Capítulo 32

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Capítulo 32

O Homem atarracado com um terno cinza comprido demais nos braços e pernas entrou no escritório de Marcus após a secretária dar passagem.

__Senhor, aqui está a informação que pediu. – ele entregou um relatório ao Governador Geral. Marcus pegou a pasta e leu o seu conteúdo enquanto o homem observava.

__Ela vive na Vila dos Trigueiros? – Marcus perguntou mais para si mesmo que para ser ouvido. Era tão óbvio, o mesmo lugar de onde Selena veio.

__Sim Senhor.

__Tem a foto? – o homem entregou a foto desfocada, em preto e branco, mas Marcus simplesmente ficou boquiaberto com a semelhança.

__É ela. – ele afirmou.

__O que o Senhor deseja agora? - o homem perguntou. __Quer a garota? Posso providenciar uma forma de trazê-la.

__Não! – ele falou num ímpeto. __Aqui seu dinheiro. O Senhor atarracado pegou o pacote com seu pagamento e saiu. Marcus pegou novamente a foto da jovem de cabelos longos e ondulados, que parecia compenetrada, caminhando com uma cesta na mão.

Estela se levantou e após ajudar Cleo no serviço de casa, resolveu ir até o campo de treino, ainda era manhã quando chegou ao campo de tiro. Samuel a viu se aproximando, com seus cabelos presos em uma trança, calças apertadas e uma jaqueta escura.

__Sam. – ela o chamou parando diante dele.

__Você veio treinar?! – ele perguntou com surpresa. Ela olhou ao redor e ouviu os disparos dos rapazes que treinavam.

__Sim. – ela respondeu com seriedade. __Quero treinar com arma de fogo.

__Nem pensar! – ele falou bruscamente __Ficou louca?!

__É claro que vou treinar.

__Não vai não. – Samuel voltou a afirmar. __Tio Filipe não vai gostar disso.

__Não quero saber o que Filipe vai dizer Sam. – ela falou se aproximando mais dele. __Eu preciso saber me defender na batalha. – ela gesticulou com as mãos mostrando os atiradores.

__Tio Filipe disse que você não vai mais participar das lutas. – Estela suspirou e esticou a mão, atraindo uma das armas que estava sobre a bancada. Samuel assustou-se e tentou tirar a arma de sua mão, mas ela esquivou-se para trás.

__Sam, eu quero saber se posso parar o projétil. Você atira para eu treinar? – ela pediu com voz doce e ofereceu a arma a ele.

__Estela! – ele disse em pânico __Não vou atirar em você!

__Sam, por Nur! Você atira no alvo e eu tento desviá-lo. Entendeu?! – Samuel segurou a ponte do nariz com o indicador e o polegar e moveu a cabeça de um lado a outro.

__Tudo bem! Você não vai me deixar em paz se eu não concordar. – ela sorriu e foram para um lugar mais afastado.

Após vários minutos, Estela já conseguia controlar o movimento das balas, chegou a para-las no ar, evitando que atingissem o alvo. Estela ria com contentamento e Samuel a incentivava.

__Agora quero tentar com uma metralhadora. – ela disse saltitando em direção ao amigo.

__Estela! – ele lamuriou-se.

__Por favor!

Estela segurou a maioria dos disparos e não se conformou em não parar todos eles. Continuaram tentando até que um dos meninos mais jovens no acampamento, apareceu para dar um recado a Samuel.

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