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                               POV Ally

  -- Quem é você e o que quer com meu pai? - perguntei assim que fechei a porta atrás de mim vendo um homem de mais ou menos vinte e cinco anos parado em frente a um enorme quadro de pintura na sala de estar.

  A uns dias atrás havia notado que meu pai recebia diversas ligações de um mesmo número às exatas 03:00 da manhã, eles conversavam sobre algo que parecia importante e a conversa sempre terminava em gritos da parte de meu pai, consegui rastrear o número que deu uma coordenada de um prédio afastado do centro, ele pertencia a um tal Antony que parecia não gostar de companhia já que morava em um lugar tão privado.

  -- E quem é você mesmo? - perguntou se virando para mim enquanto mechia em seu relógio de ouro.

  Ele tinha os cabelos pretos perfeitamente penteados para trás, seus olhos eram pequenos e puxados indicando que tinha alguma descendência asiática, ele usava um terno preto impecavelmente alinhado e cheguei a pensar que fosse algum parente desconhecido de meu pai, mas a arrogância em sua voz me fez pensar o contrário.

  -- Allyssa, filha do Cameron. - respondi de queixo erguido e ele ergueu uma sobrancelha.

  Seu olhar era intenso e me fitou de cima a baixo, começou a caminhar lentamente em minha direção e parou bem na minha frente, ele tinha uma expressão séria no rosto e parecia estar sem paciência.

  -- Preciso falar com seu pai. - falou sério e se virou de costas para mim novamente.

  -- Ele não está. - respondi simples e continuei na mesma posição que estava.

  -- Mas ele me disse que estaria. - falou apertando o olhar e parecendo bravo.

  Engoli em seco e me senti muito menor do que já era, seu olhar e postura me intimidavam e imediatamente tentei chamar a outra Ally para tomar o controle da situação, mas ela parecia estar completamente trancada naquele momento.

  -- Fui eu que mandei a mensagem, achei que fosse mais esperto e perceberia. - ergui uma sobrancelha puxando toda a auto confiança que eu tinha e pondo pra fora.

  -- Não deve saber quem eu sou, não é? - perguntou se aproximando novamente e soltou uma baixa risada irônica, aquilo me assustou.

  -- Se não sei quem você é... é por que não deve ser muito importante. - dei de ombros o encarando profundamente.

  Em em piscar de olhos ele segurava com força meu rosto, me empurrou contra uma parede e ficou a alguns milésimos de centímetros de distância de mim, nossos corpos estavam praticamente colados e minha respiração falhou.

  -- Agora sim tenho certeza de que não me conhece, para estar me desafiando tão aviamente e me fazer perder tempo, não deve ter muito amor à vida. - falou com um sorriso maligno no rosto.

  Segurei em seu pulso e apertei minhas unhas com toda a força ali, ele me soltou rapidamente dando um grunhido de raiva e dor e só então percebi que tinha uma grande cicatriz ali, ela ficava em seu pulso e parecia ir até o cotovelo já que ele levou a outra mão no local em que apertei.

  -- Sua vadia! - falou alto tentando controlar o tom de voz.

  Pra alguém tão confiante, ele até que era bem fraco.

  Pensei comigo.

  -- Se o seu pai não fosse tão importante para os meus esquemas, eu te mataria nesse exato momento, seu corpo ficaria perfeito quando estivesse cortado em mil pedaços no meu porta-malas. - falou completamente frio enquanto olhava nos meus olhos intensamente.

Are you sure? - Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora