Capítulo 41

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Capítulo 41

Uma semana depois, Estela estava de volta ao acampamento. Entrou na barraca comunitária e não encontrou Filipe, Alessandro estava debruçado sobre mapas.

__Onde está Filipe? – ela perguntou cheia de autoridade.

__Viajou. – Alessandro respondeu se levantando. __Ele foi para o norte.

__Ele está reunindo os rebeldes?

__Sim. – Alessandro respondeu e ela xingou baixo.

__Ele não parou sequer para pensar?

__Pelo contrário Estela. Filipe sabia que seria contra, mas o que você queria? Com a recusa do Conselho em atender nossas reivindicações, não sobrou muito o que fazer. Por isso ele saiu antes que você chegasse.

__Não sou contra, só queria mais tempo.

__Não podemos esperar mais. A Igreja tem feito campanhas contra nós.

__Eu sei. – ela sentou um pouco e olhou os mapas que mostravam Usinas de força, armazéns e postos de atendimento hospitalar.

__Não concordo que ataquem hospitais.

__Eles não cederão se formos bonzinhos Estela.

__Pessoas inocentes vão morrer.

__Também sinto por eles, mas pense em quantas pessoas estão morrendo de fome e frio, sem recursos médicos porque o Sistema não os aceita como são.

__Vocês estão certos, mas estão focando no inimigo errado. Não é o Governo, é Walfredo. A Igreja deturpou as escrituras e convenceu o Governo que sem isso perderiam o controle sobre o povo.

__Nós sabemos Estela, mas se os governantes mudarem não será necessário nos envolvermos com a Igreja.

__Por que temem tanto Walfredo? – Estela questionou e Alessandro se calou. __Ele é só um homem.

__Walfredo é cruel e manipulador. Não tenho medo dele, só não acho coerente levar uma guerra adiante contra a fé das pessoas.

__Não é contra a fé de ninguém, não é contra a Igreja, é contra Walfredo que bem poderia fazer as reformas necessárias, mas não o faz para não perder seus privilégios.

__Ele é a Igreja Estela, quer você queira quer não.

Estela recuou da mesa e nada disse sobre a informação que piscava em vermelho em sua mente. Walfredo tomaria o poder e eles teriam uma guerra, mesmo que não quisessem.

__Eu preciso ir. – ela falou com desânimo.

__Quando Filipe retornar eu aviso que esteve aqui.

Ela assentiu e se foi, havia comprado uma moto para se locomover sem precisar pegar o carro do pai. Marcus foi relutante em concordar, mas no fim acabou convencido, ainda assim, sua preocupação com Estela crescia a cada dia, apesar dela garantir que não corria perigo.

Estela chegou ao centro de Helvécia e se dirigiu ao prédio do governo, já não era barrada na entrada como nas primeiras vezes, pois os funcionários já a reconheciam como filha de Marcus. Ela usou o elevador dos funcionários, se recusava a usar o elevador privativo dos membros do Conselho. Aproveitava para ouvir o que ia na mente das pessoas, a grande maioria estava temerosa que o candidato do pai ganhasse as eleições. Eles temiam que a influência de Marcus fosse corromper o próximo Governador Geral – Adriel -, que era tido como um homem bom e temente a Nur, mas que acabaria por ceder aos rebeldes hereges, principalmente agora, que sua filha bastarda e bruxa, o dominava.

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