Capítulo 8
Marcus estava ansioso, caminhava inquieto pelo escritório, as notícias que esperava de Helvécia pareciam que nunca chegariam. Enviou um telegrama ao Governador Geral questionando a convocação de Jordano, mas ainda não havia recebido nenhuma resposta da capital.
__Querido, já estamos partindo. – Sara entrou em seu escritório e se aproximou do marido.
__Sim. – ele respondeu de forma autômata. __ Sônia está pronta?
__Ela aguarda no carro. – ela falou com tranquilidade. __Marcus, está tudo bem. Jordano sabe o que está fazendo, ele não pode se negar as convocações do Governador Geral. Sônia entende que o irmão precisa cumprir com suas responsabilidades.
__Sara, eu estou preocupado com a vida dele, não me importo se Sonia entende a ausência do irmão. – ele falou exasperado com a esposa.
__Preocupado com a vida dele? O que quer dizer com isso? Marcus o que está me escondendo? – ela o segurou pelo braço e o encarou com apreensão.
__Ele corre risco em Helvécia.
__Como? Alguém quer lhe fazer mal?
__Não sei ao certo, só o que sei é que está em perigo em Helvécia. – Sara recuou indignada compreendendo toda a situação.
__Aquela mulher... foi aquela mulher que disse isso? – Sara tentava se controlar, mantendo as mãos presas uma a outra, respirava com dificuldade.
__O que você sabe sobre ela? – ele questionou com olhos muito abertos, tomados pelo susto.
__Sei que é uma herege! Uma herege que você mantém como sua amante. Uma mulher que não deveria estar entre nós. Como pode levar a sério o que ela diz?
__Porque é isso que ela faz. Ela prevê o futuro. – Sara riu nervosamente e caminhou ao redor dele.
__Pensa que não sei o que ela realmente é? Você usa essa imagem de feiticeira para mantê-la ao seu lado, sob seu controle, sua amante é o que ela é. E todos aceitam essa vadia herege por que você finge que ela é útil ao governo.
__Cale-se, não vou discutir isso com você, não agora. – Marcus estava aturdido demais, preocupado demais com seu filho para conseguir discutir com a esposa.
Nesse instante eles foram interrompidos por um dos empregados. A batida rápida na porta fez com que se calassem.
__Entre. – Marcus falou ainda com aspereza na voz.
__Senhor... – a governanta abriu a porta e antes que terminasse de falar, um jovem entrou esbaforido e a ultrapassou, chegando bem perto de Marcus, que o reconheceu como um dos funcionários do condomínio onde vivia Selena.
__Governador, Senhor... não pudemos fazer nada. A casa... a casa pegou fogo com a Senhora Selena dentro. – O jovem atropelava as palavras e estava ofegante, tinha o rosto vermelho quando terminou de falar. Marcus vacilou por uns instantes, recuou até a cadeira e se sentou.
__O que disse? – ele pediu uma confirmação do que acabava de ouvir. Não podia acreditar.
__Uma explosão Senhor. Acredito que foi o gás.
__Quando... quando foi isso?
__Agora à tarde, Senhor. Nós não pudemos fazer nada.
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A promessa
FantasyEm uma realidade distópica, um país tenta se reerguer depois de guerras que destruíram seu território e modificou o clima. Dominados pelas leis distorcidas de um poder religioso, o povo tem esperança que uma criança especial vá mudar o destino de to...