Epílogo

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DEZEMBRO DE 1840,

"SOGRINHA."

Simon colocou a pequena menina de cabelos castanhos e olhos idênticos aos da mãe no chão ao acabarem de descer a escada e disse para Helena ir até a cozinha, onde a babá esperava por ela para lhe dar seu café da manhã, então ele seguiu para a sala de estar da casa e parou à porta, viu a cena que se desenrolava e caminhou rapidamente até Sarah.

Ela assustou-se quando ele segurou sua cintura e deu um sorriso como o de Helena quando era pega com a mão no pote de doces do consultório dos pais.

- Você deveria ter pedido ajuda. – Simon advertiu. – Não deve subir em cadeiras e se esforçar dessa forma quando deu à luz em poucas semanas.

Sarah revirou os olhos e voltou a esticar-se sobre a cadeira, colocando a estrela no topo da árvore de Natal no canto da sala.

- Eu sou médica, sei quando meu corpo já está preparado para algo. – Rebateu Sarah. – Para a sua informação, eu fui...

- A primeira da sua turma, se formou com distinção. – Simon completou por ela, imitando a entonação de Sarah ao dizer isso. Era sempre a mesma coisa. – Eu sei, meu amor, e também sou médico, se não se lembra. Você deveria cuidar do seu corpo e da sua saúde.

Ela se virou para ele sobre a cadeira e deu um olhar sério para o marido, olhando-o de cima.

- Eu não me lembro de ter lhe pedido um parecer médico sobre o estado do meu corpo ou da minha saúde.

Simon deu um sorriso a ela.

- Bem, depois de você mesma, sou a pessoa que melhor conhece seu corpo, e acho que tenho o direito de dar meu parecer médico e de marido sobre ele. Não quero que se machuque.

Sarah simplesmente tirou as mãos dele da sua cintura e pulou para o chão. A mania dela de ser independente e sempre querer provar para todos que era capaz as vezes irritava Simon, mas aquela ainda era uma parte dela que fazia com que ele a amasse ainda mais, então ele não podia reclamar.

Ela caminhou até uma caixa de decorações no chão e pegou dois enfeites, jogou-os para Simon, e lhe deu um olhar ácido.

- Vá lá, Senhor Não-Quero-Que-Se-Machuque, coloque os enfeites na árvore. – Mandou ela, jogando mais enfeites para ele.

Rindo, Simon pegou os enfeites e foi para a árvore. Era véspera de Natal e aquele seria o primeiro fim de ano em que eles receberiam a família Hildegart na casa deles para as comemorações, Sarah estava disposta a fazer tudo da melhor maneira possível para não deixar espaço para reclamações da mãe sobre a falta de habilidade dela para ser a senhora de uma casa.

Eles tinham se mudado para uma casa nova e maior há alguns meses, logo depois de Sarah descobrir a segunda gravidez, do pequeno Benjamin, que dormia no seu carrinho no canto da sala. Era uma casa mais afastada da cidade e com um quintal maior para as crianças, tinha quartos suficientes para hospedar uma família grande como a de Sarah, mas não uma como a de Simon, e o melhor de tudo, era paga com o dinheiro que os dois ganharam com suas carreiras nos dois últimos anos. Simon tinha arranjado emprego em um hospital de Lamero quando voltara para casa, Sarah tinha conseguido um emprego em um hospital feminino em uma cidade vizinha e os dois passaram o primeiro ano depois de formados trabalhando separados, então Simon recebera a proposta generosa da sua tia para trabalhar em um hospital público mantido por doações de nobres e para pessoas de baixa renda, ele tinha aceitado o cargo como diretor do hospital e tinha contratado sua esposa como ginecologista, a área que ela tinha se especializado. Sarah, assim como Simon, continuava estudando, mas tinha trancado a matrícula no último semestre por conta do bebê e voltaria a trabalhar e estudar em alguns meses, Simon não tinha uma carga de trabalho tão grande e os dois se revezavam em casa com a pequena Helena, de dois anos, e agora com Benjamin, nascido há poucas semanas, além da babá que contrataram para cuidar de Helena.

Os sintomas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora