Capítulo 35
Samuel passou a noite em um albergue e saiu cedo no dia seguinte, chegou à Vila dos Trigueiros por volta do meio dia e encontrou sua mãe embalando algumas panelas. Ele aproximou-se e abaixou no chão ao lado dela, oferecendo ajuda.
__Meu filho! – ela falou quando o viu.
__Deixe-me ajudá-la. – ele acabou de amarrar os cordões que prendiam a caixa fechada e a ergueu, colocando-a sobre a mesa da cozinha.
__Você a encontrou? Ela está bem?
__Sim, ela está bem.
__Conversou com ela? – Cleonice perguntou encostada à pia. __Ela está mesmo bem?
__Conversei. – ele falou com tristeza. Ainda sentia o coração sufocar quando se lembrava das palavras de Estela. __Ela está triste, mas decidida a ficar com Marcus.
__Eu fui cruel demais, eu sei. – ela virou-se de costas para Samuel e continuou arrumando, na verdade, já não havia nada mais a fazer e ficou mudando as coisas de um lugar para outro. __Eu fiquei com tanta raiva por ela ter enganado você, Samuel. Pensei na dor que seria pra você, descobrir que ela se entregou ao seu tio. – ela fez uma expressão de repulsa enquanto falava.
__Mãe, - ele a abraçou e beijou sua cabeça __ela não me enganou. Ela nunca disse que queria ser minha namorada, sempre fui eu quem insistiu nisso. E eles não chegaram a terminar o que começaram.
__Por que eu cheguei a tempo. – Cleonice falou e Samuel a soltou e caminhou até a cadeira, sentando-se apoiou a cabeça nas mãos.
__Ela decidiu ficar, não foi por isso. Ela está pensando em nós, em todos nós. Tem ideia do que ela está fazendo?
__O quê?
__Ela está aproveitando a oportunidade de estar perto de Marcus e pretende convencê-lo a mudar o governo, para que não precisemos lutar.
__Ela disse isso? – ela perguntou surpresa.
__Sim.
__Será que um dia me perdoará pelo que eu fiz?
__Ela não está com raiva de ninguém, só magoada.
__Como conseguiu falar come ela? – Cleonice despertou para o fato de que Estela estava com o pai, o Governador Geral do país.
__Fiz um escândalo nos portões da mansão de Marcus. – ele riu com tristeza. __E eles me deixaram entrar.
__Poderia ter sido preso! – ela disse com horror. __Samuel, não faça mais isso, por favor.
__Não farei, ela pediu para não voltar.
__Ela se desculpou pelo menos?
__Mãe!
Samuel virou-se e encontrou Filipe parado no umbral da porta, sua expressão era um misto de dor, angústia e tristeza. Ficaram alguns segundos em silêncio, até que Filipe abaixou o olhar e disse:
__Estamos prontos para partir.
Em Helvécia, Estela tentava absorver todas as informações possíveis sobre sua mãe e também sobre seu pai. Naquela semana, Marcus a levou ao escritório como um pai orgulhoso, mostrou o prédio do governo para ela; cada sala de cada um dos assessores e conselheiros, o auditório e sua própria sala. Estela olhava tudo com admiração e quando chegou à sala do pai, deslumbrou-se com a vista de Helvécia.
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A promessa
FantasyEm uma realidade distópica, um país tenta se reerguer depois de guerras que destruíram seu território e modificou o clima. Dominados pelas leis distorcidas de um poder religioso, o povo tem esperança que uma criança especial vá mudar o destino de to...