21. Os sentimentos

602 71 31
                                    

JULHO DE 1833,

"A CORDA TINHA SE APERTADO NO PESCOÇO DE SIMON."

Uma semana tinha se passado desde o casamento e tudo estava perfeitamente bem, Simon e Sarah iam para as aulas juntos, ela continuava tendo as melhores notas em todas as avaliações e, agora que possuía ligação com a família real, Simon percebeu que os professores passaram a tratá-la melhor e os outros da turma já não eram mais tão implicantes com ela, mas ainda davam olhares tortos quando eles passavam. Os dois passavam as tardes estudando juntos em casa ou na Biblioteca Real, Mattew as vezes se juntava a eles, e todas as noites os dois acabavam juntos na cama. Simon estava feliz, mas existia algo dentro dele que não estava certo ainda, algo faltava, ele sentia-se sufocando com as palavras que precisava pôr para fora, ele precisava dizer à Sarah que a amava e acabar com aquela tortura que era sempre ter que se controlar para não deixar as palavras escaparem, com receio da reação dela.

Simon estava decidido que seria naquele dia que ele diria tudo a ela, independente do seu medo ou de como ela poderia reagir, ele externaria tudo que sentia e depois os dois teriam que lidar juntos com as consequências, que ele esperava serem apenas positivas.

Ele esperou que Sarah juntasse seus materiais ao fim da aula e os dois saíram juntos da sala, com Mattew ao lado de Simon. Ela estava linda naquele dia – mas isso não era novidade, Sarah sempre estava linda –, usando um vestido em um tom de marrom terroso que se parecia destacar seus cabelos e deixá-los mais ruivos e que contrastava com a pele clara dela, Simon havia comentado propositalmente que ela ficava muito bonita com aquele vestido e elogiado o penteado do cabelo dela, mas tudo que Sarah fizera fora sorrir e agradecer timidamente, como ela sempre fazia quando ele a elogiava. Ele vinha tentando fazer qualquer coisa para mostrar a ela que a amava, distribuindo beijos inesperados e elogios sinceros, mas Sarah parecia ter um sério problema em ser elogiada.

Quando os três saíram para a calçada, eles se despediram de Mattew e Simon ajudou Sarah a subir na carruagem que esperava por eles para irem para casa, e então ele subiu logo em seguida. Ele se sentou ao lado de Sarah e a mão dela buscou pela dele, entrelaçando seus dedos, como ela sempre fazia quando estavam na carruagem, e isso sempre fazia o peito de Simon se apertar, os pequenos gestos que ela fazia sem parecer nem notar eram as coisas que lhe davam esperança.

- Você está bem? – Sarah indagou, parecendo preocupada. – Está perdido em pensamentos desde esta manhã.

Simon inspirou profundamente. Ele estava procurando o melhor modo de iniciar aquela conversa com ela, e o melhor modo certamente não era dentro de uma carruagem em direção à casa deles. Era melhor esperar estarem em casa.

- Só estou pensando em algumas coisas. – Falou ele. – Não se preocupe.

Sarah deu de ombros e voltou a olhar pela janela da carruagem. Os pensamentos de Simon o embalaram novamente pelo resto do caminho até em casa. Aquele assunto o estava consumindo tanto que ele não conseguia se concentrar nas aulas ou estudar paras as avaliações, e aquilo acabaria prejudicando-o, então Simon precisava resolver aquilo logo se não quisesse acabar com as piores notas da turma, o que certamente seria uma grande vergonha, pois sua esposa seria a que teria as melhores notas, com toda certeza.

A carruagem finalmente parou e Simon saltou, então ajudou Sarah a descer e ela entrou rapidamente enquanto ele dava instruções ao cocheiro.

Ele entrou e viu Sarah desaparecendo no andar superior, então Simon a seguiu para o quarto, a ansiedade fazendo seu coração palpitar e suas mãos transpirarem. Por que sempre tinha que ser tão difícil para ele fazer algo importante? Por que ele sempre se sentia como um bichinho acuado quando tentava falar sobre seus sentimentos com Sarah?

Os sintomas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora