuridão sempre pertenceu a ela e implora para se libertar a muito tempo.
-Eu tomava remédios... -Ela disse com uma voz vazia, talvez um pouco triste. -Eu tomava remédios para proteger quem ficava perto de mim. Eu era muito... Estranha, eles diziam. Eu não sou estranha, eles sabem que em nem que seja uma parte de sua mente eles tem uma escuridão tão profunda quanto a minha. São hipócritas. Por isso eu preferi não fugir quando tive chance, no posto. Você não parece hipócrita. É como se eles quisessem... Que eu fosse só um robô que segue padrões. -Ela disse. Entendo completamente essa dor. Essa mágoa, esse vazio. Isso a torna... Linda.
-Eu não sou hipócrita, não sou um deles. A sociedade quer que todos se comportem igual, acreditem em tudo que os outros, os poderosos dizem. As mentiras que eles contam vão levar todos para o matadouro. -Respondi. Lua levantou a cabeça e olhou diretamente para mim, não para as cicatrizes, não para as pálpebras queimadas, para dentro de minha alma e minha mente. É como se ela pudesse ver além de mim, além de tudo. Eu fui para meu quarto em silêncio enquanto ela ficou dormindo no sofá. Mas que merda está acontecendo? Por que meu coração está batendo tão rápido?
Eu conheço aquele olhar, aquela sensação, deprimente e violenta. Uma onda de violência, uma onda de sangue, uma onda de gritos e uma onda de morte. Sua própria mente se torna seu inferno até você se render a ela. Eu não acredito, estou começando a gostar dela. Não estou apaixonado, não. Mas estou começando a não querer matar, Lua. Eu a quero viva, eu quero ver do que ela é capaz, quero ouvir suas palavras e seus gritos e ver sangue escorrer. Quero ver aquele olhar frio, quero vê-la quebrar, se render totalmente a escuridão.
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Dance With Devil -Jeff The killer
HorrorLua, uma garota com uma personalidade única, forte, uma garota normal aparentemente. Um dia resolve entrar em uma casa onde todos dizem que é mal assombrada junto com seus amigos. Mas na tal casa, não encontram nenhum fantasma, só um homem, um assas...